quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Ocupações nocturnas

Hoje à noite sonhei contigo. Chamas-te  Pedro. Não sei de onde me apareceste, nem quem és, mas consigo dizer como és. Curioso não?

És alto, moreno, com o cabelo grosso, cheio de electricidade e com uma franjica que não assenta nem por nada. Tens barba. Acho que te dá um aspecto mais velho. Devias pensar em tira-la. Sei que me telefonaste durante o dia. Estava um dia espectacular de Verão, embora já fosse Inverno. O sol brilhava imenso. Sei que íamos jantar juntos. Os planos acabaram por sair furados. A farmácia estava de serviço e das pessoas escaladas para assegurar o trabalho, uma adoeceu, estava cheia de febre, e a outra não esteve para fazer o turno que lhe competia. Fui eu tapar o buraco. Acabaste por jantar com os meus pais.  A farmácia esteve impossível. Sei que éramos duas e as pessoas que esperavam para ser atendidas uma dúzia. No mínimo.

O teu telemóvel ficou comigo, não sei bem porquê. Era um Qtek. Sei que tocou. Uma vez. Foi uma mensagem.

Quando cheguei ao pé de ti estava cansadíssima. Estávamos rodeados por muita gente. E tudo à conversa. Eu só queria ir dormir. Tu estavas dividido.  Querias ficar, mas sabias que eu estava cheia de sono. Decidiu-se o meio termo. Ficamos mais um pouco.

Tinhas uma camisa amarela, mas gira. O meu irmão também tinha uma da mesma cor. Já o avisei que é horrível, ele não quer saber!

Tens uma ex-namorada problemática. Esteve lá em casa também. Trabalha no 112 e foi prestar assistência à minha Tia Ana. Estava a ter um AVC. Demoraram imenso tempo a chegar. Quando chegaram já a minha Tia estava bem e lembro-me da cara da tua ex a olhar para mim, de forma horrorizada e de me dizer" “Mas que lhe queres? Não vês que ele é da Guarda?”. Não estive para lhe responder. Deves ter problemas com ela não? Ainda não percebeu que acabou o que com ela tinhas.

Não sei bem onde trabalhas. Lembro-me vagamente de  ser qualquer coisa ligada à engenharia e de me pedires pra tirar o número dos marcos da estrada, para preencher uns talõezinhos a partir dos quais serias reembolsado mais tarde.

Com isto tudo acabamos por não conversar nada. Fartamo-nos de viver juntos, sei tanto de ti e não sei quem és!

Só te resta materializar-te. Pode ser que tire as duvidas!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Apetite

E de repente fui acometida pelo desejo imperioso de me transportar para Lisboa e para as consequentes compras que teria de fazer se lá estivesse. Para aproveitar a viagem, claro!

Isto porque estou com uns apetites, do outro mundo até, de ir à Stone, ver as novidades e adquirir assim umas peças, 2 ou 3 chegam, que apesar de não me serem indispensáveis, me fazem bem ao ego, o qual, como se calcula,  estou extremamente precisada de levantar.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Socorro!

como-pintar-paredes[1]

Estou que não posso mais! Sem nada para ocupar o tempo que me lembro eu de fazer? Pintar!

E estou pelos cabelos. A obra está linda, as cores são fenomenais, tenho todo o material possível e imaginário,  a tinta é de qualidade superior, o reboco não presta para nada, a cor que escolhi, apesar de linda,  não cobre coisíssima nenhuma, a não ser que passe 400 vezes no mesmo sítio com o rolo e está a acabar-se-me a paciência.

Posto isto, regresso ao trabalho. Está na hora de dar outra demão.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

T-shirt

Se existe coisa que detesto é usar uma t-shirt-mensagem. Não gosto. Sou incapaz de as comprar e  mais, sentir-me lida é do piorzinho que me pode acontecer

Uma t-shirt deste tipo tem sempre um prazo de validade curto.  Dura enquanto alguém não a descobre e a lê,  depois, é como se não estivesse lá nada escrito. nem existe. Tem o inconveniente das pessoas acharem que é giro fazer um comentário a dar, a dar, com o textozinho da mensagem. E pronto, lá somos alvo de piadinhas. Da primeira e única vez, que cai na patetice de comprar uma deste género, diga-se de passagem, linda de morrer,  tive o azar da dita cuja ter um seis nas costas. A piada que ouvi foi inebriante, mas ao contrário:

”Olha, hoje joga em equipa, traz o número seis”

Confesso que só por piedade respondi ao comentário. Parece mal este tipo de sentimento, a piedade, é dos mais horrorosos que existem, mas que se quer é mais forte que eu, não tenho pachorra para isto.

