quinta-feira, 18 de maio de 2023

Ritmo

 Acordei tão, ao mais cansada do que me deitei. Um cansaço diferente é certo. Porque se ao deitar, os olhos se fechavam, já ao levantar a questão não foi bem essa. Até acordei menos mal, olho bem aberto, mas pareceu-me foi que teria levado uma sova. 

E ontem até não foi um dia particularmente trabalhoso. Folguei de manhâ para a minha habitual hidroterapia (essa mesma que adoro, corrija-se adorava...mas logo discorro sobre o assunto e sobre o que se está a passar com o gosto ou desgosto) e só de tarde trabalhei, onde nada fiz de excepcionalmente arduo. 

Antes pelo contrário. 

Associada a este dôr pegada, que não é comum e que já passou!, sinto-me meio letargica. De novo, sem saber o porquê. 

Tenho dias em que acordando assim mas com os estimulos certos, a saber,  alguma adrenalina que me faça acordar, a coisa vai. Hoje não me parece. 

Também tem de se ver que é 5ª Feira. E à 5ª feira, a pessoa que é quinquagenária, já não pode com uma gata pelo rabo. Mesmo que durante a semana nada se tenha feito de esfalfante. 

O que acontece é que o ritmo tem de ser outro, mais leve...A pessoa é quinquagenária. 

Coisa que me fartei de ouvir ao meus Pais e agora nem posso crer que é verdade! Recuso até que seja verdade, não posso acreditar que aos 50 nos possamos sentir tão cansados. Imagine-se aos 60, 70, 80, 90 anos!A idade da minha Avó,  que se arrastava pela casa mantendo boa vivacidade de cabeça, mas para conseguir realizar a mais trivial tarefa ficava cansadérrima.    

Imagine-se quando lá chegar. 

Se chegar. 

Até lá vou dizendo que parece mentira e recusando associar à idade ao cansaço. Era só o que faltava. 



segunda-feira, 15 de maio de 2023

Abril de 2023

 E comecei Abril de férias. 

A loucura completa de quem não tira férias há horrores de tempo e depois em dois meses consecutivos tira 2 semanas de férias, ainda que interpoladas. 

Pegando com os aniversários familiares e tendo a Páscoa lá no finalzinho,  tirei mais uma semana de férias. 

Tive uma overdose de familia nessa semana que tirei para voltar à Portalegre, onde não "estava" a não ser de passagem, se calhar há 20 anos. 

Fui visitar tudo quando me lembrava da minha infância e adolescência. Dei por mim a resvalar para as lágrimas ao visitar os locais que fizeram parte da minha vida familiar e ao falar com pessoas que conheciam os meus Avós. 

Soube-me tão bem lembrar. 

Lembrá-los. 

Voltar. 

Como dá a vida voltas e deixamos de ir, porque é longe, porque não se tem tempo, porque...porque tudo é uma boa desculpa para nos acomodarmos. 

Encheu-me. 

Ou prencheu-me, logo eu que ando tão vazia. 

Visitei amigos. Tive uma lição de humildade com a primalhada, com quem não estava em modo descontraído e com tempo há 10? 15 anos?

Amei. 

Voltei para casa e tinha mais primos por cá. Mais chegados ainda. Matar saudades. Pôr assuntos em dia. Não conseguimos falar de tudo. Não falamos do que aconteceu. Programa-mos visita à casa nova deles. 

Fim de semana a preparar Odeceixe para a época. Pensei que me iria chatear estar a fazê-lo ao invés de estar a descansar. Nada disso. Estive bem. 

Desde Agosto que não estava com a pessoa que me á mais próxima depois da minha cara metade... Falamos, por iniciativa dele, quase que diariamente. Vemos-nos muito espaçadamente e privamos ainda menos. Fui visitar a sua última aquisição no ultimo fim de semana do mês.  

Declinei um convite para almoçar que ele fez por ter que montar um roupeiro. Não me senti bem. Mas também não me sentiria se aceitasse. Porquê?

Não sei. Ando a conversar comigo sobre o assunto. 

Trabalho? Sim, trabalhei. De 2 a 6 feira. Horário de expediente normal. Nem mais um minuto. Deixou de dar pica.

Abril foi bom? Foi. 

Podia ter sido muito melhor? Sim. 

O que faltou?  

Entrega da minha parte. 


Março de 2023

Está bem de ver que escrever sobre Março em pleno Maio carece de detalhe e qui ça de alguma verdade uma vez que o tempo que passou e o que se passou a seguir a este mês, tolda a memória de qualquer um, mesmo daqueles, que como eu, tem a mania de ter muito boa memória. 

Pois que Março começou comigo em Marraquexe.  

Desliguei de tudo e todos. Pensei que não iria conseguir fazê-lo, mas como ja avancei no modo de estar, que passou para "Um quero lá saber, logo resolvo", foi surpreendentemente fácil este desligar. O estar longe da rotina faz maravilhas pela cabeça das pessoas. Tudo se relativiza. 

Já disse que me tinha sabido pela vida. Amei a estadia.  Capaz de não voltar para o dia-a-dia depois da experiência. 

Senti-me muito bem. Gostei da minha companhia, que não tinha ainda explorado em viagem. Sobretudo num local que esperava que ele não se sentisse nada bem com os pré-conceitos que tem. 

A paciência e capacidade de adaptação, a maleabilidade face a algo que lhe era completamente estranho,  qualidades que lhe conhecia, mas não neste contexto, foram um (re)descoberta muito boa. Eu que também sou carregada de pré-conceitos, pré-conceituei que ele iria surtar durante a viagem. Enganei-me redondamente. 

Não levei livro algum para não pesar na bagagem dado que se adivinhava que as compras iriam ser mais que muitas. Não foram. Porque não quis, porque não me fez sentido atascar-me de virtualhas e porque assim tenho desculpa para lá voltar. A vontade é fazê-lo já daqui a 6 meses, mas talvez seja uma precipitação da minha parte. 

Não me liguei à net e os dias foram de facto de descoberta. Nunca estivemos quietos. O tempo que lá estivemos e a meteorologia foram os ideais. 

No regresso ressaquei com a entrada no rame-rame dos dias. O trabalho cada vez me diz menos e cada vez mais é de forma mecânica que o faço. 

