terça-feira, 21 de abril de 2015

Combinações horárias

Sou chata com as horas. 
Se as combino, cumpro. 
E se as cumpro não espero menos da outra parte. 
Está-me na massa do sangue, penso que por culpa do meu Pai. 
E orgulho-me de ser assim. Ainda que por vezes não fosse necessário tanto rigor.
Falta-me o ar e corro esbaforida se me atraso, ao mesmo tempo que começo a stressar sempre que a hora chegou, ameaça ir e o previamente marcado não se realiza. 
Justificações à parte, porque imprevistos acontecem, relativizando situações e a sua importância para o dia-a-dia, o certo é que acho uma falta de respeito fazer esperar alguém ou fazerem-me esperar que alguém (ou algo) surja. Cada qual é livre de se comportar como entende, mas o certo é que a liberdade do outro termina onde começa a minha, e se consomem o meu tempo, é a minha liberdade que estão a limitar.  Abuso que nem sempre estou disposta a permitir. 
E se esperar é mau, que dizer de marcar uma hora com alguém e esse alguém chegar uma hora mais cedo? E com a maior das desfaçatezes esperar que não tivesse importância alguma? Mesmo que me impedisse de  almoçar?  Uma enorme cara de pau, não?  Com certeza alguém que considera que o seu tempo é mais importante que os restantes mortais. E eu, como sempre parva, cheia de rebuços e incomodadissima por ter de dizer o óbvio: Venha quando combinamos. 

domingo, 19 de abril de 2015

Namoros

E depois de uma época em que sair à rua só podia acontecer desde que ataviada com uma ou várias pulseiras, eis que actualmente me sinto presa e com falta de ar se as coloco. Pelo que me encontro num período de pousio em que apenas anéis e brincos rodam. Pousio esse que de tão longo me leva a estar  acometida de uma febre por Fios. Bem entendido que não os que tenho, mas sim outros, de outra espécie, precisamente aquela  que não se encontra no meu portefolio. Aqueles fininhos que pela su simplicidade, são um encanto.
E depois de um intenso e prolongado namoro, coisa para 6 a 8 meses, resolvi adquirir um dos ditos cujos. Esperei uma longa e comprida semana para o receber, uma vez que foi via net que me resolvi a compra-lo. Chegou na passada Sexta feira, mesmo a tempo de o estrear no fim de semana.
Apesar da demora, calhou mesmo bem.
E depois?
E depois, não gosto dele.
Maldita hora em  que resolvi resolver-me e avancei para a compra.
Se já tinha para mim que por vezes mais vale um namoro platónico de que um conhecimento mais profundo, este só veio confimar a regra.

domingo, 12 de abril de 2015

Serão de Domingo

Se há coisa que detesto é o serão de Domingo. 
Não que sofra antecipadamente com a chegada de Segunda Feira. Apesar de adorar o fim de semana, não me é penoso vê-lo partir e o certo é que gosto imenso do bulício que acompanha os dias da semana. 
O que me atormenta é que ao serão de Domingo não há que fazer. 
Funciona, para mim, como um compasso de espera. Uma espécie de antecâmara de algumas horas entre uns dias de descanso que tanto gosto e a  semana cheia de adrenalina em que ultimamente me viciei. 
Coisas interessantes para fazer não há. Já se fizeram durante o fim de semana. 
Coisas interessantes para iniciar não há. Afinal Segunda feira é já ali e pronto, começar por começar,  logo se começa amanhã.
Meias e Cuecas para dobrar, resultantes da barrela do fim de semana, não são grande estimulo. 
Contar com a televisão seja para o que for, é mentira. 
Concursos e concursinhos que me prendam ao ecrã com apresentadores histriónicos, estão fora de questão e ficar presa a ver um filme ou uma serie é impensável. Tenho mais que fazer ( resta saber o quê). 
Ler, que é sempre um valor seguro, mas que depois do fim de semana, em que regra geral me aplico mais intensivamente na  actividade, parece pouco apelativo. 
Sendo assim, que me resta?
Lamentar-me. E esperar que as horas passem. 
Coisa estúpida de se fazer, bem sei,  mas é como sinto o serão de Domingo.