Existe no entanto uma circunstância em que tudo este quadro modifica. Por coincidência é também mais forte que eu.

Quando se me atravessa no meu caminho um t-shirt destas.

Quero lá saber quem  está dentro dela.  O que interessa é o que está escrito. Os olhos são-me teleguiados para as letras e fico possessa enquanto não leio tudo e tudo. E claro. Adoro. E  se me fizer sorrir, ainda que por pudor meu, o faça só para dentro, é um dia ganho!

Torna-se pois fácil perceber, que se há coisa que adoro…… é uma t-shirt mensagem!

t-shirt-own-slogan-bla[1]

domingo, 26 de outubro de 2008

Talho

Há dias em que não se deve sair de casa. Dias em que as coisas não estão assim todas muito bem organizadas no nosso pensamento e em que a concentração no que se está a fazer é pouca ou nenhuma. A letargia própria  de quem acaba de acordar parece perseguir-nos lá até ao meio-dia, mais coisa menos coisa. Como resultado, se a coisa se  proporcionar,  eis que nos vemos enredados em cenas a roçar o burlesco, e  em que o actor principal somos nós.

Ora imagine-se um Sábado de manhã, período de uma costumeira neura, por estas bandas.  Em regra, porque tenho de me levantar para ir tratar de aspectos triviais da vida, que nos outros dias não tenho tempo para tratar e que no meu tempo de lazer, o dito Sábado, não me apetecem fazer. Mas também se não for, não como, logoooooooooooooo…….vou!

Talho.Cheio.Cheio.Fim de mês, tudo quanto é Mãe e Pai de família tem o bolso recheado com o ordenado e se precipita para as compras. Neste caso de bifes e costeletas.

Chega a minha vez.

Talhante: Ora, Faz favor…

Eu, a desgraçada: Queria ali aquelas bochechas de Bacalhau…

Queria bochechas, sim. Mas de porco!

Não sei porque mas o talho ficou de repente meio silencioso, parece que o tempo até parou, tive uma ligeira falta de ar, nenhum buraco onde me pudesse enfiar teve  a fineza de surgir por artes mágicas e pronto, tive de dar o ar da minha graça…

Eu,  a desgraçadíssima: :):):):) Ai! Disparate o meu! Neste sítio calculo que não  se compre peixe…:):):)

Este últimos :) como a imagem gráfica junta documenta, foram muito, mas muito amarelos.

Mais valia não ter saído de casa, porque realmente procurar peixe no talho não abona muito a favor da minha pessoa, ainda que por lapso…

sábado, 25 de outubro de 2008

I went to the Opera

…and I love it!

Chegada a esta provecta idade muitas coisas há que ainda não fiz. Algumas imperdoáveis, outras que nem tanto assim. Dispondo (agora) de tempo e disponibilidade (e de outra cabeça, também) resolvi que hei-de aproveitar todas as oportunidades, que me surgirem, para ver/fazer/viver coisas diferentes e cultivar-me em todos os sentidos, sobretudo nas artes do espectáculo. E descobri que adoro tudo quanto sejam artes cénicas. Bem tudo, tudo, não será bem assim porque muitas coisas haverá a que torço o nariz, mas como venho tão encantada da Opera, nada me vem à lembrança que possa não gostar.

Fui ver a Aida de Verdi.

Aida-Marcia - verdi

Amei de paixão!

Saloia como sou e vivendo na província, (que apesar de não ser profunda, é província) foi a primeira vez que assisti a um espectáculo destes e confesso até que a produção em causa não deveria ser nada de muito especial, mas a mim encheu-me as medidas.

