domingo, 8 de janeiro de 2023

Detesto

Desde dia 18 de Dezembro sem aparecer por estas paragens. 20 dias. 
É sabido que é  sempre um período de falta de disponibilidade pelas festas e a que eu, ainda por cima, acrescento o meu aniversário. Dia esse que não me é nada grato e em que só começo a relaxar lá pelas 11 da noite quando é suposto estar já sozinha com os meus botões, terminado que está o dia, os agradecimentos aos parabéns com que me vão mimando e quando todo o cenário criado para quem é aniversariante se esvaiu. 
Detesto fazer anos. 
Desde quando?
Não sei, parece-me que desde sempre, e que com o passar desses mesmos anos, cada vez se acentua mais o asco ao meu aniversário.
Terá alguma coisa a ver com o algarismo que vai denunciando o tempo já vivido, mas penso não ser o fundamental. Tem a ver com ser o centro das atenções, ter de agradecer a atenção, talvez o não me sentir merecedora de nota de ninguém, enfim...um sofrimento que não se calcula. 
E se assinalo o dia, ou não desapareço para parte incerta durante 24 horas, tem a ver com a convenção social e para não fazer desfeita às pessoas que lembram de mim. 
Este ano foi especial. Ao invés dos telefonemas tive a minha família reunida mas por uma razão, essa sim,  muito infeliz. 
Um funeral.  
Doeu, doi, doerá sempre pela perda que sofri. 
Por quem era, pela idade que tinha, por ser um dos meus que partiu. 
Mas não me custou o aniversário. 
Foi como se não existisse. 
E não me fez falta nenhuma, antes pelo contrário. 
Há quem diga que se deve celebrar sempre tudo nesta vida. 
Em teoria eu concordo. 
Não prática, não me peçam este sacrifício de celebrar o dia me que nasci. 
Detesto. 






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