quarta-feira, 15 de março de 2023

Desabafo

Despejado o desabafo de ontem e relendo o que escrevi, parece-me isso mesmo, um desabafo despejado em que carreguei na tinta para ser mais elucidativa a temática.

Também posso dizer que despejado o desabafo fiquei mais leve. 

Pelo menos até ao próximo desabafo. 

terça-feira, 14 de março de 2023

Na mesma situação

Ao compasso do relógio se passam os dias. 
Sem grande entusiasmo ou interesse na vida que se vai vivendo. 
A seguir mecanicamente o "hábito" e  os "horários". 
Esperando que as horas passem e os dias se sucedam.
Esperando que esta fase passe. 
Fase que dura já hà tanto tempo e que tento contrariar. 
Perceber porque acontece ou porque se instalou. 
Perceber se sou eu que me faço esta maldade,  se é o meu entorno que o propicia. 
Perceber se isto, aquilo ou outro fosse diferente, teria alguma alteração neste meu sentir. 
Mudando de hábitos, fazendo o respectivo check na mudança de hábitos e...segue tudo igual.
Apanho-me incluso a representar. 
Sei que naquela hora é suposto ter aquela performance. E tenho-a, inconscientemente é certo, mas depois reflectindo sobre a situação, apanho-me a faze-lo.
Não chego a conclusão alguma sobre o que me leva a estar/ser assim. 
Não sei o que fazer. 
Oscilo entre a esperança que esta fase seja ultrapassável e a certeza absoluta que nunca o conseguirei fazer.  Acho que ganhei uma consciência da perenidade e finitude da vida que me faz vê-la como uma grande idiotice. 
Que toda a gente anda enganada a viver.
Eu não sou diferente e olhando para o meu dia, penso "Que ando eu a fazer?" "De que vale isto ou aquilo?"E sinto que depois de ter ganho esta consciência, nada me dará a volta e produzirá o switch que tanto desejo. 
Associo à morte do meu Pai este desencanto.   
Por outro lado e este foi o meu pensamento de hoje..."O que seria diferente se ele ainda cá estivesse?". 
Cheguei à conclusão que colocar toda a "culpa" do meu "estar" no desaparecimento do meu Pai não tem grande lógica nem é justo para ele,  para os que me acompanham os dias e para mim. Acho que se ele ainda existisse estaria, um pouco mais para a direita ou mais para a esquerda, mas exactamente na mesma situação. 
Situação que hoje não me atormenta, mas em que estou apática.
 

 




 


quinta-feira, 9 de março de 2023

Saber bem

Não sei se comece já a apreciação de Março....

Por um lado sim, até porque já vamos a 9, por outro lado, é impensável. 

Ficando-me no impensável importa marcar que este fim de semana vou receber, cá em casa,  2 pessoas que me dizem imenso e de quem a vida me afastou. E que sempre me fizeram imenso bem. E que tiveram uma perda irreparável na vida há bem pouco tempo. E que será o nosso reencontro na vida dita "normal" depois desse acontecimento. 

Estou contente. Muito contente. 

Por outro lado não paro de chorar. Não sei como vou conseguir lidar com eles sem ter sempre presente o que se passou na sua vida: Perder um filho. 

Eu perdi um afilhado.

Não chorei na altura. Não chorei com eles. E agora não sei como vou reagir. 

Entretanto choro. 

Mas estou contente. 

Vai saber-me bem. 

Vai saber-nos bem. 

 


Fevereiro/23

Ao contrário de Janeiro, em que fui capaz de olhar para as 4 primeiras semanas do ano e dissecá-las, o Fevereiro já não é bem assim. Foram apenas mais 4 semanas é certo, mas que passaram tão depressa que nem dei bem conta do que andei a fazer. 

Olhando para trás, sei que fui ao cinema. Comi fora 2 ou 3 vezes e pasme-se, num dia de semana, fui almoçar junto ao mar. Voltei à minha Hidroterapia. Fui ao cinema numa das Sextas feiras. Tive visitas familiares durante o Carnaval. Visitei o mais pequenino da familia que do alto dos seus 4 meses, já interage connosco. 

Não estive com amigos. Deveria. O rir com eles é das coisas melhores que a vida nos dá. 

Abrandei imenso o ritmo. Deixei de querer tudo para ontem. E moderar essa auto-imposição fez diferença no meu dia. 

Organizei o tempo de forma algo diferente. Passei a reservar na agenda horas para realizar determinadas tarefas. O que me permite focar e não acabar por encaixar qualquer outra coisa avulso e que me impede de ter as coisas que realmente são para ser feitas,  feitas precisamente a tempo e horas. Acumulação de trabalho dá cabo de mim. Organizadinho, ainda melhor do que já fazia, corre melhor. 

Deixei de visitar o Facebook como momento de ócio. Pondero aliás acabar com a conta.

Li muito. E coisas saborosas.

Fiquei de viagem marcada. Coisa que pensei não conseguir fazer de novo, por razões várias,  a maior das quais porque tinha de passar por um crivo de enormes objeções que consigo sempre arranjar para não fazer coisas.

E foi demorado conseguir dar este passo. Digamos que andei a trabalhar nele deste Agosto passado. Falo do "perceber" que me era importante tomar esta decisão.  Negociações comigo são sempre demoradas e medir prós e contras é uma tarefa que importa fazer até a exaustão do absurdo. 

Mas decidi. Consegui ultrapassar o drama de escolher o destino, o pensar que fechada numa cabine tenho claustrofobia,  o facto de estar dependente do Piloto para tudo correr bem, o enfado de ter de aturar os enormes controles de segurança dos aeroportos que me torram a paciência até aos limites. Os horários absurdos dos aviões a que recuso sujeitar-me,  as restrições de bagagem que nos impõem e claro, a enorme imprescindibilidade da minha presença no meu local de trabalho.  Já para não falar o enorme rol de desgraças que podem acontecer quando estou de férias e que são irreparáveis. Mortos e feridos são equacionados. 

Andei ocupada, por isso, com a viagem e a sua preparação. 

E acabei o mês de férias e noutro continente. 

Soube-me pela vida.