E apesar de achar que não é coisa para ser consumida muito amiúde, fiquei com o bichinho de voltar a estar na platéia de uma Opera breve, breve.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Regozijo

Para meu grande regozijo e imagino que também para aqueles que comigo trabalham todo o santo dia e que assim se vêm livres de mim, encontro-me prestes, prestes, a iniciar um período, finito é certo, mas que é um período de FÉRIAS!

Quando soar a badalada das 7 da tarde terei pela minha frente horas a perder de vista sem horários, sem correrias e sem stress!

Uau!

Ainda por cima, estes dias foram tão, mas tão bem escolhidos, que me vejo compelida a gastar mais uma hora do que o normal no dolce fare niente. Este fim-de-semana muda a hora! E sim, vai atrasar. :)

Ai!

Venham elas….as 207 horas + 1 de bónus, ou seja os 12480 minutos ou os 748.800 segundos…..venham…..a maçada que vai ser gastar esta riqueza!

Nem estou em mim!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Actualização meteorológica

Ao contrário das previsões feitas no anterior post, o dia correu sem que se conhecesse tempestade ou ameaça dela. O sol? Esse nunca brilhou de forma incandescente, mas a espaços esteve presente.

Os humores acompanharam a tendência verificada para o clima. Nem muito bons mas também não muito maus.

Novos boletins surgirão sempre que se justifique.

domingo, 19 de outubro de 2008

Estado do tempo

Juro que não fui ver o boletim meteorológico para o dia de amanhã, mas algo me diz que vai estar entroviscado.

Pelo menos nos meus humores. Feelings!

Verdades irrefutáveis

Esta minha vida não é fácil, como não me canso de dizer e repetir. Mas que se quer! Não posso evitar, se as coisas me surgem assim sem mais nem menos.

Faz parte do meu trabalho contactar com pessoas, muitas pessoas! Pessoas que ao longo do dia vão surgindo ao balcão com problemas mais simples, mais complicados, resolúveis, irresolúveis, imaginados, sonhados, ou até mesmo só para dar dois dedos de conversa e para que repita tudo aquilo que disse no dia anterior…

Dias há que tenho toda a paciência do mundo, dias que nem por isso, mas é super recompensador o retorno que me é dado.

Em regra…!

Outros dias o twiligth zone toma conta da conversa e eu fico assim a pensar ”Mas, mas….isto é verdade?!”. Capaz de me beliscar para ver se estou acordada ou a sonhar.

- Sr.ª Doutora, é mais Brasil ou África?

-Desculpe? Não percebi o que me perguntou…

- A Srª Doutora é mais Brasil ou África?

-A Senhora está a perguntar-me se sou mais Brasil ou África?

-Sim! Nasceu no Brasil ou em África?

-!!!!!!! Nem num sítio nem noutro…eu nasci cá em Portugal.

-Uhm…

-Mas porque é que pergunta?

-Ah…Sr.ª Doutora tem uma fala esquisita…

-Uma fala esquisita…não acho que não, mas se a Sr.ª o diz…

-Aí há coisa…

-Coisa?

-Sim, a Srª Doutora não quer é dizer…

-Não quero dizer? Mas porque havia eu de não querer dizer?

-Aí há coisa…….senão é a SrªDoutora, são os seus pais do Brasil ou de África!

-!!!!!! Bom, nem eu, nem pais, nem avós, somos do Brasil ou de África, todos nós nascemos cá…mas se a Senhora acha, quem sou eu para a contrariar!

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Convém esclarecer que sou branquinha, branquinha, sem desprimor para as pessoas que vivem nessas paragens como é óbvio, cuja cor da pele, na sua maioria é mais escurinha. Não, também não falo com qualquer tipo de sotaque, e se o tiver é um detestável algarvés!

Atente-se também, a forma de trato com que a Senhora se me dirigia, altamente respeitosa, apesar das barbaridades que estava a dizer.

Não faço nem ideia onde foi a criatura buscar tal coisa, mas que foi, foi, e saíu da farmácia plenamente convencida da sua verdade. Eu nasci nas colónias, não quero é dizer!

Terá sido pelo meu cabelo?

