quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Impasse

Já disse que era muito organizada?
Sim, bem sei, vezes sem conta!
Mas hoje o assunto tem a ver com outra vertente desta mesma organização. 
Sou cinquentona...e dizê-lo e escrevê-lo assim, de uma forma tão crua, até me faz suores frios. 
Pela carga que acompanha a palavra. 
Cinquentona!
Na minha cabeça, alguém com 50 anos, encontra- se necessariamente em pleno declínio físico e psíquico. Tenho até vergonha de dizer que tenho 50 anos, pelos juízos de valor que os outros necessariamente farão sobre mim, os mesmos que eu própria faço sobre os outros cinquentões!
Ora acontece que tendo cinquenta anos, não me revejo na caricatura que faço dessa idade. 
Acho que ainda estou longe de estar no auge da minha vida e acredito, verdadeiramente, que o melhor ainda está para vir. 
Mas estou num impasse. 
Sempre tive a vida toda decidida a régua e esquadro.
E de progressão, em progressão, aqui cheguei.   
Neste momento e esgotados todos os quereres, alguns deles passaram, até,  a não fazer qualquer sentido para mim, carregada de responsabilidades como estou, não consigo escolher o que quero. 
Acho, no entanto,  que já progredi. 
Sei o que não quero. 
Mas o que quero? Mesmo mesmo?
Ai, senhor! 
Não sei muito bem.
Falta talvez a coragem para assumir escolhas. 
Porque se o fizer, irei necessariamente,  fazer rupturas. 
E esse caminho, ainda que esteja a trilhá-lo, ainda não o consigo definir com clareza.  


 

Journaling

Ao que parece está coisa que faço de vir aqui escrever chama-se Journaling. 

Ao que parece é também um prática muito boa e recomendável para quem, nestes tempos modernos, tenta  manter um mente sã.    

Ajuda no foco, organiza a mente e estimula a criatividade, permite exercitar a memória, melhora a inteligência emocional e a capacidade de analisar as nossas emoções e ainda contribui para a redução do stress e da ansiedade, tal como se refere no artigo sobre o tema que acabo de copiar ipsis verbis. 

E cá estou eu a praticar. Não por estas razões,  mas se calhar por causa destas razões que se resumem num simples "Escrevo porque gosto". 

Acho que não o faço muito bem ou dentro do espirito dos puristas do Journaling. Sou extremamente repetitiva tanto nos temas como na forma. Gostava de ter um maior poder de síntese e uma maior capacidade de análise da minha vida/do meu dia para tornar esta coisa muito mais interessante. Para mim e para os outros ( mesmo que ninguém me leia existe sempre o chamado brio pessoal para manter o nível e a qualidade). 

Mas sou eu no meu melhor e pior que aqui transparece!

Entretanto  descobri alguém que o faz de uma forma brilhante e todo o santo dia espero pelo resumo que a dita cuja faz do que dia que passou. 

A ver se me inspiro para um futuro próximo! 



quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Sonho bom

 Já disse que sonho muito? 

Não sei, acho que sim. 

Mas se não disse, digo agora. 

Sonho muito. 

Ando sempre ocupadíssima com mil e uma dificuldades para resolver,  o que faz com que acorde cansada e muitas vezes arreliada. 

Pois que hoje não foi assim. 

O sonho foi agradável e prazeiroso. 

Também não foi tão bom assim que acordasse a bater palmas. 

Mas foi bom. 

Para variar. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Disciplina

Sou uma pessoa muito disciplinada. 
Análise em causa própria, bem sei, que carece do distanciamento devido. 
Mas acho que não sofro de visão enviesada ao considerar-me assim. 
Sou disciplinada. 
E é essa disciplina e persistência que me leva a concretizar tudo aquilo em que me meto.  
Eu sei, continuo modesta quando falo de mim,  mas acho que quem me conhece sabe que sou assim. 
Abelhinha a fazer. 
Acontece que sou também de uma indisciplina que só visto. 
E nem sei se é indisciplina, ambição desmedida ou falta de noção de que sou acometida. 
Tenho por objectivo organizar o meu dia por forma a aligeira-lo em termos de deveres ( como já referi aqui vezes sem conta). 
Acontece que ainda não consegui fazê-lo por forma a dizer "Este dia correu como planeei". 
Ando nisto há alguns meses. Logo eu que acabo de me considerar o supra sumo de organização arrasto o assunto...e arrasto...e arrasto. 
Sei que esta mudança não é um processo instantâneo. 
Terá etapas, dias sim, dias não. 
Dias assim-assim, até. 
E que enquanto processo, é da persistência que se consegue chegar longe. 
Pois que nem para a frente nem para tráz se mexe. 
Está em ponto morto. 
Eis que me surge o Janeiro e o Ano Novo!
Nada como esta época para implementar novos hábitos, como bem se sabe. 
Lá vou eu, numa corrida, resolver vida,  e cá estamos em Janeiro. 
Hoje é até dia 10!
E a concretização?
Uhm...pois.
Voltando ao diagnóstico: 
Indisciplina? Não, eu sou disciplinada.
Ambição a mais? Acho que será mais por aqui. Tudo quero fazer e nada faço por mim. 
Falta de Noção? Acho que também. 
Fica o desabafo. 
Adiantando que no resto desta semana não prevejo nenhuma alteração de fundo nesta temática. 



domingo, 8 de janeiro de 2023

Detesto

Desde dia 18 de Dezembro sem aparecer por estas paragens. 20 dias. 
É sabido que é  sempre um período de falta de disponibilidade pelas festas e a que eu, ainda por cima, acrescento o meu aniversário. Dia esse que não me é nada grato e em que só começo a relaxar lá pelas 11 da noite quando é suposto estar já sozinha com os meus botões, terminado que está o dia, os agradecimentos aos parabéns com que me vão mimando e quando todo o cenário criado para quem é aniversariante se esvaiu. 
Detesto fazer anos. 
Desde quando?
Não sei, parece-me que desde sempre, e que com o passar desses mesmos anos, cada vez se acentua mais o asco ao meu aniversário.
Terá alguma coisa a ver com o algarismo que vai denunciando o tempo já vivido, mas penso não ser o fundamental. Tem a ver com ser o centro das atenções, ter de agradecer a atenção, talvez o não me sentir merecedora de nota de ninguém, enfim...um sofrimento que não se calcula. 
E se assinalo o dia, ou não desapareço para parte incerta durante 24 horas, tem a ver com a convenção social e para não fazer desfeita às pessoas que lembram de mim. 
Este ano foi especial. Ao invés dos telefonemas tive a minha família reunida mas por uma razão, essa sim,  muito infeliz. 
Um funeral.  
Doeu, doi, doerá sempre pela perda que sofri. 
Por quem era, pela idade que tinha, por ser um dos meus que partiu. 
Mas não me custou o aniversário. 
Foi como se não existisse. 
E não me fez falta nenhuma, antes pelo contrário. 
Há quem diga que se deve celebrar sempre tudo nesta vida. 
Em teoria eu concordo. 
Não prática, não me peçam este sacrifício de celebrar o dia me que nasci. 
Detesto.