Tire-se o traje de época, os sinais distintos do género masculino e a pose “alegre” evidenciada pelo retratado. Substitua-se o frontispício do João Manzarra pelo meu e temos retrato : Eu e o meu cabelo.
Experiências, reflexões, disparates, curiosidades, anormalidades, seriedades, brincadeiras...e tantas outras coisas que podem ser encontradas neste meu mundo.
domingo, 26 de dezembro de 2010
Horrorizada
Neste espaçozinho não houve qualquer referência ao Natal. Nada de deliberado ou sequer premeditado. Apenas e só o fruto de circunstâncias várias onde a preguiça, o comodismo e deixar para o outro dia, não figuram como motivos elegíveis para o justificar tal facto.
Acontece que este ano não senti o Natal. Não o senti chegar, não me dei conta que estava à beira dele, não me senti a vivê-lo, não nada. E de repente ele chegou, com tudo aquilo que é suposto, e que eu amo de paixão e com o qual vibro intensamente: a família reunida, os comes da época, os presentes recebidos e os oferecidos, tudo e tudo!
Mas eu não estive cá para o receber. Cumpri calendário e acho que me portei até muito bem, mas quando não se sente, nada sabe a nada. E detestei o meu Natal. Não sei se mais alguma vez quero vivê-lo nos moldes que me eram tradicionais e que tanto gostava. Não sei mesmo.
Do oito ao oitenta. Assim evolui. E como é obvio estou horrorizada com esta ideia peregrina que se instalou na minha cabeça. Mas instalou-se. Infelizmente.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Sweet home
Ainda que ande cheia de vontade de trabalhar, o faça com imenso prazer e entre braços tenha montes de projectos, raro é o dia em que ao levantar – me da cama não diga para os meus botões: “Daqui a oito horas já vais estar em casa, o dia vai passar num instante. Não te vai custar nada e quando menos esperares estás no conforto do teu sofá”
Neste momento é o único sitio onde me apetece estar. Em casa, num sofá, junto dos meus. E para onde corro com grande convicção. Nada no mundo me poderia satisfazer mais.
E por motivos que nada têm a ver com a quadra natalícia que atravessamos.
domingo, 5 de dezembro de 2010
K.O.
E de repente o mundo desaba sobre a nossa cabeça. Sem água vai nem água vem, eis que resolve tirar-nos a base de funcionamento habitual e pôr em causa algo que damos por adquirido. E que para nós é um bem precioso. Não se quer quer no que está a acontecer. Deve ser engano. Não pode ser. É impossível. Comigo e com os meus, não! Mas… É mesmo connosco. Não adianta argumentar.
O abanão que se sofre é enorme. Tenta-se apanhar os bocados e seguir em frente, é necessário que assim aconteça. Vai conseguir-se. Não se sabe bem como, mas vai conseguir-se.
E de repente, donde não se contava, surge um novo desabamento. A pessoa já de si combalida, cai de novo. Julgava que pior não podia acontecer. Para mal bastava assim. Mas não. Existe mais mundo para além do primeiro, e também esse está em risco.
Estou K.O.. Completamente. Como acho que nunca estive na minha vida por muita contrariedade que já tenha vivido.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Como desperdiçar vida
Simples. Muito simples até. É só uma pessoa fazer o favor de se enfiar numa auto-estrada, não dispor de via verde (eu até disponho mas está sem pilha e não tenho muita disponibilidade(=vontade) para a ir trocar, até porque acho incrível que só se possa fazer nas lojas da Brisa (logo é mais protesto do que preguiça, um exercício de desprendimento do conforto da civilização face à ineficiência do sistema), mas adiante que o assunto não é esse. Aceito até ofertas de quem o queira fazer por mim), escolher uma saída só com vias manuais automáticas, cujo símbolo abaixo afixo ( frase que designa a nova invenção da Brisa, que se destina ao nosso conforto, mas que no fundo mais não é do que argumento para se despedir umas quantas pessoas e dar cabo da cabeça dos utentes), iniciar os trâmites para se livrar daquela máquina num instante e esperar (pouco, que não demora até muito) que ela encrave. E pronto está feito. Temos a nossa vida e o nosso tempo a ir pelo cano abaixo sem que possamos ser ressarcidos. Decidamente a experimentar. Sobretudo se não se tiver mais nada para fazer nem pressa de chegar ao destino.
É este aqui.
O quê?
O símbolo que identifica tais locais de perdição!
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
Racista
Não sou. Não sou mesmo nadinha! Mas que fazer à minha cabeça quando me deparo com Rodrigos, Gonçalos e Gustavos? Como lhe digo eu para não ser parva e não olhar de lado pessoas que foram agraciadas pelos seus progenitores com estes nomes tão mimosos?
Pois que não sei!
O certo é que é mais forte que eu e não consigo evitar ter pensamentos pouco abonatórios sobre estes indivíduos ou mesmo dar-lhes qualquer crédito ou benefício da dúvida. E no fundo estes infelizes não têm nenhuma culpa da minha parvoíce, a não ser a de carregarem o fardo do seu próprio nome.
Mas que fazer?
Até prova em contrário são para mim “seres” à parte.
(E assim dei aos meus detractores ampla matéria de debate e discussão, numa prestação clara de serviço à comunidade, que é como quem diz “Sei que o post é imbecil, mas é isto que penso e ainda entretenho terceiros”)
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Dúvida
Capacidade de abstracção e tamponamento, ou insensibilidade, pura e simples? Forma de seguir em frente ou pouco valor dado a uma situação? Incapacidade de perceber o que está em jogo ou defesa porque se percebe bem demais?
Não sei.
Prefiro a primeira das opções para justificar o meu comportamento. Causa-me imenso mau estar considerar como sendo o retrato da minha forma de ser, a segunda das hipóteses. Penso que a minha capacidade de gerir adversidades aparentemente sem que se dê que estou no meio de um furacão, é mesmo uma capacidade e não frieza ou alheamento, mas por vezes a dúvida instala-se.
Como hoje se instalou. E ainda que quase de imediato se tenha desvanecido, durou o bastante para aqui a viesse depositar.
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Libertador
Habituei-me a ver o choro como a tradução de uma situação não agradável. Resultado de uma dor física ou de um dor emocional que assim se expressa. Um pouco a ideia que nós todos fazemos do chorar, se tal generalização me é permitida.
Chorar acontece quando algo nos afecta. É consensual que não é agradável fazê-lo, nem abona em nosso favor dizer ao vizinho mais próximo “Estive a chorar”.
É algo que inspira pena, inquietação e imensas dúvidas sobre a nossa sanidade mental.