É que tem muitos caracóis… ou será que ela sabe algo que desconheço?

domingo, 12 de outubro de 2008

A caminho do estrelato

Coisas que nesta vida só me acontecem a mim. Às vezes sinto-me até meio extraterrestre com o inusitado das situações que me surgem. Como se não fosse filha de Deus tal como o resto do mundo e estivesse entregue tão somente à minha sorte. Fico até com a sensação que a mim as coisas me custam mais a conseguir do que aos outros comum dos mortais. Não que aquilo a que me refiro sejam coisas estranhas ou mesmo bizarrias, casos nunca vistos, mas surrealidades são de certeza. E a acontecerem que fossem com outra pessoa e não comigo.
Ora imagine-se, e parecendo que não, o meu blogue está prestes a fazer um ano.
E porque digo eu parecendo que não?
Não fosse o blogue meu e se aqui entrasse, acharia que só um blogue novo teria tão reduzido número de visitas como o meu actual, mas investigando mais a fundo deparar-me-ia com as datas dos posts e aí pensava "Coisa estranha, escreve há tanto tempo e só tem estas visitas?".
Pois! É o lógico que assim se pense.
Mas não, nada disso. Pura aparência.
Quando iniciei o blogue, e entre outros adereços que lhe apliquei, constava um contador de visitas, o mesmíssimo que tenho agora, com as mesmas definições que agora tenho, só que dantes ele não contava.....mas agora? Agora, parece que sim que conta!
Entretanto passou-se um ano, qui ça milhares de visitantes (milhões parece-me um pouco exagerado dado o tráfego desta última semana, mas estou aberta a todas as interpretações), e pronto o resultado foi nenhum.
Perdi um ano de registo de visitantes. E isso é importante? Não muito, mas não podia esta surrealidade acontecer com outra pessoa? Parece-me que sim. Mas não, foi mesmo comigo.
Só me resta então resignar-me à fama agora que estou a caminho do estrelato. Que fazer? Tarde ou cedo, eu sabia que teria o reconhecimento público, justo e merecido, sob a forma numérica, dos leitores que aqui chegavam, mas só agora essas ordes de gente passarão a ficar registadas!
Como lidarei eu com isso? Estarei preparada? Será que ficarei ébria com o sucesso? Como reagirei perante os números?
Preocupações estas que me assolam o espírito. Deveras.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mistério

(Queiram clicar por favor no play e cantar comigo sff. Em coro!)





Ontem à noite não dormi assim muito bem. Apesar de ter começado a trabalhar para o descanso, logo, logo, assim que apaguei a luz. Por outras palavras, apesar de ter ferrado de imediato no sono, a meio da noite dei por mim num estado de semi inconsciência.
Que estado é este?
Eu explico.
Já me aconteceu de outras vezes. Sei descreve-lo lindamente, tantas as vezes que já aconteceu!
Às vezes não acordo. Hoje tive azar. Acordei!
Na prática eu estou a dormir. Mas quando acordo, acho que estive num limbo, entre o sono e a vigília, que demorou uma eternidade. E isto, porque durante o sono, resolvo tudo e mais alguma coisa como se estivesse naquele momento a vivenciar as situações. Ponho, disponho, opino, em suma, faço trinta por uma linha...........mas a dormir.
De manhã acordo bem e extremamente repousada. E no entanto, lembro-me de tudo aquilo com que andei atarefada, com uma riqueza de pormenores assombrosa.
Esta noite estive com banda sonora. Acompanhou-me o José Cid! Imagine-se!
Lembro-me de ouvir esta música e de a estar a cantar durante o meu sono.
Conheço esta letra toda, porque em tempos de moça nova, ai pelos meus 12, 13 anos e na sequência de alguma paixonite aguda, daquelas que são tão comuns nessas idades, me lembro de ouvir tempos infindos esta canção, num velhinho gravador, que era submetido ao constante ritmo de play/rewind, play/rewind, pancada para funcionar porque empancou, play/rewind outra vez e outra vez....e outra vez.
Nunca pensei que o meu dormir me trouxesse tal surpresa, até porque desde a adolescência que não ouço esta música....estupefacta que fico comigo!
Onde é que fui buscar isto?
A que gaveta fui tirar esta recordação e que andei eu a arrumar cá dentro enquanto a ouvia?
Mistério....

