É incrível, como uma coisa tão banal e simples como um café, pode ser fonte de enormes problemas. As pessoas não percebem que a presença ou ausência deste líquido castanho nas suas vidas pode fazer toda a diferença. E por mim falo. O café é-me altamente prejudicial.
E porquê?
Sobretudo porque não o bebo!
Eu não gosto de café e raras foram as vezes em que o provei. Este facto faz com que eu seja um ser distinto dos demais (ou pelo menos faz com que tenha argumento para me convencer que o sou). Em algumas opiniões até, um ser bizarro no meu modo de ser, pura e simplesmente, porque me recuso a deixar que o café tome conta da minha vida. Como é óbvio esta tomada extremada de posição traz-me consequências. Sociais, logo à cabeça, mas também económicas.
Beber ou não beber café, é diferenciador nesta nossa sociedade e quem vai contra este uso/costume tão arreigado, é considerado um pária da comunidade.
É pois!
O café, tal como o álcool, é um marco na nossa vida. Tal como são os nossos dezoito anos. Alguém que chega à idade em que socialmente já é aceite que beba café tem o seu estatuto de imediato alterado. Já não é uma pessoa, passa a ser uma Pessoa!
Faz toda a diferença.
Recordo-me da minha Avó Encarnação inchar o peito de orgulho, e dizer “O Joãozinho já bebe café!” ao mesmo tempo em que com voz desgostosa me perguntava “Cláudia, não queres café?”. Para a Senhora representava uma prova da minha inépcia. Então se o neto João, com 11/12 anos de diferença para a minha pessoa, já bebia café, que raio de coisa é esta minha neta que não me gosta dele?
Para ela, e acho que é a opinião da sociedade toda, beber café era o equivalente a pessoa crescida e com capacidades.
Vida minha!
Quem bebe café…vai ao café! O Café, enquanto espaço, é um sítio importantíssimo de socialização. Gente que é gente vai ao café, lá encontra outra gente, sabe das novidades, dá novidades e faz o gosto com dois dedos de conversa.
Quem não bebe…pois! Que vai lá fazer? Nada! E assim fica de fora do social. Tudo porque não bebe café! Para evitar isto, sempre se poderia tomar outra coisa. Uma água, um chá talvez, um bolo se calhar. Mas isto tem custos acrescidos. Um café custa quanto? 60/70 Cêntimos? Ora uma água ou um chá custam, no mínimo € 1! E estou a ser optimista. O bolo? Comer um bolo todos os dias? No final da semana, estava a carteira vazia, a consciência pesada como chumbo pelo pecado de andar só a comer doces, a balança gemia quando nos púnhamos em cima dele, mas pronto, esqueça-se lá isso tudo, porque ganhava-se o social e a integração na normalidade!
Outro problema. O que fazer ao tempo que sobra a quem não bebe café? Sim. Que faz quem não bebe café, depois do almoço e do jantar? Todo o mundo vai ao café nessas horas. Logo todo o mundo está perfeitamente ocupado e sabendo o que fazer: “Então onde vais?” “Vou ao café”, e pronto, está tudo dito, percebido e o tempo preenchido.
Quem não bebe o dito cujo vê-se, assim, a braços com o enorme problema da sobra de tempo.
Que fazer?
Ninguém reparou também mas o café é altamente viciante e criador de dependência. O café é uma droga de adição. Faz sentido que as pessoas adultas, dotadas de vontade própria, com inteligência para verem o caricato de situações, tenham a determinada hora ou a determinadas horas do dia que se dirigir a um sitio onde possam beber um café? Que tipo de comportamento é este? Para mim não faz qualquer sentido. E menos faz, ainda, quando em dias de Verão, em que a temperatura chega aos 40º C, alguém, em princípio, perfeito de juízo, pede um café. Um bocadinho, pequenino, pequenino, de líquido quente, quente!!!!!!!!!! Num dia de Verão! Mas se não tomarem café ficam com dor de cabeça!
O “apego” ao café é uma coisa do outro mundo.
Não tenho este vício, não quero tê-lo, tenho raiva de quem o têm, põe-me de lado na sociedade esta postura, torna-me com falta de competências, prejudica-me economicamente e ainda querem que fale bem do café?
Só o que faltava!
Sou livre!
E com muito orgulho.
Solicitava um post acerca da mudança de visual do blog a fim de eu poder dar a minha opinião.
Sem outro assunto,
xau
Bj (pq fica sempre bem deixar)