quinta-feira, 18 de maio de 2023

Ritmo

 Acordei tão, ao mais cansada do que me deitei. Um cansaço diferente é certo. Porque se ao deitar, os olhos se fechavam, já ao levantar a questão não foi bem essa. Até acordei menos mal, olho bem aberto, mas pareceu-me foi que teria levado uma sova. 

E ontem até não foi um dia particularmente trabalhoso. Folguei de manhâ para a minha habitual hidroterapia (essa mesma que adoro, corrija-se adorava...mas logo discorro sobre o assunto e sobre o que se está a passar com o gosto ou desgosto) e só de tarde trabalhei, onde nada fiz de excepcionalmente arduo. 

Antes pelo contrário. 

Associada a este dôr pegada, que não é comum e que já passou!, sinto-me meio letargica. De novo, sem saber o porquê. 

Tenho dias em que acordando assim mas com os estimulos certos, a saber,  alguma adrenalina que me faça acordar, a coisa vai. Hoje não me parece. 

Também tem de se ver que é 5ª Feira. E à 5ª feira, a pessoa que é quinquagenária, já não pode com uma gata pelo rabo. Mesmo que durante a semana nada se tenha feito de esfalfante. 

O que acontece é que o ritmo tem de ser outro, mais leve...A pessoa é quinquagenária. 

Coisa que me fartei de ouvir ao meus Pais e agora nem posso crer que é verdade! Recuso até que seja verdade, não posso acreditar que aos 50 nos possamos sentir tão cansados. Imagine-se aos 60, 70, 80, 90 anos!A idade da minha Avó,  que se arrastava pela casa mantendo boa vivacidade de cabeça, mas para conseguir realizar a mais trivial tarefa ficava cansadérrima.    

Imagine-se quando lá chegar. 

Se chegar. 

Até lá vou dizendo que parece mentira e recusando associar à idade ao cansaço. Era só o que faltava. 



segunda-feira, 15 de maio de 2023

Abril de 2023

 E comecei Abril de férias. 

A loucura completa de quem não tira férias há horrores de tempo e depois em dois meses consecutivos tira 2 semanas de férias, ainda que interpoladas. 

Pegando com os aniversários familiares e tendo a Páscoa lá no finalzinho,  tirei mais uma semana de férias. 

Tive uma overdose de familia nessa semana que tirei para voltar à Portalegre, onde não "estava" a não ser de passagem, se calhar há 20 anos. 

Fui visitar tudo quando me lembrava da minha infância e adolescência. Dei por mim a resvalar para as lágrimas ao visitar os locais que fizeram parte da minha vida familiar e ao falar com pessoas que conheciam os meus Avós. 

Soube-me tão bem lembrar. 

Lembrá-los. 

Voltar. 

Como dá a vida voltas e deixamos de ir, porque é longe, porque não se tem tempo, porque...porque tudo é uma boa desculpa para nos acomodarmos. 

Encheu-me. 

Ou prencheu-me, logo eu que ando tão vazia. 

Visitei amigos. Tive uma lição de humildade com a primalhada, com quem não estava em modo descontraído e com tempo há 10? 15 anos?

Amei. 

Voltei para casa e tinha mais primos por cá. Mais chegados ainda. Matar saudades. Pôr assuntos em dia. Não conseguimos falar de tudo. Não falamos do que aconteceu. Programa-mos visita à casa nova deles. 

Fim de semana a preparar Odeceixe para a época. Pensei que me iria chatear estar a fazê-lo ao invés de estar a descansar. Nada disso. Estive bem. 

Desde Agosto que não estava com a pessoa que me á mais próxima depois da minha cara metade... Falamos, por iniciativa dele, quase que diariamente. Vemos-nos muito espaçadamente e privamos ainda menos. Fui visitar a sua última aquisição no ultimo fim de semana do mês.  