Tenho ideia que tive um fim-de-semana meio depressiva. Nos outros não tive tempo para isso por causa dos aniversários da familia que me levaram a correr para Lisboa 2 fim-de-semana seguidos, a fim de parabenizar quem fazia anos. 

Tenho a sensação que Março foi bom. 

Mas não consigo detalhar mais. 


quarta-feira, 15 de março de 2023

Desabafo

Despejado o desabafo de ontem e relendo o que escrevi, parece-me isso mesmo, um desabafo despejado em que carreguei na tinta para ser mais elucidativa a temática.

Também posso dizer que despejado o desabafo fiquei mais leve. 

Pelo menos até ao próximo desabafo. 

terça-feira, 14 de março de 2023

Na mesma situação

Ao compasso do relógio se passam os dias. 
Sem grande entusiasmo ou interesse na vida que se vai vivendo. 
A seguir mecanicamente o "hábito" e  os "horários". 
Esperando que as horas passem e os dias se sucedam.
Esperando que esta fase passe. 
Fase que dura já hà tanto tempo e que tento contrariar. 
Perceber porque acontece ou porque se instalou. 
Perceber se sou eu que me faço esta maldade,  se é o meu entorno que o propicia. 
Perceber se isto, aquilo ou outro fosse diferente, teria alguma alteração neste meu sentir. 
Mudando de hábitos, fazendo o respectivo check na mudança de hábitos e...segue tudo igual.
Apanho-me incluso a representar. 
Sei que naquela hora é suposto ter aquela performance. E tenho-a, inconscientemente é certo, mas depois reflectindo sobre a situação, apanho-me a faze-lo.
Não chego a conclusão alguma sobre o que me leva a estar/ser assim. 
Não sei o que fazer. 
Oscilo entre a esperança que esta fase seja ultrapassável e a certeza absoluta que nunca o conseguirei fazer.  Acho que ganhei uma consciência da perenidade e finitude da vida que me faz vê-la como uma grande idiotice. 
Que toda a gente anda enganada a viver.
Eu não sou diferente e olhando para o meu dia, penso "Que ando eu a fazer?" "De que vale isto ou aquilo?"E sinto que depois de ter ganho esta consciência, nada me dará a volta e produzirá o switch que tanto desejo. 
Associo à morte do meu Pai este desencanto.   
Por outro lado e este foi o meu pensamento de hoje..."O que seria diferente se ele ainda cá estivesse?". 
Cheguei à conclusão que colocar toda a "culpa" do meu "estar" no desaparecimento do meu Pai não tem grande lógica nem é justo para ele,  para os que me acompanham os dias e para mim. Acho que se ele ainda existisse estaria, um pouco mais para a direita ou mais para a esquerda, mas exactamente na mesma situação. 
Situação que hoje não me atormenta, mas em que estou apática.
 

 




 


quinta-feira, 9 de março de 2023

Saber bem

Não sei se comece já a apreciação de Março....

Por um lado sim, até porque já vamos a 9, por outro lado, é impensável. 

Ficando-me no impensável importa marcar que este fim de semana vou receber, cá em casa,  2 pessoas que me dizem imenso e de quem a vida me afastou. E que sempre me fizeram imenso bem. E que tiveram uma perda irreparável na vida há bem pouco tempo. E que será o nosso reencontro na vida dita "normal" depois desse acontecimento. 

Estou contente. Muito contente. 

Por outro lado não paro de chorar. Não sei como vou conseguir lidar com eles sem ter sempre presente o que se passou na sua vida: Perder um filho. 

Eu perdi um afilhado.

Não chorei na altura. Não chorei com eles. E agora não sei como vou reagir. 

Entretanto choro. 

Mas estou contente. 

Vai saber-me bem. 

Vai saber-nos bem. 

 


Fevereiro/23

Ao contrário de Janeiro, em que fui capaz de olhar para as 4 primeiras semanas do ano e dissecá-las, o Fevereiro já não é bem assim. Foram apenas mais 4 semanas é certo, mas que passaram tão depressa que nem dei bem conta do que andei a fazer. 

Olhando para trás, sei que fui ao cinema. Comi fora 2 ou 3 vezes e pasme-se, num dia de semana, fui almoçar junto ao mar. Voltei à minha Hidroterapia. Fui ao cinema numa das Sextas feiras. Tive visitas familiares durante o Carnaval. Visitei o mais pequenino da familia que do alto dos seus 4 meses, já interage connosco. 

Não estive com amigos. Deveria. O rir com eles é das coisas melhores que a vida nos dá. 

Abrandei imenso o ritmo. Deixei de querer tudo para ontem. E moderar essa auto-imposição fez diferença no meu dia. 

Organizei o tempo de forma algo diferente. Passei a reservar na agenda horas para realizar determinadas tarefas. O que me permite focar e não acabar por encaixar qualquer outra coisa avulso e que me impede de ter as coisas que realmente são para ser feitas,  feitas precisamente a tempo e horas. Acumulação de trabalho dá cabo de mim. Organizadinho, ainda melhor do que já fazia, corre melhor. 

Deixei de visitar o Facebook como momento de ócio. Pondero aliás acabar com a conta.

Li muito. E coisas saborosas.

Fiquei de viagem marcada. Coisa que pensei não conseguir fazer de novo, por razões várias,  a maior das quais porque tinha de passar por um crivo de enormes objeções que consigo sempre arranjar para não fazer coisas.

E foi demorado conseguir dar este passo. Digamos que andei a trabalhar nele deste Agosto passado. Falo do "perceber" que me era importante tomar esta decisão.  Negociações comigo são sempre demoradas e medir prós e contras é uma tarefa que importa fazer até a exaustão do absurdo. 

Mas decidi. Consegui ultrapassar o drama de escolher o destino, o pensar que fechada numa cabine tenho claustrofobia,  o facto de estar dependente do Piloto para tudo correr bem, o enfado de ter de aturar os enormes controles de segurança dos aeroportos que me torram a paciência até aos limites. Os horários absurdos dos aviões a que recuso sujeitar-me,  as restrições de bagagem que nos impõem e claro, a enorme imprescindibilidade da minha presença no meu local de trabalho.  Já para não falar o enorme rol de desgraças que podem acontecer quando estou de férias e que são irreparáveis. Mortos e feridos são equacionados. 

Andei ocupada, por isso, com a viagem e a sua preparação. 

E acabei o mês de férias e noutro continente. 

