quinta-feira, 18 de maio de 2023

Ritmo

 Acordei tão, ao mais cansada do que me deitei. Um cansaço diferente é certo. Porque se ao deitar, os olhos se fechavam, já ao levantar a questão não foi bem essa. Até acordei menos mal, olho bem aberto, mas pareceu-me foi que teria levado uma sova. 

E ontem até não foi um dia particularmente trabalhoso. Folguei de manhâ para a minha habitual hidroterapia (essa mesma que adoro, corrija-se adorava...mas logo discorro sobre o assunto e sobre o que se está a passar com o gosto ou desgosto) e só de tarde trabalhei, onde nada fiz de excepcionalmente arduo. 

Antes pelo contrário. 

Associada a este dôr pegada, que não é comum e que já passou!, sinto-me meio letargica. De novo, sem saber o porquê. 

Tenho dias em que acordando assim mas com os estimulos certos, a saber,  alguma adrenalina que me faça acordar, a coisa vai. Hoje não me parece. 

Também tem de se ver que é 5ª Feira. E à 5ª feira, a pessoa que é quinquagenária, já não pode com uma gata pelo rabo. Mesmo que durante a semana nada se tenha feito de esfalfante. 

O que acontece é que o ritmo tem de ser outro, mais leve...A pessoa é quinquagenária. 

Coisa que me fartei de ouvir ao meus Pais e agora nem posso crer que é verdade! Recuso até que seja verdade, não posso acreditar que aos 50 nos possamos sentir tão cansados. Imagine-se aos 60, 70, 80, 90 anos!A idade da minha Avó,  que se arrastava pela casa mantendo boa vivacidade de cabeça, mas para conseguir realizar a mais trivial tarefa ficava cansadérrima.    

Imagine-se quando lá chegar. 

Se chegar. 

Até lá vou dizendo que parece mentira e recusando associar à idade ao cansaço. Era só o que faltava. 



segunda-feira, 15 de maio de 2023

Abril de 2023

 E comecei Abril de férias. 

A loucura completa de quem não tira férias há horrores de tempo e depois em dois meses consecutivos tira 2 semanas de férias, ainda que interpoladas. 

Pegando com os aniversários familiares e tendo a Páscoa lá no finalzinho,  tirei mais uma semana de férias. 

Tive uma overdose de familia nessa semana que tirei para voltar à Portalegre, onde não "estava" a não ser de passagem, se calhar há 20 anos. 

Fui visitar tudo quando me lembrava da minha infância e adolescência. Dei por mim a resvalar para as lágrimas ao visitar os locais que fizeram parte da minha vida familiar e ao falar com pessoas que conheciam os meus Avós. 

Soube-me tão bem lembrar. 

Lembrá-los. 

Voltar. 

Como dá a vida voltas e deixamos de ir, porque é longe, porque não se tem tempo, porque...porque tudo é uma boa desculpa para nos acomodarmos. 

Encheu-me. 

Ou prencheu-me, logo eu que ando tão vazia. 

Visitei amigos. Tive uma lição de humildade com a primalhada, com quem não estava em modo descontraído e com tempo há 10? 15 anos?

Amei. 

Voltei para casa e tinha mais primos por cá. Mais chegados ainda. Matar saudades. Pôr assuntos em dia. Não conseguimos falar de tudo. Não falamos do que aconteceu. Programa-mos visita à casa nova deles. 

Fim de semana a preparar Odeceixe para a época. Pensei que me iria chatear estar a fazê-lo ao invés de estar a descansar. Nada disso. Estive bem. 

Desde Agosto que não estava com a pessoa que me á mais próxima depois da minha cara metade... Falamos, por iniciativa dele, quase que diariamente. Vemos-nos muito espaçadamente e privamos ainda menos. Fui visitar a sua última aquisição no ultimo fim de semana do mês.  

Declinei um convite para almoçar que ele fez por ter que montar um roupeiro. Não me senti bem. Mas também não me sentiria se aceitasse. Porquê?

Não sei. Ando a conversar comigo sobre o assunto. 

Trabalho? Sim, trabalhei. De 2 a 6 feira. Horário de expediente normal. Nem mais um minuto. Deixou de dar pica.

Abril foi bom? Foi. 

Podia ter sido muito melhor? Sim. 

O que faltou?  

Entrega da minha parte. 


Março de 2023

Está bem de ver que escrever sobre Março em pleno Maio carece de detalhe e qui ça de alguma verdade uma vez que o tempo que passou e o que se passou a seguir a este mês, tolda a memória de qualquer um, mesmo daqueles, que como eu, tem a mania de ter muito boa memória. 

Pois que Março começou comigo em Marraquexe.  

Desliguei de tudo e todos. Pensei que não iria conseguir fazê-lo, mas como ja avancei no modo de estar, que passou para "Um quero lá saber, logo resolvo", foi surpreendentemente fácil este desligar. O estar longe da rotina faz maravilhas pela cabeça das pessoas. Tudo se relativiza. 

Já disse que me tinha sabido pela vida. Amei a estadia.  Capaz de não voltar para o dia-a-dia depois da experiência. 

Senti-me muito bem. Gostei da minha companhia, que não tinha ainda explorado em viagem. Sobretudo num local que esperava que ele não se sentisse nada bem com os pré-conceitos que tem. 

A paciência e capacidade de adaptação, a maleabilidade face a algo que lhe era completamente estranho,  qualidades que lhe conhecia, mas não neste contexto, foram um (re)descoberta muito boa. Eu que também sou carregada de pré-conceitos, pré-conceituei que ele iria surtar durante a viagem. Enganei-me redondamente. 

Não levei livro algum para não pesar na bagagem dado que se adivinhava que as compras iriam ser mais que muitas. Não foram. Porque não quis, porque não me fez sentido atascar-me de virtualhas e porque assim tenho desculpa para lá voltar. A vontade é fazê-lo já daqui a 6 meses, mas talvez seja uma precipitação da minha parte. 

Não me liguei à net e os dias foram de facto de descoberta. Nunca estivemos quietos. O tempo que lá estivemos e a meteorologia foram os ideais. 

No regresso ressaquei com a entrada no rame-rame dos dias. O trabalho cada vez me diz menos e cada vez mais é de forma mecânica que o faço. 

Tenho ideia que tive um fim-de-semana meio depressiva. Nos outros não tive tempo para isso por causa dos aniversários da familia que me levaram a correr para Lisboa 2 fim-de-semana seguidos, a fim de parabenizar quem fazia anos. 

Tenho a sensação que Março foi bom. 

Mas não consigo detalhar mais.