Declinei um convite para almoçar que ele fez por ter que montar um roupeiro. Não me senti bem. Mas também não me sentiria se aceitasse. Porquê?

Não sei. Ando a conversar comigo sobre o assunto. 

Trabalho? Sim, trabalhei. De 2 a 6 feira. Horário de expediente normal. Nem mais um minuto. Deixou de dar pica.

Abril foi bom? Foi. 

Podia ter sido muito melhor? Sim. 

O que faltou?  

Entrega da minha parte. 


Março de 2023

Está bem de ver que escrever sobre Março em pleno Maio carece de detalhe e qui ça de alguma verdade uma vez que o tempo que passou e o que se passou a seguir a este mês, tolda a memória de qualquer um, mesmo daqueles, que como eu, tem a mania de ter muito boa memória. 

Pois que Março começou comigo em Marraquexe.  

Desliguei de tudo e todos. Pensei que não iria conseguir fazê-lo, mas como ja avancei no modo de estar, que passou para "Um quero lá saber, logo resolvo", foi surpreendentemente fácil este desligar. O estar longe da rotina faz maravilhas pela cabeça das pessoas. Tudo se relativiza. 

Já disse que me tinha sabido pela vida. Amei a estadia.  Capaz de não voltar para o dia-a-dia depois da experiência. 

Senti-me muito bem. Gostei da minha companhia, que não tinha ainda explorado em viagem. Sobretudo num local que esperava que ele não se sentisse nada bem com os pré-conceitos que tem. 

A paciência e capacidade de adaptação, a maleabilidade face a algo que lhe era completamente estranho,  qualidades que lhe conhecia, mas não neste contexto, foram um (re)descoberta muito boa. Eu que também sou carregada de pré-conceitos, pré-conceituei que ele iria surtar durante a viagem. Enganei-me redondamente. 

Não levei livro algum para não pesar na bagagem dado que se adivinhava que as compras iriam ser mais que muitas. Não foram. Porque não quis, porque não me fez sentido atascar-me de virtualhas e porque assim tenho desculpa para lá voltar. A vontade é fazê-lo já daqui a 6 meses, mas talvez seja uma precipitação da minha parte. 

Não me liguei à net e os dias foram de facto de descoberta. Nunca estivemos quietos. O tempo que lá estivemos e a meteorologia foram os ideais. 

No regresso ressaquei com a entrada no rame-rame dos dias. O trabalho cada vez me diz menos e cada vez mais é de forma mecânica que o faço. 

Tenho ideia que tive um fim-de-semana meio depressiva. Nos outros não tive tempo para isso por causa dos aniversários da familia que me levaram a correr para Lisboa 2 fim-de-semana seguidos, a fim de parabenizar quem fazia anos. 

Tenho a sensação que Março foi bom. 

Mas não consigo detalhar mais. 


quarta-feira, 15 de março de 2023

Desabafo

Despejado o desabafo de ontem e relendo o que escrevi, parece-me isso mesmo, um desabafo despejado em que carreguei na tinta para ser mais elucidativa a temática.

Também posso dizer que despejado o desabafo fiquei mais leve. 

Pelo menos até ao próximo desabafo. 