Soube-me pela vida. 




quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

31 anos (30 vá) para 81

Programa de rádio que me acompanha muitas vezes na regresso a casa: A Prova Oral do Fernando Alvim e onde aprendo sempre qualquer coisa. 

Hoje o convidado era o José Cid. Nenhum interesse em particular, mas já anteriormente tinha ouvido um programa com ele e apesar de não gostar da dicção e de algumas das suas ideias, é incrível que aos 81 anos, seja de uma jovialidade e actualidade que nada tem a ver com a sua idade cronológica. Ou aquilo que se pensa de alguém com 81. Ou melhor, com aquilo  que eu penso sobre alguém que tem 81 anos. Sobretudo porque lido diariamente com pessoas dessa faixa etária e mesmo inferior e que estão a anos luz da cabeça deste senhor em termos de capacidade mental,  de organização de pensamento e mesmo de pensamento sobre o que o rodeia. 

Vim a saber que se juntou/casou há 12 anos com um amor que a vida lhe trouxe à 30 anos, mas que só recentemente pode concretizar. 

E dou por mim a pensar que o fez com 69 anos. E a admirar a sua capacidade de viver. 

Olhei logo para o meu umbigo para ver se teria essa capacidade, coragem, visão até, que de facto a vida é para se viver. Tenha a idade que se tiver. Achei logo que não. E dai saltei para outra ideia. Que tenho 50 anos ( Mais 1 vá...) e que para ter 81 me faltam 31 ( 30 tá bem...), e que é menos o que tenho para viver do que o que já vivi. E que é urgente que decida viver e parar de ocupar o tempo com coisas que nada me dizem. 



  



Gosto muito

 De volta |á minha Hidroterapia e a incrível sensação de estar viva que tenho sempre que acabo a aula. 

Do melhor do meu dia, semana, mês...ano talvez seja exagero...mas é algo que me faz sentir uma leveza fisico e espiritual inigualável. 

Apesar disso dizer "amo de paixão" não corresponderia à verdade. Mas que gosto muito, gosto.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Só hoje

Como conseguir que uma contrariedade não nos contamine comportamento?

Como explicar?

Já percebi que existem situações que me deixam completamente fora de mim ( e eu não era assim).

Situações que funcionam como um gatilho e por muito que controle e desvalorize, traduzem-se na instalação de uma sensação de mau estar e dessassossego interno que, com oscilações de intensidade, me pode acompanhar umas horas, pode dar cabo do meu dia, ou mesmo perdurar por 2 ou três dias, sem que eu consiga controlar e/ou justificar. 

Deixo de conseguir raciocinar, não ouço o que me dizem, funciono como um autómato, faço coisas de uma falta de descinimento absoluta. Não sei o que se passa comigo ou em que mundo estou. Neste não é certamente.  

Exemplo prático: num desses dias de opacidade mental dou por mim a atirar o Telemóvel para um contentor de lixo. 

Sabia eu que era um contentor? Sabia. 

Coloquei propositadamente o Telemóvel num saco e já tinha pensado que isso iria acontecer? Sim. 

Acautelei a situação? Não. 

Porquê? Não sei. 

Parece que o abismo está ali e a pessoa é atraída para ele. Por que forças e motivos que desconheço. 

Sei que situações são estas que originam este estado. 

Já as tipifiquei. 

Percebi como acontecem. 

Sei o que sinto. 

Sei do esforço que faço para me tentar focar e sair desta espiral para onde vou. Mas não consigo contrariar este sentir, racionaliza-lo, ultrapassá-lo. E não percebo porquê.

Esta situação é relativamente recente. 

Vamos pensar que tem a ver com a Menopausa. 

Hormonas em falta. 

Mas esta explicação não me chega. Não me satisfaz. E as hormonas estão compensadas a esta altura. 

Hoje foi um dia assim. Em que não tive opacidade mental, mas me senti extremamente tensa e dei por mim ausente, mas também demasiado agitada e tal como um elástico em tensão capaz de saltar a todo o momento. 

Também dei por mim a pensar e porque o dia se foi fazendo de etapas, coisas como "Esta já passou" "nem correu muito mal" à medida que o dia ia passando e ia superando diversas situações. Mas ter esta sensação de alivio significa o que já referi, a tensão imensa esteve sempre presente. 

O acontecimento que despoletou isto tudo?

A minha Mãe caiu nas escadas e eu soube logo pela fresquinha. 

Nem assisti, nem tive o susto de saber na hora. Fui poupada e recebi a comunicação hoje de manhã. 

Ela está bem.  Para além de ter a boca toda negra porque caiu de rosto no chão, está fresca e fofa. 

Eu de ressaca. 

Esperamos que seja só hoje. 




domingo, 5 de fevereiro de 2023

Janeiro/23

Voltando à questão do journaling que gostaria que fosse diário, mas que de todo em todo, não consigo fazer, está mais que visto. 

Vai então tentar-se que seja feito mensalmente o tal olhar para trás, ver e avaliar o que se viveu, de forma apreciativa e não em tom de pôr defeito. 

Falemos então de Janeiro. 

 - Passagem de ano em casa de família;

 - Numa corrida se entrou no ano e no rame rame; 

 - Primeira semana (10 dias?) enredada com uma Gripe/Constipação,  que não Covid, mas enredada, contrariamente ao habitual em que muito rapidamente me livro dessas coisas;

 - Frio, muito frio sem apetecer fazer coisa alguma no exterior. Entenda-se qualquer tipo de exercício fisico. Incluso a minha Hidroginástica ainda não me viu este ano;

 - 3 Fim-de-semana fora de casa;

 - Uma ida ao cinema, uma ida ao teatro, um concerto. Uau! Soube bem e tirou-se a barriga de misérias;

 - Comecei e acabei de ver a 5ª Temporada (e última, graças a Deus) da "Casa de Papel";

 - Li, parei, li, parei, li, li, parei e finalmente estou agarradissima ao Shataram. Das 895 páginas estou para ai na 430. Quase a terminar, portanto com a febre com que ando a ler;

 - Tomei decisões importantes e que estavam pendentes há muito na minha vida pessoal e profissional. Algumas simples e de caracará, outras de fundo. Mas o decidir faz toda à diferença e deixa-nos bem leves e com rumo;

 - Numa de avanço e recuo tenho tentado que as coisas passem por mim sem lhes atribuir qualquer importância para além daquela que lhes é própria. Traduzindo: tenho tentando arduamente que as cabeças de alfinete da vida sejam, na minha cabeça, isso mesmo: cabeças de alfinete;

 - Não estive tanto com a minha familia como gostaria. Amigos? Zero.  Atente-se que é uma situação a corrigir. Ou melhor, não posso viver assim,  sem estes afectos por perto. 