Mas chorar pode não ter nada a ver com tudo o que disse atrás. E não estou a fazer um elogio ao choro ou a recomendá-lo como forma de estar. Nada disso.
Apenas e só partilho uma constatação minha.
Ultimamente percebi o quão chorar pode também ser libertador. Funcionar como uma forma de libertar tensão. Ser prazeiroso. E de facto, é-me prazeiroso chorar. É capaz de dissipar energia. Dar-me força para continuar. Tornar-me apta para enfrentar as contrariedades.
Pode pensar-se…endoidou de vez!
Não é o caso.
Sei o que estou a dizer, e o como o choro me ajuda a andar para a frente.
Contra-senso.
Aparente.
Apenas e só aparente.
Não é um exercício que faça diariamente, não tem ritmo, cadência ou hora marcada, acontece quando acontece. E acontece quando deve acontecer.
E após semanas sujeita a uma tensão imensa, hoje chorei.
Já tinha dito para os meus botões e para quem me quis ouvir que andava precisada de chorar. Há muito que não o fazia.
E foi hoje!
E ainda bem que o foi.
Ao invés de deitar abaixo, de fragilizar………fortaleceu!
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Azul por um Blackberry
Sendo verde a cor da inveja, tenho para dizer que não estou verde. E não estou verde, porque, de facto, não invejo o próximo, aquele que é possuidor de um Blackberry. Pois que não.
Logo o verde não se coaduna com o meu caso.
Já o azul me parece ser a cor ideal para explicar o que vou passando. Não sei muito bem o que representa o azul em termos de estado de espírito. Acho que estando alguém azul é o mesmo que se dizer que está furibunda (o) com alguma coisa, o que também não acontece.
O acontece, isso sim, é que é de azul que me sinto vestida. Está-me cravado na pele com uma grande convicção. E azul porque? Porque quero um Blackberry. E quero muito. E não tenho. E queria ter. E pronto…! Não sei até muito bem se não vou odiar tê-lo, mas quero um. Ainda não arranjei a verba para o adquirir, mas isso será o de menos, que não comendo durante dois meses facilmente resolvo a coisa e ainda tenho o beneficio extra de emagrecer. O pior é arranjar uma desculpa, de mim para mim, que me pareça plausível e justifique a sua compra. Tal é a cegueira com o assunto que não vejo mais nada à frente senão este “Quero” e claro, encontro-me a passar mal. Impedida de resolver esta matéria por factores internos do meu funcionamento e sem antever, para breve, resolução desta temática. A menos que alguém sabedor deste meu dilema entre “compro/não compro” se resolva a oferecer-me um. Coisa que não consigo vislumbrar, imaginar, antecipar ou outras coisas sinonimas destes palavrões, que eu, também, não me consigo lembrar e que no fundo querem dizer que não sei o que será da minha vida se não resolvo isto.
domingo, 24 de outubro de 2010
Finalmente
Após semanas e semanas a trabalhar que nem parva e como se não houvesse um amanhã, meses de uma longa espera e inúmeros stress’s que me atacaram, vou entrar de férias!
Finalmente!
Não rejubilo porque também não é caso para tanto e decididamente não estou para ai virada, mas que estou contentinha, estou…:)
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Fim-de-semana
Segundo a Wikipédia, que tudo sabe:
“…parte da semana que normalmente tem início na noite de sexta-feira e fim na madrugada da segunda-feira. Nos fins de semana a maioria dos assalariados não trabalha.”
Concordo. Com a primeira parte. Com a segunda nem por isso. É que eu ainda que seja assalariada, não faço parte da maioria ali referida. Eu sou dos trabalhantes ao fim-de–semana. E tudo para quê? Para passar de assalariada a não assalariada e acontecer-me o que? Trabalhar também aos fins-de semana.
Chama-se a isto subir de vida.
Pois!
(Desabafo inspirado na profunda nostalgia de que fui acometida, quando, ao olhar por cima do ombro para o fim-de-semana que já lá vai, dei conta que já lá vai mesmo e que aparentemente o desperdicei sem nada ter feito, do muito e imenso que fiz)
domingo, 17 de outubro de 2010
O sofá
Comunicação curta, não necessária, destituída de caracter urgente, mas extremamente relevante para mim.
Sofá como o da casa dos meus pais não há.
Tem anos e anos e proporciona a melhor sesta que existe. Pelo menos para mim! Não sei se por ser realmente um bom sofá, se pelo facto de já ter passado muitas horas nele esparramada. O certo é que lá me sinto no céu.
Parece-me também que se estivesse aqui em casa não gostava tanto dele. Acho que o facto de ser da casa paternal também tem algo a ver com este sentir.
E tenho dito.
Podia dizer mais sobre o assunto, florear a coisa e acrescentar pormenor, mas não vale a pena, porque tudo se resume a isto: Aquele sofá é o melhor do mundo.
sábado, 16 de outubro de 2010
Que fazer…!
Dias difíceis se aproximam. Não que tragam muitas dificuldades associadas mas sobretudo pelo muito que terei de fazer. E com imenso gosto estou a viver este momento da minha vida.
Acontece, no entanto, que estou a ser alvo de uma tirania provocada pelo meu subconsciente. Resolveu, o dito, que não me é necessário dormir mais de 5/6 horas dia, face à enormidade de coisas que tenho para fazer. E resolveu sozinho, esquecendo-se que se eu não dormir de nada me valem essas horas produtivas a mais porque irei andar a cair aos bocados com o cansaço que vou acumular.
Pois! E fazer o quê para contornar a situação? Parece-me que parto já vencida nesta luta, e aqui estou eu, mais desperta que os desperto, sem peva de sono, que deve aparecer lá para as dez e tornar o resto do meu dia infernal, acordada desde as seis da manhã, com montes de coisas resolvidas e pensadas nesta cabeça, muito consciente da necessidade de comunicar do Cão da vizinha com os seus pares existentes nas cercanias , do Grilo que resolveu dizer” eu estou aqui e por isso faço um cricar que nunca mais acaba”, dos Passarinhos, que felizes e contentes fazem a sua rotina diária do amanhecer e esquecem-se de ser discretos no chilrear, dos Srs. do lixo que como gente que são também por aqui passaram e sobretudo, sobretudo!!!!!!!!!!!!!!, do incrível som do silêncio, que estando eu na cama, sitio propício para dormir, se foi instalando e me obrigou a levantar! O que fiz resignada, com a firme convicção que não valeria a pena lutar contra a situação.
Agora cá estou eu, de sofá, enrolada numa manta e a bebericar um chá, à espera que o resto do mundo, aquele que é o mais próximo de mim, acorde, que o sol apareça na linha do horizonte e que oficialmente se possa começar o dia.