terça-feira, 14 de março de 2023

Na mesma situação

Ao compasso do relógio se passam os dias. 
Sem grande entusiasmo ou interesse na vida que se vai vivendo. 
A seguir mecanicamente o "hábito" e  os "horários". 
Esperando que as horas passem e os dias se sucedam.
Esperando que esta fase passe. 
Fase que dura já hà tanto tempo e que tento contrariar. 
Perceber porque acontece ou porque se instalou. 
Perceber se sou eu que me faço esta maldade,  se é o meu entorno que o propicia. 
Perceber se isto, aquilo ou outro fosse diferente, teria alguma alteração neste meu sentir. 
Mudando de hábitos, fazendo o respectivo check na mudança de hábitos e...segue tudo igual.
Apanho-me incluso a representar. 
Sei que naquela hora é suposto ter aquela performance. E tenho-a, inconscientemente é certo, mas depois reflectindo sobre a situação, apanho-me a faze-lo.
Não chego a conclusão alguma sobre o que me leva a estar/ser assim. 
Não sei o que fazer. 
Oscilo entre a esperança que esta fase seja ultrapassável e a certeza absoluta que nunca o conseguirei fazer.  Acho que ganhei uma consciência da perenidade e finitude da vida que me faz vê-la como uma grande idiotice. 
Que toda a gente anda enganada a viver.
Eu não sou diferente e olhando para o meu dia, penso "Que ando eu a fazer?" "De que vale isto ou aquilo?"E sinto que depois de ter ganho esta consciência, nada me dará a volta e produzirá o switch que tanto desejo. 
Associo à morte do meu Pai este desencanto.   
Por outro lado e este foi o meu pensamento de hoje..."O que seria diferente se ele ainda cá estivesse?". 
Cheguei à conclusão que colocar toda a "culpa" do meu "estar" no desaparecimento do meu Pai não tem grande lógica nem é justo para ele,  para os que me acompanham os dias e para mim. Acho que se ele ainda existisse estaria, um pouco mais para a direita ou mais para a esquerda, mas exactamente na mesma situação. 
Situação que hoje não me atormenta, mas em que estou apática.
 

 




 


quinta-feira, 9 de março de 2023

Saber bem

Não sei se comece já a apreciação de Março....

Por um lado sim, até porque já vamos a 9, por outro lado, é impensável. 

Ficando-me no impensável importa marcar que este fim de semana vou receber, cá em casa,  2 pessoas que me dizem imenso e de quem a vida me afastou. E que sempre me fizeram imenso bem. E que tiveram uma perda irreparável na vida há bem pouco tempo. E que será o nosso reencontro na vida dita "normal" depois desse acontecimento. 

Estou contente. Muito contente. 

Por outro lado não paro de chorar. Não sei como vou conseguir lidar com eles sem ter sempre presente o que se passou na sua vida: Perder um filho. 

Eu perdi um afilhado.

Não chorei na altura. Não chorei com eles. E agora não sei como vou reagir. 

Entretanto choro. 

Mas estou contente. 

Vai saber-me bem. 

Vai saber-nos bem. 

 


Fevereiro/23

Ao contrário de Janeiro, em que fui capaz de olhar para as 4 primeiras semanas do ano e dissecá-las, o Fevereiro já não é bem assim. Foram apenas mais 4 semanas é certo, mas que passaram tão depressa que nem dei bem conta do que andei a fazer. 

Olhando para trás, sei que fui ao cinema. Comi fora 2 ou 3 vezes e pasme-se, num dia de semana, fui almoçar junto ao mar. Voltei à minha Hidroterapia. Fui ao cinema numa das Sextas feiras. Tive visitas familiares durante o Carnaval. Visitei o mais pequenino da familia que do alto dos seus 4 meses, já interage connosco. 

Não estive com amigos. Deveria. O rir com eles é das coisas melhores que a vida nos dá. 

Abrandei imenso o ritmo. Deixei de querer tudo para ontem. E moderar essa auto-imposição fez diferença no meu dia. 

Organizei o tempo de forma algo diferente. Passei a reservar na agenda horas para realizar determinadas tarefas. O que me permite focar e não acabar por encaixar qualquer outra coisa avulso e que me impede de ter as coisas que realmente são para ser feitas,  feitas precisamente a tempo e horas. Acumulação de trabalho dá cabo de mim. Organizadinho, ainda melhor do que já fazia, corre melhor. 

Deixei de visitar o Facebook como momento de ócio. Pondero aliás acabar com a conta.

Li muito. E coisas saborosas.

Fiquei de viagem marcada. Coisa que pensei não conseguir fazer de novo, por razões várias,  a maior das quais porque tinha de passar por um crivo de enormes objeções que consigo sempre arranjar para não fazer coisas.