 - Conversei bastante. Não tanto como gostaria, mas mais que o costume. Preciso de conversar mais, porque esta é uma coisa que adoro fazer. Conversar. 

 - Continuo a orientar mal as meus dias entre fazer/desfrutar. Tomas consciência disso trará resultados mais à frente, certamente. 

Face ao exposto e depois de reler o escrito parece-me que estou prestes a lançar um livro de auto-ajuda. Não contava que resultasse assim este relatório,  mas está muito bem. 

O tom confessional e sem rodeios ajuda bastante. 



  

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Impasse

Já disse que era muito organizada?
Sim, bem sei, vezes sem conta!
Mas hoje o assunto tem a ver com outra vertente desta mesma organização. 
Sou cinquentona...e dizê-lo e escrevê-lo assim, de uma forma tão crua, até me faz suores frios. 
Pela carga que acompanha a palavra. 
Cinquentona!
Na minha cabeça, alguém com 50 anos, encontra- se necessariamente em pleno declínio físico e psíquico. Tenho até vergonha de dizer que tenho 50 anos, pelos juízos de valor que os outros necessariamente farão sobre mim, os mesmos que eu própria faço sobre os outros cinquentões!
Ora acontece que tendo cinquenta anos, não me revejo na caricatura que faço dessa idade. 
Acho que ainda estou longe de estar no auge da minha vida e acredito, verdadeiramente, que o melhor ainda está para vir. 
Mas estou num impasse. 
Sempre tive a vida toda decidida a régua e esquadro.
E de progressão, em progressão, aqui cheguei.   
Neste momento e esgotados todos os quereres, alguns deles passaram, até,  a não fazer qualquer sentido para mim, carregada de responsabilidades como estou, não consigo escolher o que quero. 
Acho, no entanto,  que já progredi. 
Sei o que não quero. 
Mas o que quero? Mesmo mesmo?
Ai, senhor! 
Não sei muito bem.
Falta talvez a coragem para assumir escolhas. 
Porque se o fizer, irei necessariamente,  fazer rupturas. 
E esse caminho, ainda que esteja a trilhá-lo, ainda não o consigo definir com clareza.  


 

Journaling

Ao que parece está coisa que faço de vir aqui escrever chama-se Journaling. 

Ao que parece é também um prática muito boa e recomendável para quem, nestes tempos modernos, tenta  manter um mente sã.    

Ajuda no foco, organiza a mente e estimula a criatividade, permite exercitar a memória, melhora a inteligência emocional e a capacidade de analisar as nossas emoções e ainda contribui para a redução do stress e da ansiedade, tal como se refere no artigo sobre o tema que acabo de copiar ipsis verbis. 

E cá estou eu a praticar. Não por estas razões,  mas se calhar por causa destas razões que se resumem num simples "Escrevo porque gosto". 

Acho que não o faço muito bem ou dentro do espirito dos puristas do Journaling. Sou extremamente repetitiva tanto nos temas como na forma. Gostava de ter um maior poder de síntese e uma maior capacidade de análise da minha vida/do meu dia para tornar esta coisa muito mais interessante. Para mim e para os outros ( mesmo que ninguém me leia existe sempre o chamado brio pessoal para manter o nível e a qualidade). 

Mas sou eu no meu melhor e pior que aqui transparece!

Entretanto  descobri alguém que o faz de uma forma brilhante e todo o santo dia espero pelo resumo que a dita cuja faz do que dia que passou. 

A ver se me inspiro para um futuro próximo! 



quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Sonho bom

 Já disse que sonho muito? 

Não sei, acho que sim. 

Mas se não disse, digo agora. 

Sonho muito. 

Ando sempre ocupadíssima com mil e uma dificuldades para resolver,  o que faz com que acorde cansada e muitas vezes arreliada. 

Pois que hoje não foi assim. 

O sonho foi agradável e prazeiroso. 

Também não foi tão bom assim que acordasse a bater palmas. 

Mas foi bom. 

Para variar. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Disciplina

Sou uma pessoa muito disciplinada. 
Análise em causa própria, bem sei, que carece do distanciamento devido. 
Mas acho que não sofro de visão enviesada ao considerar-me assim. 
Sou disciplinada. 
E é essa disciplina e persistência que me leva a concretizar tudo aquilo em que me meto.  
Eu sei, continuo modesta quando falo de mim,  mas acho que quem me conhece sabe que sou assim. 
Abelhinha a fazer. 
Acontece que sou também de uma indisciplina que só visto. 
E nem sei se é indisciplina, ambição desmedida ou falta de noção de que sou acometida. 
Tenho por objectivo organizar o meu dia por forma a aligeira-lo em termos de deveres ( como já referi aqui vezes sem conta). 
Acontece que ainda não consegui fazê-lo por forma a dizer "Este dia correu como planeei". 
Ando nisto há alguns meses. Logo eu que acabo de me considerar o supra sumo de organização arrasto o assunto...e arrasto...e arrasto. 
Sei que esta mudança não é um processo instantâneo. 
Terá etapas, dias sim, dias não. 
Dias assim-assim, até. 
E que enquanto processo, é da persistência que se consegue chegar longe. 
Pois que nem para a frente nem para tráz se mexe. 
Está em ponto morto. 
Eis que me surge o Janeiro e o Ano Novo!
Nada como esta época para implementar novos hábitos, como bem se sabe. 
Lá vou eu, numa corrida, resolver vida,  e cá estamos em Janeiro. 
Hoje é até dia 10!
E a concretização?
Uhm...pois.
Voltando ao diagnóstico: 
Indisciplina? Não, eu sou disciplinada.
Ambição a mais? Acho que será mais por aqui. Tudo quero fazer e nada faço por mim. 
Falta de Noção? Acho que também. 
Fica o desabafo. 
Adiantando que no resto desta semana não prevejo nenhuma alteração de fundo nesta temática. 



