Quase não vejo Tv.
Quando a tenho ligada funciona, para mim, como um mero ruído de fundo através do qual eu me vou actualizando.
"Ouço" televisão.
Não "vejo" o que em termos de imagem por lá passa.
Desnecessário será dizer que de todos os programas, o futebol é aquele que menos me interessa. Esse nem ouvir suporto.
Sobretudo jogos de lana catrina, daqueles entre solteiros e casados.
Entenda-se nesta definição todo o campeonato de futebol Português.
No entanto gosto de um bom desafio.
Se terminar dentro do campo, claro.
Mas isso raramente acontece, porque os homens se enredam numa telenovela de considerações sobre o que devia, o que poderia, o que seria, se isto ou aquilo ou aqueloutro tivesse acontecido no decorrer do jogo.
Horas a fio, perdidos em considerações e a tecer teorias, sem que nada se produza de interesse ou mais valia se traga ao mundo por isso.
Entretêm-se assim.
Falam eles das mulheres!
Podia falar também dos jornais desportivos, mas isso já era muito, para um post que nada tem a ver com o assunto.
Parecendo até que falo sobre coisas desconexas, pois que não, têm tudo a ver uma com a outra.
Por uma razão simples.
Eu que não vejo televisão, detesto ouvir falar de futebol, dou por mim, ao domingo à noite, invariavelmente, pespegada em frente ao televisor que mais próximo esteja, a ouvir alguém a romancear jogos de futebol.
Quem tem este efeito sobre mim?
Um tal de Rui Santos, que disserta na Sic notícias sobre tudo e mais alguma coisa relacionada com futebol.
Começa lá para as onze da noite.
Duvido que a informação seja útil para alguém, mas pronto, sempre fica.
O homem é capaz de me prender horas a fio.
Não faço ideia do que fala, não porque não entenda, mas porque não oiço mesmo. Fico num estado tal que sou incapaz de repetir ou dizer o tema sobre o qual ele opina.
Como figura física, fico estasiada face à imagem do dito.
Não se pense com isto que o acho com sex apeal, carisma ou qualquer outra qualidade abonatória no campo do visual, muito pelo contrário.
Abomino a estética do bicho.
E no entanto fascina-me.
Ao contrário é certo.
Mas fascina-me.
Chego a convencer-me que o sucesso dele se deve a alguma arte oculta de hipnotizar o público e assim o fazer ficar preso ao ecran.
A forma como fala, gesticula, a forma como é absoluto no que diz, faz-me ficar perplexa, dou por mim a abanar com a cabeça, a dizer "Como é possível, como é possível!" "Devo estar doida, isto não existe" a achar tudo um absurdo, a pensar "Mas, mas..mas ainda lhe pagam para isto!", a duvidar da sanidade mental do director da Sic que o contratou e lhe deu o imenso tempo de antena que tem................... e desligar? Desligo?
Nem pensar!
Papo tudo!
E porquê?
Não faço nem ideia!
Mas o homem fascina-me.
Ainda que ao contrário.