E foi demorado conseguir dar este passo. Digamos que andei a trabalhar nele deste Agosto passado. Falo do "perceber" que me era importante tomar esta decisão.  Negociações comigo são sempre demoradas e medir prós e contras é uma tarefa que importa fazer até a exaustão do absurdo. 

Mas decidi. Consegui ultrapassar o drama de escolher o destino, o pensar que fechada numa cabine tenho claustrofobia,  o facto de estar dependente do Piloto para tudo correr bem, o enfado de ter de aturar os enormes controles de segurança dos aeroportos que me torram a paciência até aos limites. Os horários absurdos dos aviões a que recuso sujeitar-me,  as restrições de bagagem que nos impõem e claro, a enorme imprescindibilidade da minha presença no meu local de trabalho.  Já para não falar o enorme rol de desgraças que podem acontecer quando estou de férias e que são irreparáveis. Mortos e feridos são equacionados. 

Andei ocupada, por isso, com a viagem e a sua preparação. 

E acabei o mês de férias e noutro continente. 

Soube-me pela vida. 




quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

31 anos (30 vá) para 81

Programa de rádio que me acompanha muitas vezes na regresso a casa: A Prova Oral do Fernando Alvim e onde aprendo sempre qualquer coisa. 

Hoje o convidado era o José Cid. Nenhum interesse em particular, mas já anteriormente tinha ouvido um programa com ele e apesar de não gostar da dicção e de algumas das suas ideias, é incrível que aos 81 anos, seja de uma jovialidade e actualidade que nada tem a ver com a sua idade cronológica. Ou aquilo que se pensa de alguém com 81. Ou melhor, com aquilo  que eu penso sobre alguém que tem 81 anos. Sobretudo porque lido diariamente com pessoas dessa faixa etária e mesmo inferior e que estão a anos luz da cabeça deste senhor em termos de capacidade mental,  de organização de pensamento e mesmo de pensamento sobre o que o rodeia. 

Vim a saber que se juntou/casou há 12 anos com um amor que a vida lhe trouxe à 30 anos, mas que só recentemente pode concretizar. 

E dou por mim a pensar que o fez com 69 anos. E a admirar a sua capacidade de viver. 

Olhei logo para o meu umbigo para ver se teria essa capacidade, coragem, visão até, que de facto a vida é para se viver. Tenha a idade que se tiver. Achei logo que não. E dai saltei para outra ideia. Que tenho 50 anos ( Mais 1 vá...) e que para ter 81 me faltam 31 ( 30 tá bem...), e que é menos o que tenho para viver do que o que já vivi. E que é urgente que decida viver e parar de ocupar o tempo com coisas que nada me dizem. 



  



Gosto muito

 De volta |á minha Hidroterapia e a incrível sensação de estar viva que tenho sempre que acabo a aula. 

Do melhor do meu dia, semana, mês...ano talvez seja exagero...mas é algo que me faz sentir uma leveza fisico e espiritual inigualável. 

Apesar disso dizer "amo de paixão" não corresponderia à verdade. Mas que gosto muito, gosto.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Só hoje

Como conseguir que uma contrariedade não nos contamine comportamento?

Como explicar?

Já percebi que existem situações que me deixam completamente fora de mim ( e eu não era assim).

Situações que funcionam como um gatilho e por muito que controle e desvalorize, traduzem-se na instalação de uma sensação de mau estar e dessassossego interno que, com oscilações de intensidade, me pode acompanhar umas horas, pode dar cabo do meu dia, ou mesmo perdurar por 2 ou três dias, sem que eu consiga controlar e/ou justificar. 

Deixo de conseguir raciocinar, não ouço o que me dizem, funciono como um autómato, faço coisas de uma falta de descinimento absoluta. Não sei o que se passa comigo ou em que mundo estou. Neste não é certamente.  