domingo, 8 de janeiro de 2023

Detesto

Desde dia 18 de Dezembro sem aparecer por estas paragens. 20 dias. 
É sabido que é  sempre um período de falta de disponibilidade pelas festas e a que eu, ainda por cima, acrescento o meu aniversário. Dia esse que não me é nada grato e em que só começo a relaxar lá pelas 11 da noite quando é suposto estar já sozinha com os meus botões, terminado que está o dia, os agradecimentos aos parabéns com que me vão mimando e quando todo o cenário criado para quem é aniversariante se esvaiu. 
Detesto fazer anos. 
Desde quando?
Não sei, parece-me que desde sempre, e que com o passar desses mesmos anos, cada vez se acentua mais o asco ao meu aniversário.
Terá alguma coisa a ver com o algarismo que vai denunciando o tempo já vivido, mas penso não ser o fundamental. Tem a ver com ser o centro das atenções, ter de agradecer a atenção, talvez o não me sentir merecedora de nota de ninguém, enfim...um sofrimento que não se calcula. 
E se assinalo o dia, ou não desapareço para parte incerta durante 24 horas, tem a ver com a convenção social e para não fazer desfeita às pessoas que lembram de mim. 
Este ano foi especial. Ao invés dos telefonemas tive a minha família reunida mas por uma razão, essa sim,  muito infeliz. 
Um funeral.  
Doeu, doi, doerá sempre pela perda que sofri. 
Por quem era, pela idade que tinha, por ser um dos meus que partiu. 
Mas não me custou o aniversário. 
Foi como se não existisse. 
E não me fez falta nenhuma, antes pelo contrário. 
Há quem diga que se deve celebrar sempre tudo nesta vida. 
Em teoria eu concordo. 
Não prática, não me peçam este sacrifício de celebrar o dia me que nasci. 
Detesto. 






domingo, 18 de dezembro de 2022

Apenas e só

A apetecer-me desligar de tudo e de todos,  para me dedicar apenas e só a ler. 

Não quero parar o tempo. 

Só desligar. 

Um luxo neste meus dias. 


domingo, 11 de dezembro de 2022

Que não demore muito tempo

Como já disse e repeti,  gosto do meu trabalho. 
Mas como qualquer trabalho, chega a uma altura do dia ou da semana em que me sinto presa. Encerrada entre quatro paredes sem ter uma palavra a dizer. E farta do trabalho e de todos os que estão à sua volta. Colegas, clientes, fornecedores, não os posso nem ver.  Só quero sair dali para fora e o mais depressa possível. 
Para quê?
Pasme-se:  não sei bem, porque de imediato fico perdida e sem saber o meu lugar no mundo sem a vertente trabalho. 
Isto parece conversa de quem não está boa da cabeça, mas é mesmo assim. 
A mesma coisa me acontece ao fim de semana, não sei como os ocupar, fico à toa, sem saber o que quero e a ver as horas a esvaírem-se, sem que eu consiga arranjar uma actividade em que considere o meu tempo bem empregue e com a qual fique satisfeita e realizada. 
Se passarmos para o assunto férias...temos do mesmo. 
O sofrimento de ter horas infindas diante de mim e de como as ocupar. 
Pode não ser credível o que digo, mas é uma situação que me atormenta. 
Bem entendido que isto tem uma explicação. A minha pelo menos. Que terá várias vertentes mas que esta é talvez a maior: Estou sem férias dignas desse nome vai para dez anos. 
Deixei de saber o que são dias sem trabalhar.
A regra é o trabalho. Muito ou pouco, ele está sempre presente. É ele que marca o compasso dos meus dias.  Sem ele, como digo, fico perdida. Diga-se mesmo que gravemente perdida. 
Tomei consciência que se não inverter a situação, estarei a caminhar para que "o não estar boa da cabeça" passe de uma mera hipótese para uma certeza quase que absoluta. 
E para o agravamento  desta situação de não saber o que fazer. 
Este ano, num acto de loucura, obriguei-me a tirar 8 dias consecutivos de férias. 8 dias para me afastar, parar e desfrutar. 
E sofri com a falta do que fazer. Não direi imenso, que seria ridículo dizê-lo, mas que estranhei, estranhei. 
Sei que tenho de continuar com esta imposição a mim própria para conseguir sair deste ciclo. 
Que tenho de me "obrigar" a "este sacrifício" para que me volte de novo o paladar da vida,  quando estou fora do trabalho e do controlo do negócio. 
Mas não sei quando conseguirei sair desta "perdição". 
Se é que alguma vez recuperarei desta doença. 
Espero que não demore muito tempo. 


sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Não se imagina

O que esperar de um dia em que se coloca no frigorifico o frasco do pólen que se utiliza diariamente?

Não sendo crime que lese a pátria, indica que a cabeça não está cá. 

Onde está?

Não se imagina.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

O que importa

Quando a pessoa vai lançada na vida a desbravar terreno, chega ali a meio - da vida entenda-se - e descobre que o que importa, pouco ou nada, tem a ver com o que se anda a fazer. 

Que já foi importante essa forma de estar e de ser, mas neste momento, deixou de fazer sentido essa  prática. 

E depois de se perceber esta realidade, situação óbvia, fácil de perceber e intuir, mas que foi um castigo para entender e levou horrores de tempo até que se enxergasse a evidência, deparamo-nos com a dificuldade de agir de acordo com esta nova visão. 

Sendo que sou eu, a falar de mim e dos meus hábitos. 

Que sei que devo mudar, mas que parvamente mantenho.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Efeito terapêutico

Ao contrário do habitual, esta semana, a minha companhia nas deslocações de carro que diariamente tenho de fazer tem sido música. 

Apenas e só. 

Música.

E tem tido um incrível efeito terapêutico: chego leve e cheia de força.

E acontece tanto no ir, como no vir. 

Ora se no ir,  ainda pode ser lógico e evidente este efeito, no vir a coisa não é bem assim e depois de um dia de trabalho, chegar leve e cheia de força  parece quase mentira. 

Mas tem sido uma constante na semana. 

O que é uma coisa muito boa. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Tristeza

Num dia que tudo teria para ser de imensa alegria, estou imensamente triste. 

Recebi hoje, de mão beijada, uma riqueza daquelas que não tem preço. 

Um coisinha boa, boa! Daquelas de dar colo e apertar bochecha. E que feliz e contente estou por isso. E que prazer vai ser vê-lo crescer. Devagar espero, para poder saborear o desenvolvimento deste novo membro da família  com tudo aquilo a que tenho direito. 

