Ao compasso do relógio se passam os dias.
Sem grande entusiasmo ou interesse na vida que se vai vivendo.
A seguir mecanicamente o "hábito" e os "horários".
Esperando que as horas passem e os dias se sucedam.
Esperando que esta fase passe.
Fase que dura já hà tanto tempo e que tento contrariar.
Perceber porque acontece ou porque se instalou.
Perceber se sou eu que me faço esta maldade, se é o meu entorno que o propicia.
Perceber se isto, aquilo ou outro fosse diferente, teria alguma alteração neste meu sentir.
Mudando de hábitos, fazendo o respectivo check na mudança de hábitos e...segue tudo igual.
Apanho-me incluso a representar.
Sei que naquela hora é suposto ter aquela performance. E tenho-a, inconscientemente é certo, mas depois reflectindo sobre a situação, apanho-me a faze-lo.
Não chego a conclusão alguma sobre o que me leva a estar/ser assim.
Não sei o que fazer.
Oscilo entre a esperança que esta fase seja ultrapassável e a certeza absoluta que nunca o conseguirei fazer. Acho que ganhei uma consciência da perenidade e finitude da vida que me faz vê-la como uma grande idiotice.
Que toda a gente anda enganada a viver.
Eu não sou diferente e olhando para o meu dia, penso "Que ando eu a fazer?" "De que vale isto ou aquilo?"E sinto que depois de ter ganho esta consciência, nada me dará a volta e produzirá o switch que tanto desejo.
Associo à morte do meu Pai este desencanto.
Por outro lado e este foi o meu pensamento de hoje..."O que seria diferente se ele ainda cá estivesse?".
Cheguei à conclusão que colocar toda a "culpa" do meu "estar" no desaparecimento do meu Pai não tem grande lógica nem é justo para ele, para os que me acompanham os dias e para mim. Acho que se ele ainda existisse estaria, um pouco mais para a direita ou mais para a esquerda, mas exactamente na mesma situação.
Situação que hoje não me atormenta, mas em que estou apática.
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