Exemplo prático: num desses dias de opacidade mental dou por mim a atirar o Telemóvel para um contentor de lixo. 

Sabia eu que era um contentor? Sabia. 

Coloquei propositadamente o Telemóvel num saco e já tinha pensado que isso iria acontecer? Sim. 

Acautelei a situação? Não. 

Porquê? Não sei. 

Parece que o abismo está ali e a pessoa é atraída para ele. Por que forças e motivos que desconheço. 

Sei que situações são estas que originam este estado. 

Já as tipifiquei. 

Percebi como acontecem. 

Sei o que sinto. 

Sei do esforço que faço para me tentar focar e sair desta espiral para onde vou. Mas não consigo contrariar este sentir, racionaliza-lo, ultrapassá-lo. E não percebo porquê.

Esta situação é relativamente recente. 

Vamos pensar que tem a ver com a Menopausa. 

Hormonas em falta. 

Mas esta explicação não me chega. Não me satisfaz. E as hormonas estão compensadas a esta altura. 

Hoje foi um dia assim. Em que não tive opacidade mental, mas me senti extremamente tensa e dei por mim ausente, mas também demasiado agitada e tal como um elástico em tensão capaz de saltar a todo o momento. 

Também dei por mim a pensar e porque o dia se foi fazendo de etapas, coisas como "Esta já passou" "nem correu muito mal" à medida que o dia ia passando e ia superando diversas situações. Mas ter esta sensação de alivio significa o que já referi, a tensão imensa esteve sempre presente. 

O acontecimento que despoletou isto tudo?

A minha Mãe caiu nas escadas e eu soube logo pela fresquinha. 

Nem assisti, nem tive o susto de saber na hora. Fui poupada e recebi a comunicação hoje de manhã. 

Ela está bem.  Para além de ter a boca toda negra porque caiu de rosto no chão, está fresca e fofa. 

Eu de ressaca. 

Esperamos que seja só hoje. 




domingo, 5 de fevereiro de 2023

Janeiro/23

Voltando à questão do journaling que gostaria que fosse diário, mas que de todo em todo, não consigo fazer, está mais que visto. 

Vai então tentar-se que seja feito mensalmente o tal olhar para trás, ver e avaliar o que se viveu, de forma apreciativa e não em tom de pôr defeito. 

Falemos então de Janeiro. 

 - Passagem de ano em casa de família;

 - Numa corrida se entrou no ano e no rame rame; 

 - Primeira semana (10 dias?) enredada com uma Gripe/Constipação,  que não Covid, mas enredada, contrariamente ao habitual em que muito rapidamente me livro dessas coisas;

 - Frio, muito frio sem apetecer fazer coisa alguma no exterior. Entenda-se qualquer tipo de exercício fisico. Incluso a minha Hidroginástica ainda não me viu este ano;

 - 3 Fim-de-semana fora de casa;

 - Uma ida ao cinema, uma ida ao teatro, um concerto. Uau! Soube bem e tirou-se a barriga de misérias;

 - Comecei e acabei de ver a 5ª Temporada (e última, graças a Deus) da "Casa de Papel";

 - Li, parei, li, parei, li, li, parei e finalmente estou agarradissima ao Shataram. Das 895 páginas estou para ai na 430. Quase a terminar, portanto com a febre com que ando a ler;

 - Tomei decisões importantes e que estavam pendentes há muito na minha vida pessoal e profissional. Algumas simples e de caracará, outras de fundo. Mas o decidir faz toda à diferença e deixa-nos bem leves e com rumo;

 - Numa de avanço e recuo tenho tentado que as coisas passem por mim sem lhes atribuir qualquer importância para além daquela que lhes é própria. Traduzindo: tenho tentando arduamente que as cabeças de alfinete da vida sejam, na minha cabeça, isso mesmo: cabeças de alfinete;

 - Não estive tanto com a minha familia como gostaria. Amigos? Zero.  Atente-se que é uma situação a corrigir. Ou melhor, não posso viver assim,  sem estes afectos por perto. 