Às 10.00 devo estar na cama. Provavelmente para repetir o ciclo…:(! Dias felizes estes!
sábado, 9 de outubro de 2010
Impostora
Hoje pensei que o facto de eu sentir saudade de um alguém em especial, era algo imensamente interesseiro da minha parte. Cheguei à conclusão que a saudade que sentia não era da pessoa em si, mas sim da forma como ela me trata e me faz sentir bem. Nunca tinha pensado a saudade desta forma e posso dizer que me achei uma impostora. Nada que não passasse, mas que fiquei desgostosa comigo, fiquei.
domingo, 3 de outubro de 2010
Não me apetece
Sensata como sou (ou acho que sou, o que vem dar ao mesmo para o caso vertente) sei que em vez de andar a pensar no imensooooooooooooo que tenho de fazer, fazia melhor figura se me jogasse ao trabalho e me despachasse. Ora aconteceeeeeeee que não me apetece. Não me apetecendo não faço. Não fazendo, não fica feito. Não ficando feito tenho de fazer. Se tenho de fazer não me apetece. Logoooooooooooooo invento mil e uma coisas para não fazer o que devia. Como escrever este post. Na esperança de que fazendo outras coisas, assim de repente, qual raio que me ilumina, a situação se inverta e eu só me apeteça fazer o que neste momento não me apetece.
Espero ter sido clara nesta exposição, uma vez que a coerência sei que não esteve presente. Como é obvio está bem de ver que fui eu que escrevi, logo sou eu no meu melhor. Ou seja incoerente.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Declaração
Há muito que não estava tão em paz e com horizonte. Depois de tempestades e vendavais a que estive sujeita e a que me sujeitei, sem protecção alguma, encontro-me de bem com o Mundo. O sair do buraco foi custoso, moroso, progressivo mas felizmente muito sustentado.
Relativizei tudo o que me aconteceu.
Digeri, encaixei, processei, arrumei. Sem má memória. Demorou tempo, não sei se a obra está acabada mas…
Apreendi? Sinto que sim. E muito até.
Tornei-me numa pessoa diferente? Não, sou a mesma. Apenas e só mais robustecida. Sem que me esteja a referir a excesso de carnes, assunto eternamente melindroso para mim.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
O meu telefone
Não sabe o Mundo como eu comunico com ele.
Falo do meu telefone.
Um lindo e brilhante exemplar de telefone!
Daqueles velhinhos, velhinhos, que não são mãos livres, e que nos prendem ali mesmo naquele sítio, sem que possamos andar casa fora, a fazer isto ou aquilo, tornando o acto de telefonar um momento único e sacrossanto, em que nos temos de concentrar na tarefa de comunicar… pelo telefone.
Não tem rodinha!
É daqueles que existiam no anos 80, com teclas. Tem um look altamente apelativo, e é super confortável de utilizar pelo tamanho e peso do auscultador. Nunca me tinha apercebido o quão desconfortáveis são os telefones de hoje em dia.
Tem a faculdade de fazer aqueles barulhos fantásticos do antigamente e uma qualidade de som formidável a que nenhum digital faz sombra.
Quanto à sua cor?
É Vermelho!
Vermelho!
E é um prazer telefonar deste telefone! Imaginar que do outro lado está um alguém com uma coisa moderna e cheia de botões enquanto eu tenho esta maravilha à disposição. E tanto gosto dele, que acho que quem souber que falo de um telefone assim só me pode invejar fortemente! E fico a pensar que o Obama é tonto, porque só atende o dele em caso de crise.
Coitado!
Eu posso fazê-lo a toda a hora!
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Ver e ser vista
Não existe coisa melhor do que pensar em ir ao supermercado num Sábado de manha. Coisa boa boa!
Artigos frescos em grande quantidade, ampla escolha e selecção de vitualhas, magotes de gente conhecida, com a possibilidade sempre presente de um agradável convívio com amigos, conhecidos, nunca antes vistos e agora encontrados.
Um espaço democrático, de livre acesso, com muito boa iluminação e confortável temperatura, onde temos um fundo sonoro de música, pontuado por breves e oportunas chamadas de atenção para este ou aquele artigo que devemos adquirir pelas suas excepcionais qualidades.
Uma experiência inigualável e acessível a qualquer um.
Experimentei este Sábado de manhã. Gostei tanto ou tão pouco que estive lá uma hora, inteirinha e direita! Fui vista e vi. Dissipei duvidas a quem me julgava morta e tive o prazer de ver uma amostra de pessoas representativas do burgo. Pois que lá estava a senhora que tem um calote na farmácia, o irmão de um amigo, o senhor do ar condicionado, a chata de serviço mais o seu beijinho, a colega de escola mais os marido e os filhos a fazer as compras do mês. Mais não vi porque não quis! Porque querendo mais encontrava. Certamente!
Falei com a senhora do talho que rebentava de tanto trabalho, sorri e troquei breves palavras de solidariedade com a senhora que me precedia na fila para a caixa, recebi e retribui simpaticamente e com agrado os votos de bom fim-de-semana da senhora que me atendeu e disse de mim para mim…ao Sábado de manhã aqui já não me apanham!
Mas ainda assim recomendo. Tem é de se ter estômago para aturar a coisa!
domingo, 12 de setembro de 2010
Será?
Será que se me dirigir ao meu professor de ginástica queixando-me que não me posso mexer sem soltar ais e uis de grande e penoso sofrimento, ele me atende e se disponibiliza para me ressarcir de tal incomodo, que afinal, foi por ele provocado?
Dava-me tanto jeito ser atendida neste pedido!
É que estou que não posso!
domingo, 29 de agosto de 2010
Mapa mundo
Acabo de adquirir, a preço módico, um enorme e pormenorizado mapa mundo. Debato-me, neste momento, com um problema que parecendo de somenos importância, tem no entanto uma enorme relevância: em que parede o pespegar!
A casa é amplamente dotada das ditas, mas vejo-me a braços com a circunstância de todas se encontrarem já com adornos que impossibilitam a colocação concomitante do algo tão grande como este meu mapa mundo.
Nada que me fizesse esmorecer na hora de o comprar, até porque este é um sonho antigo, o de ter o mundo a meus pés. Mais propriamente e neste caso, debaixo do meu olho, para executar amplas planificações relativas aos sítios para onde hei-de dirigir-me, ou para onde não me dirigirei, nem que a vaca tussa.
Trata-se de algo que nunca mais vai deixar de estar ao pé de mim dada a sua enorme serventia. Daquelas coisas basilares e que posso afiançar me há-de acompanhar toda a minha vida. Não sei se faça lá algumas marquinhas dos sítios onde já estive. Ou se por outro lado me dedique a assinalar os sítios onde quero ir. Não sei mesmo. Entretanto e enquanto não decido mais este assunto, vou ver da parede!
