quarta-feira, 8 de julho de 2009

Tiro e queda

Muitos dos meus momentos de nostalgia surgem comigo ao volante, com a cabeça a vaguear e a ouvir musica. É uma combinação fatal.  Um tiro certeiro com queda assegurada. Quando viajo sozinha é certo e sabido que acontece.

Na última viagem que fiz apanhei-me debulhada em lágrimas, assim de repente. E ainda que sem como,  as lágrimas tinham um porquê. Passava na rádio a horrorosa música do Rui Veloso que diz qualquer coisa como “Não se ama alguém que não ouve a mesma canção”. E lembrei-me  o quanto gostava de alguém que ouvia comigo música,   que comigo partilhava gostos e referências, e que felizmente já não me acompanha. Mas que deixou saudade. Muita.

4 comentários:

Anónimo disse...

Deixar cair as lágrimas quando se ouve música sabe bem. Há músicas que em mim causam o mesmo efeito, mas essas lágrimas até me sabem bem,lavam-me a alma.Desejaria que as tuas não só caissem porque "felizmente" a companhia desapareceu, mas com as mesmas lavasses a saudade de que falas e que era bom também já não existir. Verás que esse dia chegará. Bjis da parva da tua mãe

Anónimo disse...

Discordando............ A canção em causa de Rui Veloso, é muito bem conseguida, tem uma letra linda e uma musica melodiosa. Gosto de a ouvir. Não merece ser aplidada de horrorosa.
Quanto às lágrimas vertidas, elas fazem parte da vida, elas ajudam a lavar a alma.
Mas haverá algo que valha as lágrimas de um ser humano?
Não há insubstituiveis. Há sim, momentos, factos, pessoas e acontecimentos que fazem ou fizeram parte da nossa vida e que constituem a nossa história pessoal. Cada um deixa a sua marca, sentida de forma diversa, de acordo com as circunstanias, os interesses, os sentimentos. Uns deixam mais saudade, outros menos, mas o que resta constitui a história, as memorias de cada um, que até podem ser comuns ou semelhantes às de outros seres.
bjo

Kika disse...

Anónima Mãe,

Muitas vezes sabe bem chorar e o facto de o fazermos expia um pouco o sentir que vai cá dentro. Alivia a alma. Também eu gostava que a saudade tivesse passado. Mas isso seria trair-me na minha natureza. Eu não esqueço facilmente. E isto é válido para as boas e o más memórias. E espero assim continuar. Porque me faz aprender e ter bem definido o que quero e sobretudo o que não quero que jamais volte a acontecer.

Beijos Parva! Não te preocupes. A bicha têm fibra.

Kika disse...

Anónimo,

Da memória ficam longuissímas conversas entre nós os dois, em que cada um defendia a sua ideia, e que no fim, não sei como, acabavamos por concordar um com o outro. Nesta música isso não vai acontecer! Não gosto mesmo...
E sempre tentei incluar na tua cabeça que as pessoas são únicas, até podem ter substituto na função, mas são insubstituiveis na vivência. Perder alguém, é perder um pouquinho de nós. Coisa que não gosto que aconteça.

Mas entendi-te. Obrigada pela força!

Beijo