 - Conversei bastante. Não tanto como gostaria, mas mais que o costume. Preciso de conversar mais, porque esta é uma coisa que adoro fazer. Conversar. 

 - Continuo a orientar mal as meus dias entre fazer/desfrutar. Tomas consciência disso trará resultados mais à frente, certamente. 

Face ao exposto e depois de reler o escrito parece-me que estou prestes a lançar um livro de auto-ajuda. Não contava que resultasse assim este relatório,  mas está muito bem. 

O tom confessional e sem rodeios ajuda bastante. 



  

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Impasse

Já disse que era muito organizada?
Sim, bem sei, vezes sem conta!
Mas hoje o assunto tem a ver com outra vertente desta mesma organização. 
Sou cinquentona...e dizê-lo e escrevê-lo assim, de uma forma tão crua, até me faz suores frios. 
Pela carga que acompanha a palavra. 
Cinquentona!
Na minha cabeça, alguém com 50 anos, encontra- se necessariamente em pleno declínio físico e psíquico. Tenho até vergonha de dizer que tenho 50 anos, pelos juízos de valor que os outros necessariamente farão sobre mim, os mesmos que eu própria faço sobre os outros cinquentões!
Ora acontece que tendo cinquenta anos, não me revejo na caricatura que faço dessa idade. 
Acho que ainda estou longe de estar no auge da minha vida e acredito, verdadeiramente, que o melhor ainda está para vir. 
Mas estou num impasse. 
Sempre tive a vida toda decidida a régua e esquadro.
E de progressão, em progressão, aqui cheguei.   
Neste momento e esgotados todos os quereres, alguns deles passaram, até,  a não fazer qualquer sentido para mim, carregada de responsabilidades como estou, não consigo escolher o que quero. 
Acho, no entanto,  que já progredi. 
Sei o que não quero. 
Mas o que quero? Mesmo mesmo?
Ai, senhor! 
Não sei muito bem.
Falta talvez a coragem para assumir escolhas. 
Porque se o fizer, irei necessariamente,  fazer rupturas. 
E esse caminho, ainda que esteja a trilhá-lo, ainda não o consigo definir com clareza.  


 

Journaling

Ao que parece está coisa que faço de vir aqui escrever chama-se Journaling. 

Ao que parece é também um prática muito boa e recomendável para quem, nestes tempos modernos, tenta  manter um mente sã.    

Ajuda no foco, organiza a mente e estimula a criatividade, permite exercitar a memória, melhora a inteligência emocional e a capacidade de analisar as nossas emoções e ainda contribui para a redução do stress e da ansiedade, tal como se refere no artigo sobre o tema que acabo de copiar ipsis verbis. 

E cá estou eu a praticar. Não por estas razões,  mas se calhar por causa destas razões que se resumem num simples "Escrevo porque gosto". 

Acho que não o faço muito bem ou dentro do espirito dos puristas do Journaling. Sou extremamente repetitiva tanto nos temas como na forma. Gostava de ter um maior poder de síntese e uma maior capacidade de análise da minha vida/do meu dia para tornar esta coisa muito mais interessante. Para mim e para os outros ( mesmo que ninguém me leia existe sempre o chamado brio pessoal para manter o nível e a qualidade). 

Mas sou eu no meu melhor e pior que aqui transparece!

Entretanto  descobri alguém que o faz de uma forma brilhante e todo o santo dia espero pelo resumo que a dita cuja faz do que dia que passou. 

A ver se me inspiro para um futuro próximo! 



quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Sonho bom

 Já disse que sonho muito? 

Não sei, acho que sim. 

Mas se não disse, digo agora. 

Sonho muito. 

Ando sempre ocupadíssima com mil e uma dificuldades para resolver,  o que faz com que acorde cansada e muitas vezes arreliada. 

Pois que hoje não foi assim. 

