Sou pelo progresso. Adoro tecnologia e inovação. Babo pelas novidades. Ainda assim, à cautela, não embarco logo a comprar seja o que for, sem que tenha provas da mais valia do produto em causa.
Foi por isso que resisti a comprar pastilhas para a máquina de lavar a loiça em que não fosse necessário tirar o involucro. Mas uma pessoa não pode resistir eternamente, e num momento de fraqueza frente a prateleira do supermercado e tendo por base um preço promocional muito atractivo, as ditas pastilhas passaram para dentro do carro e eu tornei-me super fã do conceito. Eu e meio mundo presumo, porque aquilo é do melhor que há.
No entanto, em má hora o fiz. Veio até a revelar-se-me fatídica, essa mesma hora. Fonte de enormes contrariedades. E praticamente diárias.
Acontece que a promoção não se repetiu. O momento de fraqueza foi substituído por uma cabeça fria e racional que dispensa tais confortos e de novo se instalaram cá em casa as pastilhas com casca.
E acontece que temos o caldo entornado. E claro, por causa das pastilhas!
Habitua-se uma pessoa a não as despir. E pronto. Pensando que pastilhas na máquina não precisam de se descascar, assim as põe no compartimento e espera que a lavagem se faça. Pois. Espera. Quando após o terminus do programa se vai proceder a arrumação da loiça, dá-se conta que a dita pastilha está intacta, que o plasticozinho que a envolve é super resistente e a loiça está tudo menos lavada. Pragueja-se. Não muito alto porque não sou dada a essas coisas. Apanha-se uma braveira e amaldiçoa-se quem inventou tal conforto, perfeitamente dispensável mas que ardilosamente, face à sua pertinência, se tornou indispensável.
E assim passo os meus dias.
2 comentários:
É espantosa a facilidade com que nos habituamos a certas coisas ...
SRRAJ,
A pontos de não sabermos viver sem...!
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