E no entanto estou de rastos. 

Completamente infeliz. 

A apetecer-me chorar horrores. 

A não conseguir sair desta letargia em que me encontro. E nem zangada estou comigo por isso, ou com a vida, pelo dia que me ofereceu para além desta enorme alegria. 

Apenas e só tenho um enorme desgosto. Não daqueles parvos que estou sempre a apregoar, mas dos sérios, que não tenho capacidade de intervenção na resolução, mas que me bate à porta, mesmo que não seja metida nem achada. 

Alguém que me é muito próximo está de mal com a vida e a forma de lidar com a sua dôr é fazer a vida dos outros num inferno. No caso de hoje, como em tantos outros dias, fui eu o alvo escolhido. Sou a mais próxima. 

Sem razão alguma se arranjou uma tempestade de dimensões bíblicas, porque de facto isso lhe enche a vida, que nada mais tem para a preencher ( na sua cabeça) para além do amargo dos dias. 

E a mim, o efeito que tem é esvaziar-me, por completo. 

Por muito calo que tenha já com a repetição destes episódios, provavelmente hoje estarei/estaria mais vulnerável. 

Dai a tristeza. 

E o enorme desgosto pela vida desperdiçada de alguém que me imensamente caro, que em continuas situações de conflito com aqueles que mais preza, vai ficando cada vez mais isolada na sua dôr. Sem perceber o enorme mal que está a fazer a si e aos outros. 





 

 

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Podcast

Quando iniciei a escrita por aqui, não poderia dizer-se que ter um Blogue fosse o último grito da moda em termos de expressão. Até porque em termos de modas, o costume é que as apanho sempre mais tarde do que mais cedo. 

Mas era um meio muito divulgado à época (há 10/15 anos para quem se queira situar)  e pobre daquele que não tivesse um blogue, não lesse blogues ou não seguisse blogues. Era um paria da sociedade. 

Ao que parece estamos agora na situação inversa e ter um blogue, ler um blogue, seguir um blogue é algo completamente demodé. 

Pois cá estou eu de novo em contracorrente com um blogue em actividade. Não pujante é certo, que não é preciso exagerar,  mas, ainda assim,  em actividade.

E serve a presente para falar de Podcast's. 

Nada a ver e tudo a ver. 

Pessoa que é pessoa, por estas alturas de vida no mundo,  ouve Podcast's, segue Podcast's  comenta Podcast 's e acabei de verificar, mistério dos mistérios que era para mim, que euzinha, simples anónima,  posso até produzir Podcast´s para o mundo inteiro ouvir. Imagine-se!

Mas a conversa não vai por ai. 

Vai para o facto de haver coisas interessantíssimas de se ouvir, mundos novos fantásticos para descobrir, conversas do melhor que há, modos de ver vida extraordinárias, partilhas fabulosas, tudo sobre a forma de Podcast mas às quais, mais uma vez não consigo dedicar-me. 

Irra de vida!

E porque? Porque para ouvir o Podcast como quero e com toda a atenção que lhes é devida, tenho de estar especada e focada no som. Ora eu que faço milhentas coisas ao mesmo tempo, vejo-me forçada a parar tudo para ouvir o podcast na sua plenitude, ou então não tem interesse o exercício. Não dá gozo. 

Também se pode dar o caso de estando tão focada no assunto e sem outra tarefa entre mãos me deixe dormir no acto de audição atenta. 

Logo o que acontece? Ouço muito menos do que gostaria. 

Coisa assim para 1 por cada 1000 dos existentes? Ou será 100000? 

Em suma, mais um desgosto que gostaria de ultrapassar. 







sábado, 5 de novembro de 2022

Papo para o ar

Passando a pessoa o dia de papo para o ar, por força de uma dor de costas que não lhe permite estar noutra posição de forma confortável, para além das situações mais comezinhas das horas das refeições e outro tipo de actividades básicas de um ser humano, não existe grande capacidade de me dedicar seja ao que fôr.  

Bem entendido também que a pessoa não está de papo para o ar à espera que a coisa passe. Está atulhada de medicação que a faz dormir como se estivesse em privação de sono há mais de 3 anos e até se encontra um bocadinho melhorzinha, verdade seja dita.  Ou pode ser que se tenha essa ilusão do melhorzinha....pois se passamos o dia deitadas não há grande margem para doer. 

Adiante no assunto. 

O objectivo é estar funcionante na próxima segunda feira,  depois logo se verá. O plano do descanso tem de ser cumprido religiosamente para dar frutos. 

Entretanto, se já não me apetecia fazer nada, ainda estou pior. E o estar de papo para o ar que já referi não ajuda. Organizei vagamente uns papéis, li uma páginas soltas de um livro, mandei uns mails, fiz uns telefonemas, mas tudo dentro do modo de fazer pouco ou nada. 

O feitio ainda não azedou. O que faria com que me tornasse impossível de aturar, para mim e para os outros. 

Mas a todo o momento isso pode acontecer. 

Faltam dois dias disto. 

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Noção de conjunto

Desgostosa com esta minha actividade.  

Por várias razões, a maior das quais o facto de eu ser antiga e tudo o que me tira os meus papéis e a sua organização faz-me ficar perdida. 

Infeliz até. 

Pastas, pastinhas, ficheiros, drives, pens...com tudo trabalho, mas sinceramente fico impaciente com tanta informática e rapidamente perco a disciplina de me organizar. Vira a bagunça geral, que tanto detesto mas que não acautelo por forma a evitar que se instale. 

Depois, porque não gosto deste formato de diário. Sempre detestei ter um, pelo que longe de mim estar a construir um, sem que aperceba. Já procurei outros suportes para estes meus desabafos mas dei com becos sem saída, e na dúvida, este é o meio em que me sinto mais confortável para escrever. E que melhor domino.

A ausência de um fio condutor que permita viajar pelos textos com lógica, ao invés de uma data de reflexões avulsas também me faz sofrer. E o pior é que não tenho a mínima noção do que já escrevi, de quantas vezes me repeti, de como evolui no pensamento ou de como involui em determinados assuntos. 

E a noção de conjunto é-me importante. 

Que desta forma não tenho.  

 

 


domingo, 30 de outubro de 2022

Modo preguiça

Domingo em que se almoçou fora, não por grande vontade de o fazer, mas por preguiça de fazer almoço e o que ainda é pior, não me apetecer pensar no que cozinhar.  

