Sou chata com as horas.
Se as combino, cumpro.
E se as cumpro não espero menos da outra parte.
Está-me na massa do sangue, penso que por culpa do meu Pai.
E orgulho-me de ser assim. Ainda que por vezes não fosse necessário tanto rigor.
Falta-me o ar e corro esbaforida se me atraso, ao mesmo tempo que começo a stressar sempre que a hora chegou, ameaça ir e o previamente marcado não se realiza.
Justificações à parte, porque imprevistos acontecem, relativizando situações e a sua importância para o dia-a-dia, o certo é que acho uma falta de respeito fazer esperar alguém ou fazerem-me esperar que alguém (ou algo) surja. Cada qual é livre de se comportar como entende, mas o certo é que a liberdade do outro termina onde começa a minha, e se consomem o meu tempo, é a minha liberdade que estão a limitar. Abuso que nem sempre estou disposta a permitir.
E se esperar é mau, que dizer de marcar uma hora com alguém e esse alguém chegar uma hora mais cedo? E com a maior das desfaçatezes esperar que não tivesse importância alguma? Mesmo que me impedisse de almoçar? Uma enorme cara de pau, não? Com certeza alguém que considera que o seu tempo é mais importante que os restantes mortais. E eu, como sempre parva, cheia de rebuços e incomodadissima por ter de dizer o óbvio: Venha quando combinamos.