terça-feira, 22 de novembro de 2022

O que importa

Quando a pessoa vai lançada na vida a desbravar terreno, chega ali a meio - da vida entenda-se - e descobre que o que importa, pouco ou nada, tem a ver com o que se anda a fazer. 

Que já foi importante essa forma de estar e de ser, mas neste momento, deixou de fazer sentido essa  prática. 

E depois de se perceber esta realidade, situação óbvia, fácil de perceber e intuir, mas que foi um castigo para entender e levou horrores de tempo até que se enxergasse a evidência, deparamo-nos com a dificuldade de agir de acordo com esta nova visão. 

Sendo que sou eu, a falar de mim e dos meus hábitos. 

Que sei que devo mudar, mas que parvamente mantenho.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Efeito terapêutico

Ao contrário do habitual, esta semana, a minha companhia nas deslocações de carro que diariamente tenho de fazer tem sido música. 

Apenas e só. 

Música.

E tem tido um incrível efeito terapêutico: chego leve e cheia de força.

E acontece tanto no ir, como no vir. 

Ora se no ir,  ainda pode ser lógico e evidente este efeito, no vir a coisa não é bem assim e depois de um dia de trabalho, chegar leve e cheia de força  parece quase mentira. 

Mas tem sido uma constante na semana. 

O que é uma coisa muito boa. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Tristeza

Num dia que tudo teria para ser de imensa alegria, estou imensamente triste. 

Recebi hoje, de mão beijada, uma riqueza daquelas que não tem preço. 

Um coisinha boa, boa! Daquelas de dar colo e apertar bochecha. E que feliz e contente estou por isso. E que prazer vai ser vê-lo crescer. Devagar espero, para poder saborear o desenvolvimento deste novo membro da família  com tudo aquilo a que tenho direito. 

E no entanto estou de rastos. 

Completamente infeliz. 

A apetecer-me chorar horrores. 

A não conseguir sair desta letargia em que me encontro. E nem zangada estou comigo por isso, ou com a vida, pelo dia que me ofereceu para além desta enorme alegria. 

Apenas e só tenho um enorme desgosto. Não daqueles parvos que estou sempre a apregoar, mas dos sérios, que não tenho capacidade de intervenção na resolução, mas que me bate à porta, mesmo que não seja metida nem achada. 

Alguém que me é muito próximo está de mal com a vida e a forma de lidar com a sua dôr é fazer a vida dos outros num inferno. No caso de hoje, como em tantos outros dias, fui eu o alvo escolhido. Sou a mais próxima. 

Sem razão alguma se arranjou uma tempestade de dimensões bíblicas, porque de facto isso lhe enche a vida, que nada mais tem para a preencher ( na sua cabeça) para além do amargo dos dias. 

E a mim, o efeito que tem é esvaziar-me, por completo. 

Por muito calo que tenha já com a repetição destes episódios, provavelmente hoje estarei/estaria mais vulnerável. 

Dai a tristeza. 

E o enorme desgosto pela vida desperdiçada de alguém que me imensamente caro, que em continuas situações de conflito com aqueles que mais preza, vai ficando cada vez mais isolada na sua dôr. Sem perceber o enorme mal que está a fazer a si e aos outros. 





 

 

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Podcast

Quando iniciei a escrita por aqui, não poderia dizer-se que ter um Blogue fosse o último grito da moda em termos de expressão. Até porque em termos de modas, o costume é que as apanho sempre mais tarde do que mais cedo. 

Mas era um meio muito divulgado à época (há 10/15 anos para quem se queira situar)  e pobre daquele que não tivesse um blogue, não lesse blogues ou não seguisse blogues. Era um paria da sociedade. 

Ao que parece estamos agora na situação inversa e ter um blogue, ler um blogue, seguir um blogue é algo completamente demodé. 

Pois cá estou eu de novo em contracorrente com um blogue em actividade. Não pujante é certo, que não é preciso exagerar,  mas, ainda assim,  em actividade.

E serve a presente para falar de Podcast's. 

Nada a ver e tudo a ver. 

Pessoa que é pessoa, por estas alturas de vida no mundo,  ouve Podcast's, segue Podcast's  comenta Podcast 's e acabei de verificar, mistério dos mistérios que era para mim, que euzinha, simples anónima,  posso até produzir Podcast´s para o mundo inteiro ouvir. Imagine-se!

Mas a conversa não vai por ai. 

Vai para o facto de haver coisas interessantíssimas de se ouvir, mundos novos fantásticos para descobrir, conversas do melhor que há, modos de ver vida extraordinárias, partilhas fabulosas, tudo sobre a forma de Podcast mas às quais, mais uma vez não consigo dedicar-me. 

Irra de vida!

E porque? Porque para ouvir o Podcast como quero e com toda a atenção que lhes é devida, tenho de estar especada e focada no som. Ora eu que faço milhentas coisas ao mesmo tempo, vejo-me forçada a parar tudo para ouvir o podcast na sua plenitude, ou então não tem interesse o exercício. Não dá gozo. 

Também se pode dar o caso de estando tão focada no assunto e sem outra tarefa entre mãos me deixe dormir no acto de audição atenta. 

Logo o que acontece? Ouço muito menos do que gostaria. 

Coisa assim para 1 por cada 1000 dos existentes? Ou será 100000? 

Em suma, mais um desgosto que gostaria de ultrapassar. 







sábado, 5 de novembro de 2022

Papo para o ar

Passando a pessoa o dia de papo para o ar, por força de uma dor de costas que não lhe permite estar noutra posição de forma confortável, para além das situações mais comezinhas das horas das refeições e outro tipo de actividades básicas de um ser humano, não existe grande capacidade de me dedicar seja ao que fôr.  

Bem entendido também que a pessoa não está de papo para o ar à espera que a coisa passe. Está atulhada de medicação que a faz dormir como se estivesse em privação de sono há mais de 3 anos e até se encontra um bocadinho melhorzinha, verdade seja dita.  Ou pode ser que se tenha essa ilusão do melhorzinha....pois se passamos o dia deitadas não há grande margem para doer. 

Adiante no assunto. 

O objectivo é estar funcionante na próxima segunda feira,  depois logo se verá. O plano do descanso tem de ser cumprido religiosamente para dar frutos. 

Entretanto, se já não me apetecia fazer nada, ainda estou pior. E o estar de papo para o ar que já referi não ajuda. Organizei vagamente uns papéis, li uma páginas soltas de um livro, mandei uns mails, fiz uns telefonemas, mas tudo dentro do modo de fazer pouco ou nada. 

O feitio ainda não azedou. O que faria com que me tornasse impossível de aturar, para mim e para os outros. 

Mas a todo o momento isso pode acontecer. 

Faltam dois dias disto.