O desejo de passar a tarde a ler numa esplanada ao sol não se concretizou. 

Em parte porque estou entre livros. O que é sempre um momento que se traduz num compasso de espera enquanto se digere o que se acabou e se ganha espaço mental para iniciar o novo. 

Fora isso, pode contar-se o encontro com um sofá onde se preguiçou. 

Nada mais, ainda que tenha o serão todo pela minha frente e me tenha esquecido de registar a minha manhã. 

Mas como disse, estou em modo preguiça e em economia de esforço. 

sábado, 29 de outubro de 2022

Progressivas

De passagem  e rápida, que hoje para além de não ter assunto (como sempre) não tenho também vontade para aqui estar a escrever. 

Para a posteridade peço que se registe que comecei a usar óculos com lentes progressivas. 

Um marco na vida de qualquer pessoa, muito desvalorizado por quem não tem noção do que isso significa em termos de velhice. 

O que não é o meu caso.

Tenho bem presente a decrepitude que significa tal facto, e depois de ter andando cerca de três anos a adiar a situação, não tive fuga possível e restou-me aceitar a "novidade". 

E com tanta preparação que fiz para este dia não estou depressiva face ao assunto. 

E podia estar. 

Mas não estou.

O que é bom. 

Pode também dizer-se que me deixei de fricotes ou alguma alma mais perspicaz dizer que cresci, neste caso, face ao assunto. 

Seja lá o que for. As más línguas são do pior!





sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Acto de loucura

No desespero de não quebrar a série de visitas à piscina, para a prática de actividade fisica a que ultimamente me tenho dedicado, e na ausência de qualquer outro horário compatível com  os afazeres da próxima semana, inscrevi-me numa aula de Aqua Zumba. 

Bem de ver que se trata de um acto de loucura a que espero não me furtar por qualquer pretexto de última hora que possa arranjar como desculpa. 

Espero também conseguir sobreviver aos longos 45 minutos que a aula terá de duração. 

Da mesma forma  espero que as figuras tristes que inevitavelmente ocorrerão não me assobrem demasiadamente o pensamento depois de terem lugar. 

Do que ocorrer darei conta. 

A menos que seja tão vexatório que o encerre para sempre no báu dos erros cometidos nesta vida,  que nunca, em caso algum, devem ser transmitidos a terceiros e muito menos recordados por mim. 

O que como se percebe pode ser o caso. 


quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Tom da escrita

Não deliberadamente, mas durante esta semana a hora da minha escrita diária mudou. Ainda que não o tenha feito de propósito, acabei por  dar um empurrão nesse sentido estabelecendo o compromisso comigo própria de que não importa a hora, desde que nalgum ponto do dia escreva.  

Mas não sou de todo inocente no assunto, tinha curiosidade em ver o que aconteceria no dia em que a mudança ocorresse.   

E o que acontece de tão diferente assim? 

Se se reparar a mudança da hora é acompanhada por uma mudança no tom da escrita. 

Verdade?

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Regresso do reino dos mortos

E o dia de hoje?
Não sei bem que diga. 
Cumpri calendário previamente agendado. 
Soube-me bem, mas bem! a tal aula de hidroterapia que me fez levantar quase que arrastada da cama, e que se confirma como um momento de paz e bem estar na minha semana. A pontos de achar que deveria ser diária, tal é o  gosto que lhe tomei. 
Depois andei a correr seca e meca a tratar de assuntos vários. 
Assuntos vários que ficaram tratados. 
Em todos os locais a que me dirigi fui efusivamente cumprimentada pelas pessoas que lá estavam. 
Como se não me vissem há anos. 
Achei que não seria caso para tanto, que estariam a exagerar nas saudades que tinham de me ver, que ainda antes de ontem nos tínhamos cruzado, mas a bem da verdade devem estar carregados de razão e o que é  facto é que ninguém me põe a vista em cima nos últimos tempos. Eufemismo para dizer anos. 
Logo não é de espantar que quando apareço, qual Dom Sebastião  numa manhã de nevoeiro, é como se o Filho pródigo da família acabasse de chegar.  Uma festa.  
Donde que me deu para reflectir sobre o que faço às minhas horas do dia, como as organizo, as distribuo e as aloco e onde fica o social do mesmo. E se já existia um enorme deficit do social no meu dia  antes do Covid, com o Covid agudizou-se e agora quase que me esqueço que existe mais vida para além do "trabalho". 
Bem entendido que esta questão tem muita mais explicação do que um mero esquecimento meu na organização do meu dia-a-dia ( como se esta vertente tivesse algo a ver com planificação), a começar logo nas alterações que nos últimos anos tem ocorrido na minha vida. 
Mas vamos deixar para outro dia em que me apeteça elaborar sobre o assunto. 
Registe-se apenas que as pessoas me saudaram como se tivesse regressado do reino dos mortos. 


terça-feira, 25 de outubro de 2022

Boa noite!

De há uns tempos para cá, não sei se poderei dizer anos, porque sinceramente não tenho a contabilidade apurada nesse sentido, pelo que me fico com este vago "de há uns tempos para cá", durmo mal, mas mal. Sono aos bochechos, sem ponta de insónia é certo, mas interrompido amiúde,  o que faz com que não consiga sentir-me plenamente repousada ao levantar. 

E como as noites são cansativas ( como é possível dizer tal) e não tão retemperadoras como deveriam e se esperaria de um sono bom,  levanto-me muitas vezes ko. Foi o caso de hoje, em que nem a sesta que tentei fazer na hora de almoço me deu aquele refresh necessário para não sentir que  o mundo inteiro se encontra às minhas costas. 

Vamos ver como será a noite de hoje.

 Mais do que dormir, adoraria conseguir descansar com imensa qualidade. 

Boa noite!


segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Segunda-feira

Segunda-feira,  dia particularmente conturbado por estas bandas por razões várias, mas sobretudo porque se está zangada com a vida que nos obriga a vir trabalhar depois de dois dias de descanso e sem grandes horas para cumprir. 

Sendo que eu sou daquelas que gosta do que faz, imagine-se se não gostasse!

Amanhã será Terça e o céu menos nublado...assim espero!

:)!



domingo, 23 de outubro de 2022

Domingo (de certeza que este é um título repetido)

 Tarde de Domingo de um fim de semana que se anunciou chuvoso, mas em que o sol brilha na fora. 