O sonho foi agradável e prazeiroso. 

Também não foi tão bom assim que acordasse a bater palmas. 

Mas foi bom. 

Para variar. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Disciplina

Sou uma pessoa muito disciplinada. 
Análise em causa própria, bem sei, que carece do distanciamento devido. 
Mas acho que não sofro de visão enviesada ao considerar-me assim. 
Sou disciplinada. 
E é essa disciplina e persistência que me leva a concretizar tudo aquilo em que me meto.  
Eu sei, continuo modesta quando falo de mim,  mas acho que quem me conhece sabe que sou assim. 
Abelhinha a fazer. 
Acontece que sou também de uma indisciplina que só visto. 
E nem sei se é indisciplina, ambição desmedida ou falta de noção de que sou acometida. 
Tenho por objectivo organizar o meu dia por forma a aligeira-lo em termos de deveres ( como já referi aqui vezes sem conta). 
Acontece que ainda não consegui fazê-lo por forma a dizer "Este dia correu como planeei". 
Ando nisto há alguns meses. Logo eu que acabo de me considerar o supra sumo de organização arrasto o assunto...e arrasto...e arrasto. 
Sei que esta mudança não é um processo instantâneo. 
Terá etapas, dias sim, dias não. 
Dias assim-assim, até. 
E que enquanto processo, é da persistência que se consegue chegar longe. 
Pois que nem para a frente nem para tráz se mexe. 
Está em ponto morto. 
Eis que me surge o Janeiro e o Ano Novo!
Nada como esta época para implementar novos hábitos, como bem se sabe. 
Lá vou eu, numa corrida, resolver vida,  e cá estamos em Janeiro. 
Hoje é até dia 10!
E a concretização?
Uhm...pois.
Voltando ao diagnóstico: 
Indisciplina? Não, eu sou disciplinada.
Ambição a mais? Acho que será mais por aqui. Tudo quero fazer e nada faço por mim. 
Falta de Noção? Acho que também. 
Fica o desabafo. 
Adiantando que no resto desta semana não prevejo nenhuma alteração de fundo nesta temática. 



domingo, 8 de janeiro de 2023

Detesto

Desde dia 18 de Dezembro sem aparecer por estas paragens. 20 dias. 
É sabido que é  sempre um período de falta de disponibilidade pelas festas e a que eu, ainda por cima, acrescento o meu aniversário. Dia esse que não me é nada grato e em que só começo a relaxar lá pelas 11 da noite quando é suposto estar já sozinha com os meus botões, terminado que está o dia, os agradecimentos aos parabéns com que me vão mimando e quando todo o cenário criado para quem é aniversariante se esvaiu. 
Detesto fazer anos. 
Desde quando?
Não sei, parece-me que desde sempre, e que com o passar desses mesmos anos, cada vez se acentua mais o asco ao meu aniversário.
Terá alguma coisa a ver com o algarismo que vai denunciando o tempo já vivido, mas penso não ser o fundamental. Tem a ver com ser o centro das atenções, ter de agradecer a atenção, talvez o não me sentir merecedora de nota de ninguém, enfim...um sofrimento que não se calcula. 
E se assinalo o dia, ou não desapareço para parte incerta durante 24 horas, tem a ver com a convenção social e para não fazer desfeita às pessoas que lembram de mim. 
Este ano foi especial. Ao invés dos telefonemas tive a minha família reunida mas por uma razão, essa sim,  muito infeliz. 
Um funeral.  
Doeu, doi, doerá sempre pela perda que sofri. 
Por quem era, pela idade que tinha, por ser um dos meus que partiu. 
Mas não me custou o aniversário. 
Foi como se não existisse. 
E não me fez falta nenhuma, antes pelo contrário. 
Há quem diga que se deve celebrar sempre tudo nesta vida. 
Em teoria eu concordo. 
Não prática, não me peçam este sacrifício de celebrar o dia me que nasci. 
Detesto.