Angústia
A enorme angústia de quem se vê a acabar um livro, companheiro inseparável de muitas e longas horas. O travar que sempre me acompanha quando começo a ver que as páginas escritas estão a escassear. O consumir de letras, cheia de remorso. Não sendo culpa minha, a velocidade com que leio torna-se factor determinante para definir o momento em acaba a relação entre mim e a história. O sentimento de culpa que me assola quando devoro letra após letra. O tentar não acabar o livro de forma a perpétua-lo mas sem abdicar do prazer de o ler. Como se fosse compatível tal atitude.
Tantas vezes já me aconteceu. Não direi que sempre e em todos os livros por mim lidos, mas na sua grande maioria este é um cenário que retrata bem o “momento”.
O “momento” do final. Da inevitável separação. Mesmo quando um livro não é aquilo que nós esperava, é dificil sair dele, da sua história e das suas personagens e entrarmos logo noutro supetão. Quanto mais se foi um gosto lê-lo!
E o que se segue não é melhor. Aliado a esta angústia surge a incerteza da aquisição de um novo livro.
E agora? O que vou ler? A que livro me vou ligar e que livro será digno de me acompanhar? Qual será o livro que me trará de novo prazer? A inevitável visita à livraria. A busca por aquele que será o “certo”. A leitura das sinopses, coisa que a experiência me diz de nada servir mas que me habituei a fazer, qual condição sine qua non para vir com um livro para casa. O folhear e o ler de passagens do dito cujo. O avaliar do número de páginas que o livro tem. Querem-se coisas muito elaboradas e carregadas de páginas. O drama de saber se vou gostar. O ter de decidir. O não puder voltar atrás com a escolha. Não se começa um livro e deixa-se em meio porque não se gosta. Há que ler até ao final para saber se sim, se não. Dai a determinante da escolha. Vá que se arranja uma estopada e tem de se levar até ao fim!
Enfim! Angústias enormes que passa quem quer ter um prazer tão simples como é o ler. E que acaba de vir de uma visita algo demorada a uma livraria(=Fnac) com uma enorme insatisfação por não ter encontrado o ”tal”, tendo de se contentar com o que havia disponível no momento.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Como se anda
Calor. Imenso. Hora de almoço. A sensação de quem entra dentro de um forno a 200ºC quando se saí de um prazeiroso ar condicionado regulado para os 23. A longa travessia entre o local de trabalho e o carro. Longa…
O carro, qual miragem que parece estar logo ali, mas que está longe para burros, quanto mais para aqueles que não o são. O padecimento de quem se arrasta até ele tentando alcançá-lo o mais depressa possível, que não pode ser muito depressa por causa do…calor, claro.
Chegada junto do mesmo e em virtude de não ter pilha no comando à distância que o abre, surge o gesto de pôr a chave na fechadura.
Pronto…aberto está. Um forno ainda pior que o primeiro. O ar acondicionado e condicionado por uma manhã de sol está insuportável. Sua-se em bica. Os cabelos colam-se ao pescoço, sentem-se gotinhas cara abaixo. Imagina-se uma desidratação a todo o momento. Porta fechada. Cinto a pôr-se.
Vamos embora. A chave para pôr na ignição. A chave. A chave? A chave! Segundos passados a tentar localizá-la. Dentro do carro e depois dentro da cabeça. Dúvidas que se instalam: “Se abri a porta é porque trouxe a chave, não é? Costuma ser assim…” Segundos que se arrastam. Onde está?
Eureka! Está na fechadura da porta, essa mesmo que fica do lado de fora do carro. Essa mesma que se fechou depois de entrar. Essa mesmo…!
Assim se anda! Em que os gestos mecânicos do dia a dia estão tão mecânicos que dá nisto. Um ser disfuncional nos pequenos pormenores como articular pensamento que é preciso tirar a chave da fechadura.
domingo, 25 de julho de 2010
Ajustes
Post sério e de carácter reflexivo sobre acontecimentos recentes que me fazem estar um bocadinho penalizada, ainda que coberta de carradas de razão.
Se existe coisa para que o bicho Homem nasceu é precisamente para se relacionar com terceiros. Sejam eles progenitores, descendentes, amigos, inimigos, assim assins, colegas ou caras metades. Independentemente da sua natureza, uma relação é uma algo que se edifica. Que atravessa períodos e fases. Onde se sucedem cor-de-rosas, mas também, e necessariamente, para que a relação se torne sólida ou se defina a sua verdadeira natureza, alguns período cinzentos ou mesmo muito negros.
Ajustes que são necessários fazer para que as coisas entrem na linha ou não entrem mesmo em coisíssima alguma e assim se resolvam. Tempos em que se extremam posições para bem de um valor maior, ou seja a própria relação. Situações desconfortáveis que causam mau estar. Mas necessárias.
Pois que eu realizei um ajuste.
Coisa pouca. Nada de especial. Subtil, mas ao mesmo tempo tão acutilante… Coberta de razão é certo. Tenho mais que motivos para o ter feito. E no entanto o remorso está para aqui a dizer-me…”Tu! És terrível!”
E que lhe digo eu?
Pois sou!
:(
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Errata
Ao que parece, que eu não dei conta, dei mais um erro. Fui informada à momentos que troquei um pudemos por um podemos. Obviamente que estou que não posso. Tenho já até o estigma de escrever tal palavra, não vá enganar-me.
As minhas desculpas aos caros leitores atentos. Aos outros, os menos atentos, agradeço a fineza de me terem poupado à humilhação em praça pública. Quando assim é, eu própria gosto de me cobrir de ridículo. Mas também lhes agradeço a preguiça de não se terem pronunciado sobre o assunto e também a ignorância de não saberem, tal como eu, aplicar tal termo.
Os meus muitos obrigados.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Corolário
Que melhor corolário para um dia rico em contratempos que deixar cair um pacote cheio de hermesetas no chão da cozinha?
A bem dizer não eram hermesetas. Uso canderel que é mais barato.
Mas a coisa vai dar ao mesmo. Hermesestas ou canderel. Qualquer uma é do melhor que há para acabar um dia. Estou rejubilante por ter tido um o dia inteiro cheio de coisas destas assim.
E este final foi no mínimo apoteótico! O ouro sobre o azul. O verdadeiro sonho tornado realidade!
Sinal fidedigno que amanhã tudo vai correr bem…
Feliz que estou!
Comichão
Toda a minha vida ouvi a RFM. Acredito até que toda a minha vida ouvirei a RFM (uns dias mais que outros, verdade seja dita. Hoje estou nos dias menos). Faço incluso parte da geração RFM! Essa mesma rádio que surgiu quando não haviam Comercias nem Antenas 3 a dar cartas. Foi com ela que eu comecei a despertar para a música. Precisamente na altura mais parva da adolescência.
