quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Tristeza

Num dia que tudo teria para ser de imensa alegria, estou imensamente triste. 

Recebi hoje, de mão beijada, uma riqueza daquelas que não tem preço. 

Um coisinha boa, boa! Daquelas de dar colo e apertar bochecha. E que feliz e contente estou por isso. E que prazer vai ser vê-lo crescer. Devagar espero, para poder saborear o desenvolvimento deste novo membro da família  com tudo aquilo a que tenho direito. 

E no entanto estou de rastos. 

Completamente infeliz. 

A apetecer-me chorar horrores. 

A não conseguir sair desta letargia em que me encontro. E nem zangada estou comigo por isso, ou com a vida, pelo dia que me ofereceu para além desta enorme alegria. 

Apenas e só tenho um enorme desgosto. Não daqueles parvos que estou sempre a apregoar, mas dos sérios, que não tenho capacidade de intervenção na resolução, mas que me bate à porta, mesmo que não seja metida nem achada. 

Alguém que me é muito próximo está de mal com a vida e a forma de lidar com a sua dôr é fazer a vida dos outros num inferno. No caso de hoje, como em tantos outros dias, fui eu o alvo escolhido. Sou a mais próxima. 

Sem razão alguma se arranjou uma tempestade de dimensões bíblicas, porque de facto isso lhe enche a vida, que nada mais tem para a preencher ( na sua cabeça) para além do amargo dos dias. 

E a mim, o efeito que tem é esvaziar-me, por completo. 

Por muito calo que tenha já com a repetição destes episódios, provavelmente hoje estarei/estaria mais vulnerável. 

Dai a tristeza. 

E o enorme desgosto pela vida desperdiçada de alguém que me imensamente caro, que em continuas situações de conflito com aqueles que mais preza, vai ficando cada vez mais isolada na sua dôr. Sem perceber o enorme mal que está a fazer a si e aos outros. 





 

 

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