Ainda que pareça, não me fui embora e ainda por aqui ando.
Passei o Verão ocupada com imensas contrariedades e apesar da vontade de aqui vir e de escrever umas linhas, a pobre (da vontade) não era assim tão forte que fosse capaz de vencer a inércia de nada debitar.
Depois de tudo resolvido e a meu contento, vi-me a braços com o gozo de longos quinze dias de férias. E fiz-lhes jus. Talvez como nunca antes tinha feito com umas férias, em que sempre me ocupei em andar dum lado para o outro, dentro ou fora, mas sempre numa fona de planos e projectos.
Para estas não tinha nada disso. Estava até apreensiva com a falta do que fazer que se perfilava. Sossego geralmente é para mim sinónimo de monotonia. Mas estabeleci que o objectivo único era desfrutar. Do tempo de descanso, do sitio que escolhi, da família e dos encontros com os amigos que se proporcionariam.
Ainda me armei em parva nos 3/4 dias iniciais.
Eu sou um perigo para mim própria, caso não se saiba. Eu e as minhas insatisfações conseguimos dar cabo de muito do meu bem estar : Tudo a correr pelo melhor, rodeada pelas pessoas de quem mas gosto nesta vida, mas ainda assim dei por mim a pensar que era a mais infeliz das criaturas.
E de repente, sem que nada acontecesse que o explique, deu-se o click. Traduzindo: a parvoeira foi-se.
Fiquei bem. Bem estar que tem durado.
E contrariamente ao que seria de esperar, eu que gosto tudo muito explicado, nem tenho andado preocupada em explicar o fenómeno. Nem a sofrer por antecipação à espera que ele acabe.
Limito-me a desfrutar da coisa.
Sem mais considerações para não estragar.