Há 25 anos mais ou menos.
Tenho imensos momentos da minha vida que associo a esta rádio Lembro-me perfeitamente das “Formula” um, dois e três que ocupavam todo o santo dia de programação e dos diferentes locutores que se iam sucedendo. Das músicas de Natal que passavam em antena durante as longas viagens que fazia em família para ir passar o período natalício com os meus avós. Das enormes birras e amuos a pedir e a rogar que mudassem o rádio para a RFM. Da preocupação constante em saber qual a frequência da RFM por onde passo. Das imensas noites de estudo passadas com o Oceano pacifico como fundo. Tanta e tanta coisa!
E agora acontece-me isto. Parece que querem remoçar a estação. Talvez achem que face à concorrência estejam a perder ouvintes. E resolveram começar a tratar os ouvintes por tu. O que não tem mal algum ainda que eu adore o você.
Mas pronto, aceita-se! Agora acontece que estão dispostos a tudo. E a todos os meios para obter o objectivo. O tal de tratarem toda a gente por tu. Ora é precisamente o meio utilizado para o conseguirem que me dá a minha comichão.
Volta que não volta ouve-se a cretina pergunta ao caro ouvinte que vai intervir em directo : “Pudemos tratá-lo por tu?”. Imediatamente fico com um ataque de brotoeja, sinto falta de ar, abano a cabeça veementemente, sinto dores na alma e rezo para que aquele momento passe depressa.
Todo este sofrimento em vão! Os homens ainda não se tocaram e continuam ridiculamente a repetir isto emissão fora…!
Socorro!
sexta-feira, 9 de julho de 2010
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Já agora
O tal post que explica o porquê de tão longa e prolongada ausência da minha parte. Esse mesmo que me apazigua a consciência e me permite seguir em frente com a escrita.
O que nunca mais saia à cena!
Aquele que tal como uma rolha tapa a boca de quem quer falar me atormentava a vida e me impedia de me expressar. Esse mesmo que dá continuidade e sequência aquilo que eu acho ser uma espécie de diário meu, em que os assuntos têm uma cronologia apurada.
O mesmo, à imagem e semelhança de muitos outros que já fiz, onde se explica que não escrevi porque não pude, não tive tempo, andei/ando de tal forma absorvida que não posso aqui chegar. E entretanto resolvi dedicar-me à espera do final do mês. Numa atitude de já agora, em que não tendo escrito nada em Junho não ia estragar também o mês escrevendo.
Posto isto e tendo saído à luz com novas letras posso continuar a verborreia de letras de forma coerente comigo mesma.
Fica assim feito o mea culpa e serenado o espírito e os sentimentos de culpa subjacentes a tamanho afastamento.
domingo, 23 de maio de 2010
Ingratidão
Não sei o que pensa o Srº Sono sobre as suas obrigações. Não sei mesmo. Durante a semana instala-se como se fosse tudo dele e causa-me horrores na tentativa de me levantar a tempo de estar no meu local de trabalho com a pontualidade britânica que tanto gosto. Não faz o mínimo esforço de colaboração comigo e não raras vezes é um guindaste que me levanta da cama porque o dito cujo olha para o lado, assobia e continua a atormentar-me como se não houvesse amanhã para dormir um bocadinho mais.
Já durante o fim-de-semana me parece que decide tirar férias esquecendo-se que o contrato que tenho com ele não contempla folgas. Ausentou-se para parte incerta a partir das 7.30 da manhã e deixou-me de olho aberto e sem vontade alguma de me manter na cama.
Gostava de saber a que se deve tanta ingratidão. Caturrice pura ou desejo de se evidenciar?
Espero que não se lembre de espertezas destas tão cedo e que retorne quanto antes a um comportamento mais equilibrado senão teremos uma conversinha de pé de orelha sobre o assunto.
sábado, 22 de maio de 2010
Coincidência
Tendo de escolher entre destino e coincidência, eu opto sempre, mas sempre, pela coincidência.
É-me dificil acreditar que exista algo de pré-determinado que sirva de explicação para um acontecimento que vivi. E no entanto, surgem-me na minha vida por vezes situações que de tão”apropriadas”, tão bem “acontecidas” me deixam a pensar se a classificação de simples coincidência as justifica. E chego à conclusão que não. São perfeitas demais para terem sido o resultado do acaso.
Aconteceu-me hoje um episódio destes que adorei saborear. E ainda que não vá mudar de posição sobre o destino de cada um e em particular do meu, não posso deixar de agradecer a quem puxou os cordelinhos por forma a manobrar tanta variável existente à partida e as transformou num momento especial.
Obrigada!
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Juro
Acho a maior das cretinices alguém jurar seja sobre o que quer que seja. E isto porque acho completamente desnecessário chegar-se a tal extremo, independentemente do assunto que esteja em causa. Se o afirmo é porque existe algo que me o faz fazer e não é pelo facto de colocar a minha afirmação debaixo de um “juro!” que vou ter mais força ou ser mais convincente.
Mas ainda assim e apesar destas considerações, vejo-me na necessidade de fazer uma jura. O meu caso é desesperado.
E pronto, ai vou eu.
Juro.
Prometo e afianço, que nem tão cedo me meto num avião para viajar seja para onde for. Estou farta de check in, check out e sobretudo de vulcões com tosse que atrasam tudo e todos. A minha vida não se compadece com tais rituais. Esses mesmos rituais que já deito pelos olhos e que são tão necessários para voar. Por isso vou fazer um jejum. Prolongado. Para que quando queira de novo viajar de avião seja um prazer e não um suplicio como é agora. Fico logo sem vontade de me mexer para onde quer que seja só de pensar no meio de transporte.
Viagens?
Sim, com certeza.
Carro? Comboio ou barco? Trotinete? Bicicleta? De burro…?
Ok!
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Auto-estima
A minha auto-estima tem dias. Como a de toda a gente, presumo, mas é da minha em particular que falo. E da sua saúde. Que se debilita muito facilmente e com a qual tenho de ter os maiores cuidados.
Não que me ocupe a dispensar-lhe muita atenção, até porque já tem idade para ter juízo, mas é algo que tenho em conta no meu dia-a-dia.
Numa tentativa de a aumentar e robustecer, resolvi fazer um ensaio experimental esta manhã. Algo que anteriormente já tinha feito mas que resolvi repetir.
Sem que tenha, por isso, um desgosto enorme, ou mesmo ache algo digno de louvor encontrar numa loja do chinês algo que comprar, atormenta-me o espírito, no entanto, o facto de não conseguir encontrar o mínimo interesse em tais estabelecimentos.
