quinta-feira, 30 de junho de 2022

Dose

Gosto de trabalhar. 
Sandice dita da boca para fora, quem gosta de trabalhar?
Ninguém. 
Penso que não é bem assim e que todos nós, em maior ou menor grau, gostamos de trabalhar. 
Eu estarei talvez naqueles que gostam de trabalhar no sentido mais literal do termo. 
Gosto. 
Pode dizer-se que tiro do trabalho verdadeiro prazer e que me sinto realizada. 
Claro que todos os dias há minudências que me fazem dizer o contrário. 
Tarefas que abomino e que me são penosas. 
Mas no fundo e fazendo o balanço de coisas boas e más, o saldo é largamente positivo. 
Esta conclusão vem de um TPC que me foi passado e onde deveria elencar o que gosto de fazer, aquilo que me dá retorno e as coisas que não gosto de fazer e que me retiram satisfação no dia-a-dia. 
Feita a análise e devidamente ponderada a dita cuja, deveria encher os meus dias com coisas que gosto de fazer e esvazia-los de coisas que não gosto. Isto, numa proporção adequada para me manter em equilíbrio entre obrigação e devoção. 
Chegada a concretizar a dita listinha, reparo que na coluna das coisas que gosto de fazer está "o trabalhar". 
Logo na lista dos gostos está uma coisa que se consideraria ser a antítese daquilo que o exercício pretenderia. Recriminei-me...como é possível que tenha feito tal!
Aliás, o exercício resultava do facto de eu achar que me esgotava toda no trabalho e de o considerar como a fonte mais importante do meu mau-estar diário. 
Impensável pois que pudesse sequer constar na coluna dos gostos!
Reavaliei. 
Mantive o gosto. 
E percebi que o que está mal é a dose. 
A dose de trabalho que é completamente desproporcionada na receita que compõe o meu dia. 
E aquilo que se poderia dizer "Use a gosto",  não é bem assim. 
Tem limite, dose q.b. 
Posto isto louve-se a capacidade de analisar. 
Negligencie-se a cegueira  em vigor até  enxergar o obvio. 
Que o excesso é nefasto. 
Evidencie-se a clarividência do raciocínio. 
Espere-se que tanto conhecimento se transforme em sabedoria. 
E que a sabedoria se transforme em prática diária. 










 

domingo, 26 de junho de 2022

Planejar

Sou muito organizada. Planejo tudo com muito pormenor e grande antecedência.

E digo-o, não querendo com isto auto elogiar-me. Gosto deste meu padrão, mas por vezes esta característica, que pode ser vista como uma qualidade,  assume contornos de tique e dá maçada a quem me atura, bem sei. 

E a mim também!

Porque não dou espaço ao imprevisto e ao sabor que ele pode trazer por si só e porque realisticamente a vida tem contingências que acabam por se impor ao mais cuidadoso dos planejamento sem qualquer aviso prévio. 

Foi o que aconteceu nas 2:30 que faltavam para acabar a minha quinta feira e das quais eu me vangloriei poderem (ainda) ser determinantes para o desfecho do meu dia. 

Pois que foram. 

Determinantes será palavra forte. De facto não se traduziram em desgraça de grande monta mas, mais uma vez, deitaram abaixo planos que cuidadosamente fiz. 

O que vale é que já tenho calo: de tanto planear e de ver planos gorados, já nem me dou ao trabalho de ter grandes desgostos com o assunto. 

E ainda que planejar seja um hobby, como outro qualquer que se possa ter e este é um dos meus, poderia não ser tanto assim. 

Mas que fazer?

Para a próxima repito tudo igual.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Dia observado

A olhar para o meu dia de hoje e a pensar que sumo poderei eu dele tirar para aqui deixar, rumo à posteridade. Dia observado, chego à conclusão que nada de relevante, marcante ou interessante se passou digno de um registo especial. 

Ainda assim, não foi um dia irrelevante na minha vida e cumpriu função. 

Sendo que para terminar ainda lhe faltam 2:30 que podem revelar-se do melhor! 




quarta-feira, 22 de junho de 2022

Mantras

 E de repente, eu que sempre detestei Mantras, dou por mim (imagine-se!)  a achá-las essenciais na vida.   

A ideia que tinha instalada passava por achar que seriam coisas muito esotéricas, destituidas de qualquer utilidade no dia-a-dia, altamente questionáveis nas premissas da sua elaboração, muitas vezes falaciosas,  de interpretação dúbia e que só teriam lógica se aplicadas a gente, e por gente, muito dada às místicas. Coisa para a qual nunca tive qualquer apetência e da qual fujo a sete pés.

Pois que verifico, agora, que são úteis. 

Que são dotadas de objectividade. 

Que a sua simplicidade resume de forma brilhante situações complexas,  que têm uma aplicabilidade imensa para mim e que não sendo remédio para tudo, me podem ajudar a descomplicar, a entender e a pacificar a turbulência que vou vivendo. 

Ps: Entenda-se Mantra como qualquer máxima que se repita e aplique avulso. 


terça-feira, 21 de junho de 2022

Sem continuidade

Ao contrário do habitual, do meu habitual, claro,  eis que entro por aqui às três pancadas e desato a escrever, sem continuidade temática e/ou temporal com o passado, a não ser a necessidade. 

E necessidade de quê? 

De escrever, apenas e só.