Não está à vontade como se julga, é acompanhado por vento e nuvens que deixam o céu meio nublado. 

Projectos para o que fazer nas horas que se seguem existem, ainda que tenhamos de mudar de indumentária. O que nos conduz a momentos de grande inércia enquanto não se procede à devida mudança e se sai porta fora. 

Esperamos que não sejam muito pronunciados. Sobretudo porque os Domingos tem tendência a escafeder-se por entre os dedos e se não tomarmos uma atitude face ás horas a passar podemos ficar sem fazer nada do planeado e com o Domingo acabado. 

Nota-se a rima não planeada mas que resultou extremamente bem face ao que se queria transmitir. 




sábado, 22 de outubro de 2022

Alienação

A forma como uma simples espreitadela a uma rede social me faz perder a noção do tempo é assustadora. O poder aditivo que tem é qualquer coisa de avassalador e extremamente preocupante.

E falo de mim, adulta,  com capacidade de me observar e de constatar que não raras vezes passo demasiado tempo a ver coisas, quando deveria estar a fazer outro tipo de actividades que me dariam infinitamente mais retorno. 

Eu, que sou capaz de me policiar e dizer chega, que sei distinguir o bem do mal, o certo do errado. E que mesmo assim, não raras vezes caio na esparrela da rede social, do comodismo de passar o dedo pelo ecran e na anestesia de estar sempre à procura de algo novo que suscite um lampejo de interesse, o que acontece 1 em cada 1000 vezes, assim numa prespectiva optimista. 

Eu, que tenho capacidade crítica, que mal pego no telemóvel durante o dia para esse tipo de actividade,  mas que me vejo em tempos de ócio com as mãos livres e como imediatamente elas se ocupam com o que não deveriam. 

Não sou ave rara neste assunto. Vejo, à minha volta, a alienação que o telemóvel e rede social X,Y ou Z vai fazendo em todos os que me rodeiam. Os tiques que se ganham. Os hábitos que se instalam. Os hábitos que se destroem e como a prioridade é o que se passa do outro lado do ecran e não no que está à nossa volta. E sinceramente pergunto-me como é possível acontecer algo assim? Uma actividade aparentemente inofensiva que acaba por ser altamente nefasta para a pessoa e as suas relações. Para a nossa saúde mental pessoal e colectiva. 

E mais confusão me faz quando vejo crianças agarradas a ecrans.

E como estes seres, mais ao menos adiantados na idade,  em formação de modelos e rotinas, vão integrar este hábito como algo de normal. E como vai ficar inculcado na sua percepção que o que passa do outro lado do ecran são vivências ditas normais. 

A menos que tenham alguém que lhes proporcione outras vivências e os ajude a interpretar o que vêem do outro lado do ecran. O que, sinceramente, não vejo acontecer com a frequência que gostaria. 


 








sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Ajustes

Começo a recear que esta rotina nada produza. 

Talvez se deva incluir alguma flexibilidade de horário na tarefa. 

Sim, terá ser diária, mas talvez não necessite obrigatoriamente de ser a esta hora. 

A hora foi escolhida com propósito. Parece-me que durante a semana não vou falhar...na hora...

Na escrita de algo de jeitos já estou a marcar passo, mas a hora tem sido cumprida. 

Ao fim de semana, pois que dificilmente me apanharam deste lado do ecran a esta hora. 

Pelo que talvez tenham de se fazer uns ajustes. 

E também porque preciso de "escrever" com mais profundidade  e não estas simples constatações de registo diário que não trazendo mal ao mundo, também não passam disso mesmo: um registo diário de sentires enviesado pela hora em que é feito. 

Há muito mais antes e depois, no meu dia,  do que aquilo que tenho registado.   

Até amanhã!

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

E hoje?

 E hoje?

Não sai grande coisa cá para fora. 

Acontecimentos passados, projectos em curso ou ambições futuras,  nada se me ocorre para dizer. 

Nem reclamações para apresentar se vislubram. 

Imagine-se!


quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Momento mais importante da semana

 E de repente o momento mais importante da semana é aquele em que se vai à aula de Hidroterapia. 

Nada mais interessa. 

E hoje foi dia!


terça-feira, 18 de outubro de 2022

Cool

 Dia diferente do habitual.

Tive companhia para o almoço depois de uma manhã de tédio a trabalhar. Daquelas que podemos usar para pôr trabalho em dia mas em que a falta de pica reinante leva a que não se faça nada digno de registo. 

O mood do dia?

Cool. 

Até ver.

Até amanhã!

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Até amanhã!

 Muita rápida passagem por aqui para criar o hábito de, precisamente,  passar por aqui. 

E que desta passagem se faça o hábito,  e que esse hábito se torne rotina no meu dia. 

Até amanhã!


quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Não falha

É a esta hora, mais coisa menos coisa, que me encontro com este ecran para escrever. 

A maior parte das vezes chego aqui, não porque tenha nada em particular para partilhar, mas porque já me fartei das minhas outras actividades nocturnas e esta actividade, a da"escrita" é sempre uma coisa prazeirosa e que cumpre a função de me entreter. 

Outras vezes serve-me para desabafar do meu dia ou do que vou sentindo. Mais até do que o vou vivendo.

Na sua maior parte são queixinhas que aqui trago. Situações  banais e comezinhas, que lidas mais tarde não tem grande assunto, que se repetem sistematicamente e que fazem juz à velha máxima de que é mais fácil lamentar-nos DA vida do que tomar uma atitude NA vida. 

Ora, tenho para mim que se viesse para aqui a outras horas, talvez as conversas fossem diferentes. Isto tudo para dizer que de manhã, pela fresquinha, lá pelas 8:30 e até às 9:00, quando me encontro comigo e tenho necessariamente de conduzir durante 30 minutos,  que se me assomam os mais diversos assuntos sobre os quais dissertar e sobretudo sobre os quais gostaria de elaborar pensamento. 

Pois acontece que agarrada ao volante,  os pensamentos vêm e vão, sem que o meu cérebro, qual passador, consiga retê-los para mais tarde os recordar e aproveitar a parte do dia em que acho que estou no meu melhor em termos de produtividade.E positividade. 

Cá está a queixinhas...como sempre. 

Dei voltas e voltas e cá está a habitual lamentação. Não falha!