Em suma, esta minha incapacidade baixa-me a estima. Pelo que decidi fazer das tripas coração, baixar a snobisse inata de quem já sabe ao que vai e antes de ir já tem opinião formada, abri a mente e enfronhei-me numa loja do chinês.
Investi um quarto de hora, calcorreei aquilo de cima abaixo, enfiando o nariz em tudo quanto era canto, focei artigos e artigos e saí de lá numa lástima. E com uma crise instalada.
Como consegue alguém encontrar seja o que for num sítio daqueles? Achei tudo caríssimo e do piorzinho que se possa imaginar. Confirmando, apenas e só, anteriores impressões.
Não obstante, poderia ter resolvido o caso ficando-me por aqui. E atribuindo a culpa aos outros. Os que se encantam nas compras do chinês. Mas não. Nem pensar nisso. Estou extremamente penalizada.Confirma-se que o defeito deve ser meu. Qual será o segredo do sucesso de tanta gente na loja do chinês? Que aptidão secreta será essa que permite que se compre tanta coisa no chinês e que eu não consigo divisar? Que será?
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Talvez
Noção bem presente na minha cabeça é a do ridículo. De tal forma que acho completamente descabido e imoral que alguém em férias tenha o desplante de se dizer cansado. Afinal quem assim está pode passar o dia de papo para o ar sem nada fazer.
Pode.
Não é, no entanto, o meu caso. Estou de férias. Assim o diz o meu calendário para 2010. Mas o facto é que estou de rastos. Parece-me que em estado bem pior do que se estivesse a trabalhar. Talvez lá para Sábado possa descansar. Talvez.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Dôr
Tempos difíceis estes que me encontro a atravessar. É imensa e profunda a dôr que me acompanha.
Os dias frios foram-se. Os dias quentes ainda não chegaram. As botas de Inverno já não se usam. As sandálias de Verão ainda não podem sair do roupeiro.
Eu, como qualquer mocinha que se preze, gosto de combinar a vestimenta com o sapato. E a cor deste com o resto. E gosto também de ter uns sapatinhos pretos, básicos, daqueles que se usam nesta altura e que me facilitam a vida na hora de sair para a rua. Pois que gosto.
Neste momento tenho até dois parezinhos desses sapatos. No entanto esta fartura é apenas ilusória. Os ditos cujos parecem terem nascido para me atormentar a vida, fazem-me chegar ao fim do dia a praguejar contra tudo e todos, com os pés feitos num oito e ainda por cima sem cumprirem a função a que se propõem. Contribuir para um look perfeito.
Impensável será pô-los de parte e partir para a descoberta de uns com menos defeitos e mais qualidades. Mas não sei como vou conseguir vergar estes e passar a ter com eles um sã convivência. Não sei mesmo. Nos entretantos, sofro. Horrores.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Mensagem
Tenho para mim que a minha máquina da louça me anda a querer dizer algo. Assim como não quer a coisa, dou por ela a rugir como um avião em plena descolagem. Serão desejos de evasão? Provavelmente. Entretanto vou rezando aos santinhos para que ela permaneça tímida e se coíba de se expressar mais eloquentemente. Nomeadamente encetando uma greve de zelo. É que eu nem à mesa das negociações me tenciono sentar, face a esta atitude.
domingo, 11 de abril de 2010
Óbvio
De entre o enorme rol de coisas importantes que me aconteceram neste últimos dias, tenho a destacar hoje, domingo, dia 11/4, o crescimento inoportuno de uma borbulha exactamente na parte mais alta do meu pavilhão auricular. Este é um acontecimento nunca antes vivenciado por mim e que me causa, neste momento, um grande desconforto. Não que tema estar a transformar-me num Mr. Spock de saias ou que o incomodo seja tanto que esteja com comichão, dôr ou qualquer outro mal-estar dai resultante. Não, não se trata nada disso. O problema prende-se com o facto de estar compulsivamente a tocar na dita cuja borbulha por forma a monitorizar constantemente o seu crescimento, para não ser apanhada desprevenida caso ela resolva multiplicar de tamanho 10 vezes e se torne inestética. Para mais pressuponho que não seja este um gesto muito elegante de se repetir a cada 15 segundos.
Dá-me coragem o facto de saber que não vai durar muito esta situação, muito provavelmente acordarei amanhã sem qualquer vestígio desta proeminência incomoda, no entanto estou angustiada com ela. Como é óbvio. Até porque tenho em alta estima as minhas orelhas.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Não percebo
E de repente estou no meio de uma semana, completamente envolvida em trabalho e em coisas que fazer. Olhando para os dias que já passaram, vejo trabalho, sem hora até para fazer aquilo que ninguém pode fazer por mim. Para a frente vejo idêntico cenário. Tarefas em catadupa, em que terminando uma já estão outras 5 para fazer. Estando habituada, já nem me faz qualquer confusão, estranharia até se não fosse assim. Pelo que estou bem obrigada. Feliz e contente. Nem me lembro do descanso e quanto gosto dele. Dou por mim a pensar “Fim-de- semana? Isso existe?”.
Já se de repente estou no meio de um fim-de-semana o mesmo se passa. Não me lembro de nada do meu trabalho e chego até a duvidar que faça alguma coisa durante toda a santa semana tão bem me sinto e tão profissionalmente prático o descansar.
E não percebo isto. Estarei boa da cabeça? Esquecer-me das semanas aos fim-de-semana e dos fins-de-semana às semanas? Será isto normal ou sinal de grave maleita? É seguramente um grande indício de mau funcionamento, neste caso do chip da memória.
“Só o que é bom dura tempo bastante para se tornar inesquecível”
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Nunca
Ontem, num espaço curto de tempo, consegui saber que o namorado de uma colega estava com uma pneumonia, que tinha três antibióticos para tomar e que a febre não cedia, para além do que estava chato como tudo; que uma amiga ia já a caminho de Lisboa e que estava quase a chegar a Alcácer do Sal, sem qualquer percalço de maior; que um amigo me mandava um beijo em troca de um raspanete que lhe passei e isto tudo, sem ter emitido um único som. Comuniquei. Soube dos outros e os outros souberam de mim. O meio utilizado foi rápido, eficaz e pouco dispendioso. Sms.
Que gosto. Mas ao mesmo tempo detesto.
