Ainda que não seja público ou notório, uma vez que o vou relevar em primeira mão neste momento, o certo é que cultivo um gosto desmedido por cartazes políticos. Não me escapa um. Não tem nada a ver com a mensagem ou com as imagens que surgem nessas coisas. O que me fascina é a localização dos mesmos e a displicência com que cada um chega e escolhe o local para o “seu” cartaz. Não interessa se é numa parede que se colam, se ao cravar as traves do dito se estraga alguma coisa. O que interessa é que naquele sitio tem de estar o “nosso” cartaz. Fico sempre a perguntar-me se alguém o autorizou, se em tempo de campanha tudo vale, e se eu, em caso de necessidade, tiver igual comportamento, não serei de imediato autuada por ter pespegado um cartaz num sitio que me dava jeito.
Outra coisa que me atormenta ainda mais é quem é que os retira. Existe alguma task force para o efeito tal como existe para os colocar? Quem os põe é responsável por os retirar? Existe um tempo próprio para que eles desapareçam ou só são retirados quando o espaço é necessário para outras coisas?
São tudo assuntos para os quais não tenho resposta e que me intrigam. Imenso. E resolvi estar atenta ao assunto para não me ver de novo a braços com a dúvida de como desparecem eles até à próxima campanha eleitoral.
E isso fez-me reparar nos cartazes do PSD. Estes mesmos. Aqui do ladinho, onde está a enorme cara da Manuela Ferreira Leite. Estão num estado de conservação lastimável! Ao que saiba não fomos assolados por intempéries que justifiquem tal degradação do material. A Senhora aparece desbotadíssima num fundo que tinha uma cor gira e que agora está num horrendo verde acastanhado indefinível. E que para mim dá uma péssima imagem dela. E do partido. Põe-me a pensar que apesar do discurso vencedor, a convicção mais íntima das hostes do PSD, era que iriam perder e então, mais valia poupar nos cartazes. E preocupa-me também porque este desleixo é revelador do estado da nação. É que ainda não vieram novas eleições e já estão a perder pela imagem que passam. Será que ninguém vê?
E sim, gosto de Laranja, mas tenho olhos para ver que as coisas andam mal. E que por falta de oposição os “outros” ganham. Porque não descuram pormenores. Até nisto dos cartazes.
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