;)

Ps: Peço desculpa aos caros leitores por estarem sujeitos a ver um vídeo do José Cid. Não encontrei esta música de outra forma que não esta. Eu sei que é confrangedor. Cafona. E todos os outros adjectivos que se possam empregar para descrever algo do género. Mas não encontrei! Ficam aqui lavradas as minhas desculpas, na expectativa que me relevem tal pecado.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Talvez

Abaixo transcrevo pedido que me foi feito por um colega:

Blogger Andarilho disse...

Solicitava um post acerca da mudança de visual do blog a fim de eu poder dar a minha opinião.
Sem outro assunto,
xau
Bj (pq fica sempre bem deixar)

Modesta como sou não iria referenciar este assunto.
Até porque estou ainda em fase de habituação ao novo look.
Não sei até se me habituarei.
Talvez até mude periodicamente de look para me entreter.
Talvez faça muita coisa.
Talvez não faça nada.
Talvez fuja cada vez que vejo estas cores.
Talvez esteja encantada.
Talvez....

domingo, 5 de outubro de 2008

Chá!

Domingo.
Dia lindo de sol.
Acordei tarde na manhã e como se não bastasse, ainda o fiz acompanhada de uma de neura.
Porquê?
Pois....porquê?
O certo é que estava com a dita cuja.
Agora já passou, mas que estava, estava!
Conhecendo-me um pouquinho, meti na cabeça que queria ir apanhar sol para um sitio calmo, onde pudesse dedicar-me à leitura do livro do momento e onde bebesse um chá, na paz e tranquilidade de uma tarde de descanso. De certeza que deixaria lá a neura e viria para casa satisfeitissíma da vida...............bom....não contava vir satisfeitissíma, mas o vir satisfeita ninguém, de certeza me o tiraria.
E de facto assim aconteceu. A neura ficou lá.
Não serve o post no entanto para fazer um elogio às alegrias de uma tarde de sol numa esplanada a ler.
Não serve mesmo!
Isto porque na esplanada estive...Uhm....no máximo 10 minutos.
Sentei-me, abri o livro, li, veio o senhor, pedi um chá preto, vagou a mesa em frente, "Olhe desculpe, vou para aquela mesa, apanha-se mais sol." "Esteja a vontade" disse o senhor.
Veio o chá.
Deitei o chá e deixei que a infusão se fizesse.
Segundo o rótulo, 3 a 5 minutos seriam necessários.
Toca o telefone.
O meu Pai.
"Cláudia.....o teu irmão deixou o portátil em casa. Não o levou para Lisboa.
E não tem chave. Temos de voltar e abrir-lhe a porta...."
Sem comentários. Estado de pré - choque.
Ainda fiquei à espera que o telefone tocasse outra vez e me dissessem "Brincadeirinha...!".
Daqueles raros momentos em que se deseja que estejam a gozar connosco.
Mas não!
O telefonema não veio.
Resolvi render-me à minha triste sina e emborcar a toda a pressa o chá (não, não queimei a língua, não vale a pena preocupações, aquele estabelecimento serve já o chá à temperatura para ser degustado).
Tinha levado os meus pais de boleia.
Andavam a esticar as pernas.
O meu irmão?
Já tinha feito 30 kilómetros em direcção a Lisboa quando se lembrou do portátil.
Disto tudo o resultado?
Tudoooooooooooooooo para casa.
Um sonho!
O meu chá?
Garanto que foi o mais rápido que já bebi nesta vida.
O Senhor do café?
Ainda não deve estar recomposto da velocidade prodigiosa com que o bebi, na certa contará aos netos como fazendo parte dos ossos do ofício dele, não se esquecendo de dizer, que até para que me soubesse melhor, me dei ao trabalho de mudar de lugar......
A neura?
Essa ficou lá. Não da forma que eu imaginei, mas que ficou, ficou.
Caso para dizer como uma tarde pode ser tão diferente do imaginado e o resultado atingido ser o mesmo!
Estarei contente?
Não sei.....!
Estou?