Sinto que muitas vezes ao invés de aproximar, afasta as pessoas, gera insatisfação. A mim acontece-me. Fico com vontade de conversar, saber mais e depois…e depois tenho de escrever no minimo 20 sms para ficar satisfeita, e isso ninguém no seu perfeito juízo faz ou aceita responder. Logo o que acontece é sentir um vazio. Quantas e quantas vezes depois de receber um sms eu faço uma chamada…
Não sei se sou a única a sentir isto. Decerto quem é mais novo que eu acha o máximo e sente-se completamente realizado a comunicar por sms. Eu cá não. Acho limitante, castrador. Sinto que a máquina limita a conversa. Estou habituada a uma forma de comunicação diferente, com preceitos que vão desde a saudação de abertura até a despedida com um beijo, um xau ou outro similar. Em que se trocam ideias e pensamentos, se conversa! E eu não sou assim tão antiga mas acho que existem coisas nestas novas tecnologias a que nunca me vou habituar por mais que entrem no meu dia-a-dia. E sinceramente acho que é uma pecha da minha geração, ter chegado à idade adulta sem estas coisas modernas e ter, agora, de aprender a lidar com elas. Nunca o faremos como alguém que tenha menos 10 anos que nós. Nunca…!
domingo, 4 de abril de 2010
Aqui
E eis-me de novo ao vivo e a cores, em discurso directo depois de ter passado um mês em que apenas aqui punha os pés para ver o se número de visitantes tinha aumentado (em regra sim, e não sei porquê) e se algum dos meus links se tinha actualizado (não que fosse ler a actualização, porque também nesse aspecto andei ausente, mas porque gosto de saber o que fazem os caros colegas que blogam. Em resumo. Cusco com gosto.).
Que me aconteceu nos entretantos?
Actividades a mais que não consegui compatibilizar com esta coisa do blogue, mas também uma preguiça grande em escrever, o surto usual de falta de inspiração que é comum atacar a espaços, a tendência para as lamúrias e as queixinhas que nada de novo acrescentam a quem me lê e que sendo mais do mesmo me abstive de tornar públicas e depois, vendo que não era capaz de fazer deste Março um mês de postagens de jeito, estive a guardar-me para o início de Abril para postar o que quer que fosse.
Entretanto
…facebookei muito e finalmente consegui achar piada a uma rede social. Descobri meia família por ali.
Não, não jogo FarmVille, e parece-me inconcebível que alguem no seu estado normal de juízo passe longas horas a cultivar uma quinta e tenha de correr para o computador para ir apanhar morangos ou colher as tulipas ou qualquer outra coisa parecida. Na dúvida e por medo de ficar agarrada, nunca espreitei o assunto não fosse o diabo tecê-las. Ainda assim e mesmo não jogando já deito aquilo pelos olhos, faria se jogasse.
...Ando meio escondida nos meus livros, lendo como uma perdida, coisa que tanto gosto e há muito não fazia com o prazer com que o faço agora.
…voltei à adolescência e achar que devo roer as unhas como se não houvesse amanhã. Ainda que fique desgostosíssima depois de o fazer.
…Ando interessadíssima em folares. Sentindo-me crescer com tal interesse, mas o certo é que não consigo que eles percam a graça aos meus olhos. Ainda bem que a época acaba hoje.
…E mais importante de tudo e que explica tanta nervoseira. Comecei as minhas obras!
E tenho dores de barriga grandes com o resultado final das ditas. Mas vou tentar distrair-me…escrevendo!
Aqui…
segunda-feira, 1 de março de 2010
Complô
Não existindo evidência científica que o comprove, o certo, é que é mais que sabido, que quando alguma coisa corre mal, duas ou três correm também.
Característica inata dos contratempos esta de aparecerem em catadupa. Gostam de aparecer em quantidade mensurável. Decerto porque acreditam que a união faz a força e gostam de se fazer notados.
São também muito organizados. Existem por classes e sectores que em caso algum se misturam.
Senão veja-se:
Se são os eletrodomésticos a avariar, são os eletrodomésticos. a avariar. Se é o carro, pois que é o carro. Se são os iogurtes que terminaram, pois que a manteiga e o arroz também se acabam no mesmíssimo instante, assim como que por solidariedade entre os artigos de mercearia. Se são os cremes, pois que o perfume resolve também esvair-se no ar de um momento para o outro, porque já que se vai à perfumaria, compra-se logo tudo de uma assentada.
Como é evidente esta forma de ataque, tão insidiosa, torna a operação desgraça um êxito completo e a pobre vitima vê-se impotente na tentativa de resolver tanta contrariedade ao mesmo tempo.
Uma maçada de todo o tamanho.
Eu estou a ser assolada por um ataque dos artigos com que me conservo. Estão a deixar-me sem capacidade de resposta. Resolveram acabar todos, assim de repente. Ainda que em dias diferentes, para não ser muito evidente o complô. Não sei que faça, mas parece-me que estou prestes a render-me!
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Amei
Legenda numa foto do Face book em que surgiam Pai e Filho:
“Eu e o Importante”
O “Importante” era o Filho e amei a frase. E o conceito. E o sentimento associado. E o como esta palavra, aparentemente sem nada que tenha a ver com o assunto, revela tanto daquilo que este Pai quer ao seu Filho.
Amei!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Amanhã?
Amanhã diz que é Sexta feira!
A quem se interrogue sobre qual é a função de tal postagem eu explico. Pretende-se manifestar o enorme regozijo de estar a oito horas de acabar a semana de trabalho, ao mesmo tempo que se imprime cor aqui ao pedaço e por consequência também aos dias que andam mais cinzentos que o próprio cinzento e se recorda o céu azul de que tanta saudade se tem.
Penso ter esclarecido qualquer dúvida. Caso permaneça alguma dificuldade em abarcar o sentido da coisa é só dispôr. Cá estarei para elucidar.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Tirem-me deste filme!
E depressa!
Porque acho que qualquer dia me dá uma coisinha má!
Não me apetece estar a fundamentar o porquê de tal pedido de socorro dada a profusão de situações que contribuem para este meu estado e que não posso estar a enumerar, sob pena de ficar ainda mais possessa, mas afianço que estou à beira do desespero de causa. Basta uma gotinha…uma singela gotinha…e o copo transborda!
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Ardis
Sou pelo progresso. Adoro tecnologia e inovação. Babo pelas novidades. Ainda assim, à cautela, não embarco logo a comprar seja o que for, sem que tenha provas da mais valia do produto em causa.
Foi por isso que resisti a comprar pastilhas para a máquina de lavar a loiça em que não fosse necessário tirar o involucro. Mas uma pessoa não pode resistir eternamente, e num momento de fraqueza frente a prateleira do supermercado e tendo por base um preço promocional muito atractivo, as ditas pastilhas passaram para dentro do carro e eu tornei-me super fã do conceito. Eu e meio mundo presumo, porque aquilo é do melhor que há.
