terça-feira, 2 de novembro de 2010

Libertador

Habituei-me a ver o choro como a tradução de uma situação não agradável. Resultado de uma dor física ou  de um dor emocional que assim se expressa. Um pouco a ideia que nós todos fazemos do chorar, se tal generalização me é permitida.

Chorar acontece quando algo nos afecta. É consensual que não é agradável fazê-lo, nem abona em nosso favor dizer ao vizinho mais próximo “Estive a chorar”. 

É algo que inspira pena, inquietação e imensas dúvidas sobre a nossa  sanidade mental.

Mas chorar pode não ter nada a ver com tudo o que disse atrás. E não estou a fazer um elogio ao choro ou a recomendá-lo como forma de estar. Nada disso.

Apenas e só partilho uma constatação minha.

Ultimamente percebi o quão chorar pode também ser libertador. Funcionar como uma forma de libertar tensão. Ser prazeiroso.  E de facto, é-me prazeiroso chorar.   É capaz de dissipar energia. Dar-me força para continuar.  Tornar-me apta para enfrentar as contrariedades.

Pode pensar-se…endoidou de vez!

Não é o caso.

Sei o que estou a dizer, e o como o choro me ajuda a andar para a frente.

Contra-senso.

Aparente.

Apenas e só aparente.

Não é um exercício que faça diariamente, não tem  ritmo, cadência ou hora marcada, acontece quando acontece. E acontece quando deve acontecer.

E após semanas sujeita a uma tensão imensa,  hoje chorei.

Já tinha dito para os meus botões e para quem me quis ouvir que andava precisada de chorar. Há muito que não o fazia.

Sentia qZXCAUWIW2TCAMZDGXFCAF5RHQDCAX20MEFCAN0CE9LCAZVRGDPCAEQD3G3CAW2KSKLCAIHME80CAALWVS2CAE7359NCAC2DN3PCADX7V6QCA26EJUNCAQ9DRFECADUYCX0CA39LDWLCA5UA60WCAZEHWNGdúvidas precisava.

E foi hoje!

E ainda bem que o foi.

Ao invés de deitar abaixo, de fragilizar………fortaleceu!

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