No entanto, em má hora o fiz. Veio até a revelar-se-me fatídica, essa mesma hora. Fonte de enormes contrariedades. E praticamente diárias.
Acontece que a promoção não se repetiu. O momento de fraqueza foi substituído por uma cabeça fria e racional que dispensa tais confortos e de novo se instalaram cá em casa as pastilhas com casca.
E acontece que temos o caldo entornado. E claro, por causa das pastilhas!
Habitua-se uma pessoa a não as despir. E pronto. Pensando que pastilhas na máquina não precisam de se descascar, assim as põe no compartimento e espera que a lavagem se faça. Pois. Espera. Quando após o terminus do programa se vai proceder a arrumação da loiça, dá-se conta que a dita pastilha está intacta, que o plasticozinho que a envolve é super resistente e a loiça está tudo menos lavada. Pragueja-se. Não muito alto porque não sou dada a essas coisas. Apanha-se uma braveira e amaldiçoa-se quem inventou tal conforto, perfeitamente dispensável mas que ardilosamente, face à sua pertinência, se tornou indispensável.
E assim passo os meus dias.
Sex appeal
Entre as novelas da TVI, o concurso do Canal 1, os noticiários da RTP 2 e aquilo que passa na SIC, que não faço ideia o que seja, eis que acabo por escolher a SIC notícias. E para ali fica a televisão ligada, como pano de fundo, à qual não presto atenção alguma, mas que a espaços serve para repousar o olhar.
Como consequência desta minha escolha, aos Domingos e as Segundas não tenho outro remédio senão gramar com os programas desportivos que fazem parte da programação. E que ocupam o serão inteiro tal o manancial e a importância dos assuntos em discussão.
Se ao Domingo é o Rui Santos, pelo qual mantenho um fascínio invulgar, na medida em que não suporto o homem mas não é por isso que mudo de canal, já à Segunda tenho o “Dia Seguinte”. E o Silvio Cervan. Que agora me aparece em ecran, vindo sabe-se lá de onde, em substituição do Fernando Seara, de quem eu tanto gostava. Sobretudo dos seus gestos.
Mas pronto. Agora tenho este para me entreter. Eu nem que vejo o programa, para quê reclamar pelos protagonistas?
Enfim! É mais forte que eu.
Este Silvio já me andava debaixo de olho quando foi deputado do CDS. Vá que ele me aparecia na Tv. De imediato eu punha de lado tudo o que estivesse a fazer e ficava, qual basbaque a ver o personagem. Intrigava-me o indivíduo. E intriga-me, diga-se de passagem.
Antes de tudo impressiona-me que alguém se possa chamar Silvio. Não existe coisa assim. Ninguém que se chame Silvio pode ser feliz. Eu reclamaria todos os dias com a minha Mãe, se ela me tivesse dado nome de igual calibre. Calculo que não seja fácil viver com tal carga aos ombros e que neste pequenino facto resida a justificação para o Senhor ser como é.
Tenho, também, para mim que não existem pessoas feias. Que todos nós temos o nosso encanto. E nesta firme convicção perco horas a ver e a ouvir este mesmo Senhor. A tentar perceber se sou eu que pura e simplesmente não me identifico com ele, ou se na verdade estou na presença de uma aberração da natureza. Um bocadinho de exagero esta expressão mas expressa bem o meu sentir dobre o dito cujo.
Chego à conclusão que a última das hipóteses é a mais correcta. Juro que tento não afunilar o meu pensamento nessa direcção mas vou lá bater. A figura física, a voz….as opiniões!!!!!!!!!!!!
Matam-me por dentro. E fazem-me considerar que é completamente destituído de Sex appeal. Ou de qualquer outro appeal que se possa imaginar!
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Á deriva
Habituada que estou a ter rumo, projecto, objectivo ou propósito bem definido, faz-me confusão andar à deriva. Como ando neste momento.
Falo da minha vida pessoal.
De não conseguir ver para onde me hei-de dirigir. De não conseguir escolher o que quero. De me sentir um pouco a andar ao sabor do vento, coisa que detesto, porque o que me dá pica é precisamente ir de encontro a ele.
Bem entendido que não posso ter a pretensão de me munir de uma régua e um esquadro e começar a calcular, ponderar e dissecar, prós e contras desta ou daquela situação. E assim encontrar o Norte. Eu sei disso.
Sei que navegar faz parte do processo de encontrar um porto de abrigo onde nos sintamos bem. Que incluso faz parte do processo de me encontrar a mim.
Mas não gosto deste limbo.
E o pior de tudo.
Não gosto de facto da situação. Estou a queixar-me, até. Mas a verdade é que não tenho o mínimo desejo de fazer o que quer que seja para sair deste “Mar” imenso. E onde, em teoria, e refletindo sobre o assunto me sinto mal.
Curiosamente, na prática, e no meu dia-a-dia habitual, acho não haver melhor sitio para se estar.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Realidade
O que acontece quando a realidade toma conta de nós ao invés de nós tomarmos conta da realidade?
O stress.
Que surge e se instala sem pedir licença alguma. Ainda que seja bem educado e diga “Olá. Cá estou eu!”
Esse mesmo stress, que prometo e reprometo, não voltar a deixar que me ataque e que me está a assolar neste momento. A pontos de me sentir completamente passada das ideias!
Manter-me de cabeça fria depois do tanto que me aconteceu nesta última semana e os imensos contratempos que tive de resolver está a dar os seus frutos. Agora, em que aparentemente, o pó já assentou e os problemas estão resolvidos.
Agora. Estou qual panela de pressão pronta a rebentar.
Irra!
Só me apetece fugir!
Maldita realidade.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Lógicas
Coisas que se aprendem a ver TV. Que nos fazem ficar de boca aberta ao ouvir. Que levam a piscar os olhos de forma intensa. Qui ça até a esfregá-los numa tentativa de perceber se a realidade é a que se observa. A supor estarmos a ser vitimas de uma edição pirata de televisão ou a pensar que se está a viver um primeiro de Abril antecipado.
Coisas que me fazem ficar cheia de vergonha. Eu, que nada tenho a ver com o assunto. Coisas que me incomodam. Que me tiram do sério. Como a lógica de uma resposta ao justificar uma agressão.
“Nós já nos conhecemos vai para mais de 20 anos”
Não pedi autorização ao autor mas pela ampla divulgação obtida após a emissão de tais declarações penso ser dispensável fazê-lo.
Acho incrível que alguém com 2 palmos de testa dê esta resposta quando questionado sobre o referido assunto. Já para não falar no que pode motivar esse mesmo alguém, que ao cruzar-se com outro alguém, parte para o insulto, com chapada e bofetão à mistura.
E não, não tenho sangue de barata. Também reajo. Felizmente não assim.